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terça-feira, 14 de março de 2017

ATRASOS SUCESSIVOS Municípios ainda aguardam por adutoras do Dnocs


Há um esforço do Dnocs para concluir a montagem e colocar as adutoras em funcionamento até maio




Em março de 2016, o governo do Estado definiu a instalação de 11 AMRs, mas, em agosto, o governo federal transferiu os recursos ao Dnocs ( Foto: Honório Barbosa )
por Honório Barbosa - Colaborador

Iguatu. A expectativa de que a implantação de seis das oito Adutoras de Montagem Rápida (AMR), que estão em andamento no Ceará, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), seria finalizada em fevereiro passado não se concretizou. O órgão corre contra o tempo para concluir os projetos que têm prazo variável de 120 a 180 dias.

As adutoras foram iniciadas em dezembro passado, nas cidades de São Luís do Curu, Apuiarés, Tamboril, Chorozinho, São João do Aruaru, Iracema, Pereiro e na localidade de Mineiro (Castanhão / Jaguaribara). Na tarde de ontem, o diretor geral do Dnocs, Ângelo José de Negreiros Guerra, reuniu-se com a coordenação de Obras para avaliar o andamento dos serviços a partir de relatórios apresentados pelos fiscais do órgão que estão em campo. Há um esforço do Dnocs para concluir a montagem e colocar as adutoras em funcionamento até maio próximo.

Garantias

"Não há problema de recursos, assegurados desde o ano passado. A empresa que não cumprir o contrato, sem justificativa, será multada", frisou o coordenador de Obras do Dnocs, Roberto Sérgio Limeira. Três adutoras tiveram aditivo de prazo por conta de atraso em instalação de rede da Coelce: Triângulo - Chorozinho; São João do Aruaru (que estão prontas) e Vila Mineiro, que aguarda chegada de sistema de bombeamento.

Segundo a Coordenação de Obras do Dnocs, as adutoras de São Luís do Curu e Apuiarés estão com 70% dos serviços concluídos; Tamboril está com 85%; Iracema e Vila Mineiro, com 80%. A mais atrasada é a de Pereiro, que é a mais extensa, com 48Km, cinco estações elevatórias e tem prazo de conclusão de 180 dias. Está com 30% dos serviços realizados. "Estamos estudando a mudança de área de captação no Rio Jaguaribe da margem esquerda para a direita, na localidade de Mapuá. Há também o problema de um trecho de 20Km, que é muito acidentado, explicou Limeira.

A previsão de que as chuvas da atual quadra não reabasteçam os principais reservatórios do Estado reforça a necessidade de implantação de sistemas alternativos de abastecimento de água dos centros urbanos. Um deles é a instalação de AMRs.

A adutora de Pereiro vai transferir água do Rio Jaguaribe até a cidade, no alto da Serra de Pereiro. O recurso hídrico depende de liberação de água do Açude Orós (que acumula menos de 10% de sua capacidade) para o Médio Jaguaribe. Estima-se que até maio a obra esteja concluída, mas há risco de atrasar mediante as dificuldades técnicas.

Inicialmente, o Dnocs previa que as adutoras de Apuiarés (que vai captar água do Açude General Sampaio), Tamboril (retirada de água do Açude Araras, via adutora de Crateús) e São Luís do Curu (Açude Caxitoré) estivessem concluídas em meados de fevereiro passado.

A seca é um problema histórico e, se o quadro atual persistir em 2016, já serão seis anos seguidos de chuvas abaixo da média. Haverá colapso hídrico nos grandes centros urbanos. A Funceme já anuncia possibilidade de formação do sistema El Niño a partir do segundo semestre deste ano, que poderá influenciar de forma negativa as chuvas em 2018. Essa previsão aumenta mais ainda a preocupação dos cearenses.

Fórmulas antigas

Até o momento, as políticas públicas de convivência com a estiagem repetem fórmulas passadas, com maior ou menor intensidade: construção de barramentos, distribuição de água por meio de carros-pipa, instalação de adutoras e de chafarizes, perfuração de poços profundos e transferência do recurso hídrico entre bacias.

Dos R$ 36,7 mi previstos, foram liberados R$ 16 mi em 2016 para as adutoras. Essas obras são aguardadas pelos moradores há quase dois anos. As ordens de serviço para implantação de adutoras vão beneficiar a população de sedes urbanas no Ceará foram assinadas pelo presidente da República, Michel Temer, em 10 de novembro de 2016, em solenidade em Brasília, que contou com a participação de 72 prefeitos cearenses, em Brasília, e do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho.

Em março de 2016, o governo do Estado definiu a instalação de 11 AMRs, mas cinco meses depois, em agosto, o governo federal decidiu transferir os recursos de obras de combate aos efeitos da seca ao Dnocs. A mudança gerou atraso e comunidades rurais aguardam a conclusão. Mediante a perda de reservas hídricas nos açudes há o risco de inviabilidade de algumas das adutoras, ou seja, a fonte de água que ainda existe, secar. "Os grandes e médios açudes estão secando no Interior", observou o integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim.

Recursos

36,7

Milhões de reais foi a verba prevista para a instalação das adutoras e R$ 16 milhões foram liberados somente no ano passado com este fim.

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