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terça-feira, 21 de março de 2017

QUEDA DE ATÉ 30% EM FRIGORÍFICOS Fortalezense cauteloso na compra de carnes



Ação da Polícia Federal deixou o consumidor mais receoso e fez com que a comercialização dos produtos recuasse




A marca e a procedência do produto são algumas perguntas realizadas pelos consumidores da Capital na hora de comprar a carne. Os clientes também estão mais cautelosos nos supermercados ( Foto: Natinho Rodrigues )
00:00 · 21.03.2017

Os consumidores fortalezenses estão mais cautelosos e receosos na hora de comprar carnes e alimentos processados, após a divulgação, na última sexta-feira, da operação Carne Fraca da Polícia Federal. Alguns frigoríficos já sentiram a repercussão da ação da PF em grandes empresas do setor na movimentação e, ainda, no caixa, registrando queda de até 30% nestes primeiros dias. Entretanto, para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Ceará (Sindicarnes-CE) e vice-presidente Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), Francisco Everton da Silva, não deu para sentir uma redução na procura pela carne. Mas se houver deve ser algo em torno de 5%, estima.

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Já o vice-presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro, disse que ainda não tem como quantificar nenhuma queda nas vendas nos supermercados. "Por enquanto, eles não registraram grandes impactos. A previsão é que entre 10 e 15 dias nós já tenhamos como medir isso", comenta.

Nidovando afirmou que é possível que os supermercados apontem efeitos nas vendas. Entretanto, ele amenizou o tamanho da possível queda na comercialização. "Os consumidores estão mais cautelosos, perguntam a procedência e a marca do produtos, mas não deixam de comprar", garante.

Retração

O frigorífico Super Baratão, no Joaquim Távora, registrou recuo de cerca de 30%, segundo o gerente Tarcísio Pedrosa. "As pessoas estão averiguando de onde é a origem da carne. Nossa carne vem principalmente do Tocantins", revela.

As vendas de carne correspondem a 98% do frigorífico e os outros 2% são de embutidos, como salsicha e linguiça, que já apresentaram queda nas vendas. Como forma de prevenção e de recuperação das vendas vai instalar placas informativas. "Os preços não temos como reduzir, pois as margens já são apertadas. Qualquer prejuízo é grande, mas vamos superar com certeza", ressalta.

Dúvidas

Na DeliCarnes, no Joaquim Távora, o diretor Cleber Mota, comentou que ouviu muita piada e brincadeiras sobre o assunto, mas como os clientes são fiéis têm confiança para comprar. "Sabemos o que é verdade e o que não é sobre o que tem saído. Estamos tirando muitas dúvidas dos clientes", declarou. Entre as questões, as marcas que fazem parte da companhia BRF. Até o momento Mota afirma que não sentiu queda nas vendas em virtude da relação que estabeleceu ao longo dos anos com os clientes. "Aqui eles podem escolher, abrir a embalagem, fazer o processamento na hora", explica. Já nos supermercados, pelo sistema ser autosserviço, o diretor disse conhecer empresas que estão sentindo os impactos.

Questionamentos

Também no Joaquim Távora, no Boi & Cia Special, um funcionário que pediu para não ser identificado, informou que está tudo normal em relação às vendas. "O que mudou foram as perguntas em relação as carnes da Friboi, mas o estabelecimento não trabalha com esta marca, e sobre a procedência das linguiças".

No frigorífico Uni Força, no São João do Tauape, o proprietário Alano Sidney constatou que o volume de vendas não foi afetado. "Mas estão perguntando da onde vem e se é da JBS. Já tinha recebido informações na semana passada e já não tinha feito mais pedido", comentou. Seus clientes melhor informados acreditam ser uma questão política a divulgação desta operação.

Atenção redobrada

A empresária Fabiana Carneiro, 54, afirmou que continuará consumindo carnes, mas vai prestar mais atenção na hora de escolher os produtos. "Vou pesquisar as marcas, ver cor, verificar qualidade. Só não dá para levar gato por lebre", disse.

O tratador de pássaros, Miguel Ângelo, 37, também confessou estar mais receoso. "Dei uma diminuída no consumo e quero saber que dia chegam as peças novas. Analiso se está bem vermelha e quando não está reclamo e não compro", detalhou. A linguiça Ângelo já cortou da dieta e não vai mais comer tão cedo. Ontem levou fígado e costelinha. "Vou esperar chegar o boi novo para comprar mais. É muito difícil, já tivemos problemas com o frango, agora com a carne, vamos ver o que acontecer com o peixe", questionou.

Setor local

O presidente do Sindicarnes-CE, Francisco Everton da Silva, acredita que todo este alarme sobre a carne é desnecessário. "Nenhuma unidade de frigoríficos de carne in natura foi envolvida. Devemos enfatizar que as investigações prossigam e que os responsáveis sejam exemplarmente punidos", disse.

Silva complementa que existem dois tipos de frigoríficos, de indústria da linha de processamento, que faz linguiça, mortadela e salsicha; e de linha abatedora que embala a carne a vácuo. "A interpretação é errada, pois não aconteceu dentro da linha de abatedouro de carne bovina. Isso acontece mais pelo choque das informações divulgadas. Mas logo terá recuperação, quando as notícias forem esclarecidas", afirmou.

Em nota de esclarecimento sobre a operação, a entidade cita que os três frigoríficos foram interditados. Um da BRF, em Mineiros (GO), que produz carnes de Aves; outro da Peccin Agro Industrial, em Curitiba (PR), que produz salsicha e mortadela, e outro da Peccin, em Jaraguá do Sul (SC), que também produz salsicha e mortadela.

Supermercados

As grandes redes de supermercados do Brasil afirmaram estar pedindo esclarecimentos a fornecedores de carne citados na Operação. Em comunicados, as varejistas líderes do setor - o Grupo Pão de Açúcar (GPA), o Carrefour e o Walmart - destacaram ainda que possuem programas de monitoramento da qualidade dos alimentos vendidos. Eles informaram também que não comentam balanço de vendas.

Enquete

Busca para garantir qualidade

"Ficamos preocupados, mas continuamos consumindo carnes diariamente aqui em casa. Até porque não temos outras alternativas. Estamos mais atentos e observando produtos com mais qualidade"

Marcos trindade
Aposentado

"Fiquei mais receosa, mas precisamos nos alimentar e como carne todos os dias. Pretendemos continuar comprando, o que costumo comer mais é contrafilé. Em casa somos três estudantes"

Gerlane Rocha
Estudante

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