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segunda-feira, 6 de março de 2017

HOMOFOBIA Com 15 mortes no ano passado, Ceará ocupa o 6º lugar no ranking de assassinatos a LGBT



Dado consta no relatório de 2016 organizado pelo Grupo Gay da Bahia, mais antiga ONG de cidadania LGBT no país


Segundo relatório, matam-se mais homossexuais aqui do que nos 13 países do Oriente e África, onde há pena de morte contra os LGBT - Foto: Arquivo

O Ceará ocupa a 6ª posição no ranking de assassinatos a LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) no Brasil. O dado consta no relatório de 2016 organizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga ONG de cidadania LGBT no país. Ao todo, foram 343 homicídios desse tipo registrados em território nacional.

Ao longo de 37 anos de atuação do GGB, nunca antes chegou-se a um número tão alto, como conclui a pesquisa. A estatística aponta que, a cada 25 horas, um LGBT é assassinado vítima de “LGBTfobia”, o que faz do Brasil o campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. “Matam-se mais homossexuais aqui do que nos 13 países do Oriente e África, onde há pena de morte contra os LGBT”, revela o estudo.

A pesquisa aponta ainda que 31% das mortes foram praticadas com armas de fogo e 27% com armas brancas. Foram também considerados atos como enforcamentos, pauladas, apedrejamento, além de crimes cometidos envolvendo torturas, queima de corpos, etc.

Morte de Dandara

Nos últimos dias, um vídeo com requintes de crueldade envolvendo uma pessoa LGBT, ocorrido no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, ganhou as redes sociais e tem gerado revolta nos usuários da rede. Trata-se do ato que levou ao homicídio da travesti Dandara dos Santos, de 42 anos.

O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro, mas só agora - com a publicação do vídeo - gerou repercussão. Durante aproximadamente 1 minuto e 20 segundos, é possível ver Dandara sendo agredida por um grupo de homens no meio da rua, onde uma série de palavras de baixo calão são proferidas contra ela e até uma tábua de madeira é arremessada contra a sua cabeça.

A gravação termina com a travesti, já sem forças, carregada pelos agressores em um carro de mão. Informações constam que, depois dali, ela foi espancada até a morte.

O caso está sendo investigado pelo 32º Distrito Policial. De acordo com a Polícia, os envolvidos no crime foram identificados, porém ainda não foram detidos. A ação está sendo feita com cautela para não comprometer o trabalho policial.

Caso será acompanhado

Segundo Paulo Diógenes, coordenador da Diversidade Sexual de Fortaleza, o advogado Hélio Leitão, mediante convite feito pela Coordenadoria, deve acompanhar o caso de Dandara, sem nenhum ônus.

Além disso, ele conta que o órgão estará disponível para prestar total assistência à família da vítima, destacando a ação do Centro de Referência LGBT Janaina Dutra como um otimizador no que diz respeito ao combate da intolerância sexual.

“A gente precisa publicizar o Centro de Referência, já que a pessoa LGBT que está em situação de vulnerabilidade contará com todo um acompanhamento de assistentes sociais e psicólogos, por exemplo, quando lá chegar”, afirma. “Estou querendo algo mais: um escritório de advocacia que acompanhe os casos de LGTBfobia”.

Paulo conta ainda que, no momento - além de estar tomando as devidas providências com o caso Dandara e com outros que diariamente chegam na Coordenadoria - o órgão está cuidando do caso da travesti Hérica Izidoro, de 24 anos, espancada na Avenida José Bastos na madrugada do último dia 12 de fevereiro.

“Ela está no IJF (Instituto José Frota) em coma e talvez vá ter uma vida vegetativa, porque o crime aconteceu com os mesmos requintes de crueldade. É realmente lamentável que toda essa onda de ódio e intolerância esteja tão forte não só em nossa cidade, mas no país como um todo”, diz.

Reunião

A presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, Larissa Gaspar (PPL), informa que solicitou reunião com o delegado Bruno Ronchi, responsável pela investigação, e com o Secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, visando avançar no caso.

Na manhã deste sábado (4), com o mesmo intento, a gestora conversou com a diretora do Departamento de Polícia Especializada, delegada Rena Gomes. O planejamento é que, na segunda-feira (6), esse e outros atos de intolerância ocorridos no Estado devam ser levados para a reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal.

Integração

Tendo assumido a Coordenadoria de Políticas Públicas da Diversidade Sexual de Fortaleza há aproximadamente um mês, Paulo Diógenes frisa que, na nova gestão, o que ele vai priorizar é a integração.

“Estamos fazendo um plano anual e até já tivemos um encontro com o Secretário da Juventude de Fortaleza, Júlio Brizzi, para articularmos algumas ações. Acho que é pela juventude que devemos começar esse processo de conscientização sobre questões de gênero e sexualidade”, argumenta.

Assassinato de LGBT no Brasil, em 2016:

- São Paulo - 49
- Bahia - 32
- Rio de Janeiro - 30
- Amazonas - 28
- Minas Gerais - 21
- Ceará 15
- Goiás - 15
- Paraná - 15
- Rio Grande do Sul - 15
- Pernambuco - 14
- Mato Grosso do Sul - 12
- Alagoas - 10
- Pará - 9
- Rio Grande do Norte - 9
- Maranhão - 8
- Sergipe - 8
- Acre - 6
- Distrito Federal - 6
- Mato Grosso - 6
- Santa Catarina - 6
- Piauí - 4
- Rondônia - 4
- Tocantins - 4
- Amapá - 1
- Espírito Santo - 1
- Paraíba - Sem registro
- Roraima - Sem registro

*Fonte: Grupo Gay da Bahia

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