sexta-feira, 17 de março de 2017
Previdência: governo quer aprovar reforma em maio
ESTIMA MEIRELLES
Ministro argumentou que não adianta manter as regras atuais e ter um sistema falido, que não tem condições de cumprir suas obrigações ( Foto: Thiago Gaspar )
00:00 · 17.03.2017
Frankfurt/Brasília. Já contando com a possibilidade de algum atraso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, previu ontem, 16, que a reforma da Previdência será aprovada pela Câmara dos Deputados até maio - a expectativa inicial era de que o aval dos parlamentares fosse concedido em abril, mas o ministro já considerou a possibilidade de alguma necessidade de adiar a decisão.
A aprovação no Senado, segundo Meirelles, deve se dar no início do segundo semestre deste ano, considerando que se trata de uma Casa com menos parlamentares e que, portanto, os trâmites tendem a ser mais rápidos.
Após manifestações
As previsões do ministro foram apresentadas um dia depois de protestos contra a mudança nas regras da aposentadoria em várias regiões do País. Ele argumentou que não adianta manter as regras atuais e ter um sistema previdenciário falido, que não tem condições de cumprir suas obrigações. "Vimos isso acontecer aqui na Europa e também em alguns Estados no Brasil. Isso é uma coisa que prejudica todos", disse para jornalistas após participar de um seminário na Alemanha, onde acontece reunião de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do G-20. Mais cedo, ao canal de notícias CNBC, Meirelles já havia dito que o Brasil tem mostrado que agora está caminhando para a direção certa. "As reformas estão ocorrendo", afirmou. "Todas as reformas devem ser aprovadas no segundo semestre deste ano", previu.
Apoio do Congresso
O presidente Michel Temer diz ter "a sensação" de que o Congresso continuará apoiando a agenda de reformas proposta pelo governo. Após comemorar os sinais de retomada da economia em uma entrevista convocada pela presidência da República para anunciar dados mensais do mercado de trabalho, ele exaltou o papel do Congresso e disse que "nós estamos num clima de estabilidade política e social".
"Eu tenho a sensação de que o Congresso continuará apoiando essas medidas, que são medidas que reforçam a ideia da estabilidade das instituições", disse. Apesar dessa percepção de estabilidade política e social, Temer demonstrou estar aberto a eventuais mudanças na reforma da Previdência. "É claro que, quando se fala de reforma da Previdência, há observações que serão examinadas pelo governo".
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