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sábado, 25 de março de 2017

Chuvas em março atingem 92,2% da média histórica



O volume registrado em março deste ano já é o maior desde o ano de 2009, quando o Ceará teve 207,9 milímetros

por Honório Barbosa - Colaborador


Iguatu A seis dias para terminar o mês, que é o segundo da quadra invernosa (fevereiro a maio), já choveu 92,2% do esperado para março. A julgar pela persistência das chuvas, é provável que neste fim de semana o Estado atinja o índice pluviométrico esperado para o período. Para março, o esperado, em média, são 203,4mm. Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), até sexta-feira, às 7 horas, havia registro de 187,6mm. Os dados são parciais e atualizados a partir de informações de centenas de postos de observação pluviométrica no Estado do Ceará.

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.Recarga dos açudes da RMF ainda não foi suficiente

O volume de chuvas registrado em março deste ano já é o maior desde 2009, quando o Ceará teve 207,9 milímetros durante o mês todo. Apesar de ser o maior em oito anos, o total de precipitações somente não é maior pois três das oito macrorregiões do Estado - Litoral de Fortaleza, Litoral Norte e o Maciço de Baturité - registraram chuvas abaixo da média histórica até essa sexta-feira (24).

A Funceme registrou entre as 7 horas dessa quinta-feira ( 23), e 7 horas dessa sexta-feira (24), chuvas em 128 municípios do Ceará. As precipitações dessa sexta-feira atingiram todas as regiões do Estado, mas o maior volume ocorreu na área Centro-Norte.

As três maiores chuvas foram observadas em São Gonçalo do Amarante (98mm), Ipaumirim (95.4mm) e Beberibe (86,2mm). As regiões dos Inhamuns e Cariri foram menos favorecidas nas últimas 24 horas.

Previsão

Para sábado (24), a Funceme prevê ocorrência de chuvas na região Centro-Norte que inclui as bacias hidrográficas da Serra da Ibiapaba, do Sertão Central, Médio e Baixo Jaguaribe, Acaraú, Curu, Litoral e Metropolitana. Já domingo, há possibilidade de chuva em todas as regiões do Estado.

Nos últimos dois dias do mês, houve uma intensificação das chuvas no Ceará devido à reaproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de precipitações no Estado, nessa época do ano, aliado à umidade do ar e correntes de ventos favoráveis. O meteorologista da Funceme, Raul Fritz, observou que o órgão faz previsão para todo o período, e não mês a mês.

"O quadro de temperatura do Oceano Atlântico Sul é de neutralidade", frisou. "É observada reduzida anomalia próxima à costa da África". Para a aproximação da ZCIT o ideal é o aumento da temperatura das águas superficiais do Oceano Atlântico Equatorial Sul.

Recargas

Fritz destacou ainda que as condições atuais não são favoráveis para que ocorram importantes recargas dos principais reservatórios do Estado, responsáveis pelo abastecimento dos maiores centros urbanos do Estado.

As últimas chuvas contribuíram para encher as cisternas de placas e de polietileno no Interior. "O inverno está bom para a produção agrícola de grãos de sequeiro e para a recarga das cisternas, aliviando temporariamente o sofrimento das famílias no sertão", observou o secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos, Aderilo Alcântara.

No geral, os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) acumulam 9,6% do volume total. Há quatro açudes sangrando: Acaraú-Mirim (Massapê), Caldeirões (Saboeiro), Valério (Altaneira) e Maranguapinho (Maranguape).

Nessa sexta-feira (23), a Cogerh registrou aporte de 56 milhões de metros cúbicos em 86 reservatórios do Estado. As recargas maiores foram observadas nos açudes Araras, General Sampaio, Orós, Acaraú Mirim e Umari. Na situação de volume morto estão 43 reservatórios e há deles 20 secos.

Fique por dentro

Funceme previu período com chuvas na média

A Funceme divulgou, em fevereiro, o prognóstico para o trimestre de março a maio. A análise apontou a probabilidade de 43% de chuvas na média, 20% de chances de atingir a categoria acima da média e 37% de abaixo da média histórica.

A análise reforça o primeiro parecer, apresentado em janeiro pelo órgão, que apontava um cenário com mais precipitações, no entanto, já revelava preocupação em relação a segurança hídrica do Estado. Para o segundo semestre, espera-se surgimento de El Niño e um consequente cenário de poucas chuvas.

O último ano com chuvas na média histórica ou acima dela foi em 2011, quando o volume acumulado entre fevereiro e abril foi 523 milímetros. De lá para cá, de 2012 a 2016, o volume observado foi de 283,9mm; 272,1mm; 375,1mm; 381mm; e 279,9mm, respectivamente.

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