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quarta-feira, 29 de março de 2017

104 cidades deixam estado de emergência no próximo dia 12



O estabelecimento da emergência cria um mecanismo jurídico diferenciado para ações de assistência



O atendimento com carros-pipa e a montagem de adutoras de engate rápido estão entre as medidas assistenciais propiciadas pelo reconhecimento da emergência por parte do Governo Federal ( Foto: Honório Barbosa )
00:00 · 29.03.2017 por André Costa - Colaborador
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Juazeiro do Norte. No ano passado, devido ao longo período de estiagem que assolou o Nordeste brasileiro, o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, reconheceu a situação de emergência em diversos municípios cearenses em virtude dos efeitos da seca. No próximo dia 12 de abril, o prazo de vigência que é de 180 dias, chega ao fim para 104 cidades do Estado.

De acordo com o Ministério da Integração Nacional, caso o município ainda apresente ocorrência anormal provocada por desastre natural, após o fim da vigência do decreto, o reconhecimento federal pode ser novamente solicitado.

Para solicitar os recursos, entretanto, é necessário um plano detalhado indicando qual é a necessidade para o repasse de verbas que é feito por meio do Cartão de Pagamento de Defesa Civil. O novo pedido será analisado pela equipe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec).

Número baixo

Este ano, 26 cidades tiveram situação de emergência decretado no Ceará. O número corresponde a cerca de 14% do total de municípios cearenses. Deste total, sete terão vigência até 12 de julho de 2017 e 19 terão prazo expirado em 18 de junho deste ano. O número é considerado baixo, em comparação ao ano anterior devido a boa ocorrência das chuvas dos últimos dois meses. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), fevereiro teve o maior acumulado de chuva dos últimos sete anos. Já março, embora ainda não tenha chegado ao fim, registrou o maior volume em oito anos.

No mês que inicia a quadra chuvosa, o órgão registrou 157,5 milímetros de chuva, volume que representa quase o triplo do observado no mesmo período de 2016, quando as precipitações chegaram a 53,2 mm. . Segundo a Funceme, em 2009, último ano em que a média foi superada, o Estado teve 207,9 mm durante todo o mês de março.

Mecanismo

A situação de emergência cria um mecanismo jurídico diferenciado para ações de assistência, como atendimento com carros-pipa e montagem de adutoras de engate rápido. Com a situação reconhecida, as cidades afetadas contam com linhas emergenciais de crédito para amenizar os impactos econômicas nas áreas atingidas pelo período de estiagem, com a renegociação de dívidas agrícolas e expansão dos programas como o Garantia-Safra, Operação Carro-Pipa e Bolsa-Estiagem.

Além disso, permite que as Prefeituras solicitem o apoio do Governo Federal para o restabelecimento imediato dos serviços essenciais, como o abastecimento de água. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), a maior parte dos municípios cearenses em situação de emergência é atendida atualmente pela Operação Carro-Pipa executada pelo Exército Brasileiro, cujo atendimento abrange as zonas rurais.

Áreas urbanas

Desde o segundo semestre do ano passado, ao contrário do que ocorria normalmente em períodos de estiagens, muitas áreas urbanas das cidades do Interior passaram também a receber socorro hídrico dos carros-pipas. Esse foi um dos principais reflexos dos cinco anos seguidos de seca, período que foi interrompido até aqui pela atual quadra invernosa.

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