Doença de Alzheimer é tema de encontro

Pela primeira vez no Nordeste, a Reunião de Pesquisadores em doença de Alzheimer começa hoje
   

Mais de cem especialistas estarão no evento, que tem como objetivo discutir métodos de avaliação da doença, formas de diferenciá-la de outros tipos de problemas, além do debate sobre um plano nacional de demências ( Foto: Natinho Rodrigues )

É por meio da memória que revivemos as experiências de vida e criamos continuamente as nossas próprias identidades. Com o intuito de preservar uma das capacidades mais importantes para a manutenção da sanidade e lucidez humana, pesquisadores de todo o Brasil reúnem-se, hoje e amanhã, no Hotel Gran Marquise, na Beira-Mar, para a X Reunião de Pesquisadores em doença de Alzheimer.
Considerado o principal encontro do País sobre a doença de Alzheimer, o evento deve reunir mais de cem especialistas que tratarão da patologia, bem como de outros tipos de comprometimento cognitivo, abordando desde aspectos moleculares e genéticos aos achados clínicos, cognitivos e comportamentais, conforme esclarece Norberto Frota, coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia e professor adjunto do Curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor).
"O encontro teve início em 1997, em São Paulo, e é a primeira vez que ocorre em uma cidade do Nordeste. São pessoas que pesquisam tanto a prevalência, como o diagnóstico e a terapêutica da doença de Alzheimer, que vêm mostrar seus trabalhos e montar uma rede de pesquisa sobre essa doença", coloca.
O organizador informa que, durante a reunião, serão realizadas discussões acerca de métodos de avaliação, das maneiras de diferenciar o Alzheimer de outros quadros de demência, além do debate sobre a criação de um plano nacional de demências, propondo ao Governo Federal maneiras de aplicar na realidade do País os conhecimentos e descobertas laboratoriais sobre a enfermidade.
DesafiosNorberto Frota ressalta que apesar das pesquisas sobre o Alzheimer terem obtido cada vez mais novos conhecimentos sobre a enfermidade, ainda é necessário avançar em alguns aspectos.
"Temos visto cada vez mais avanço no diagnóstico de Alzheimer, mas ainda não conseguimos alcançar melhores resultados na questão da terapêutica. Contudo, isso vem sendo trabalhado no meio acadêmico e laboratorial. Quanto mais entendemos a doença, melhor podemos definir como tratá-la", esclarece o médico.
O especialista destaca que, atualmente, há uma prevalência de 50 mil pessoas com Alzheimer no território nacional, mas que o índice pode ser ainda maior, por conta do grande número de pessoas analfabetas, situação considerada como prognóstico de um possível quadro demencial.
"Hoje, quem sofre de Alzheimer pode ter acesso, no Brasil, aos medicamentos disponibilizados na rede pública de saúde. Contudo, ainda há carência na questão da terapêutica e recursos como fonoaudiologia e fisioterapia, que auxiliam no tratamento da doença", explica.
FIQUE POR DENTRODiagnóstico precisa de atençãoEnfermidade incurável, a doença de Alzheimer acomete majoritariamente pessoas idosas e pode ter seus sintomas tratados a fim de atrasar níveis mais graves da doença.
O Alzheimer se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas, tais como a memória, orientação, atenção e linguagem. O diagnóstico precoce da doença possibilita retardar o avanço, garantindo maior controle sobre os sintomas e melhor qualidade de vida aos pacientes e aos seus familiares. Estima-se que haja, atualmente, 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo com a enfermidade, muitas sem diagnóstico.
A atenção dos parentes é essencial, já que a fase inicial da doença muitas vezes passa despercebida. É preciso atenção a sinais como problemas de linguagem, perda de memória, mudanças de humor e ficar perdido em locais familiares.
Mais informaçõesReunião de Pesquisadores Em Doença de Alzheimer:
Dias 13 e 14 de novembro,
No Hotel Gran Marquise
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