CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Crise política divide bancada cearense na Câmara Federal

Crise política divide bancada cearense na Câmara Federal

Apesar das tentativas de aproximação da presidente da República, Dilma Rousseff, com o Congresso Nacional, o semestre deve ser espinhoso para o Governo Federal, considerando o recado que aliados têm mandado nos primeiros dias após retorno das atividades legislativas. Dois partidos, o PDT e o PTB, já abandonaram a base aliada do Palácio do Planalto. Deputados federais do Ceará admitem dificuldades a serem agravadas nos próximos meses e apontam que tem sido complicado unir correligionários em defesa do governo. Na noite do último dia 3, a presidente Dilma reuniu-se com lideranças partidárias da Câmara Federal e do Senado e presidentes de partidos para pedir cooperação em relação à chamada pauta-bomba por incluir projetos que elevam despesas da União em plena crise econômica e tentativa de ajuste fiscal. A expectativa é que líderes levassem o apelo da presidente a seus liderados, deputados e senadores.

No entanto, os afagos do Governo não surtiram efeito entre aliados. Um dia depois da reunião puxada pelo Planalto, votando contra orientação da maioria dos líderes de partidos aliados, o plenário da Câmara decidiu votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 443, que garante aumento do teto salarial para advogados públicos e delegados de Polícia. A orientação de lideranças aliadas ao governo era para adiar a votação, o que foi rechaçado pelo plenário. Na madrugada de quinta-feira, o substitutivo à PEC foi aprovado.

Sob condição de anonimato, parlamentares cearenses apontam os partidos com índice mais elevado de infidelidade à orientação das lideranças: PSD, PP, PTB e PRB. Na quarta-feira, o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), anunciou, no plenário da Câmara, que o partido votaria as matérias que estão na Casa de forma independente.

O deputado federal cearense Arnon Bezerra (PTB) concorda que o semestre será difícil para o Governo e alega que não houve reunião partidária após o encontro com a presidente Dilma. Acrescenta que o líder do PTB, Jovair Arantes, teria pedido sua opinião sobre ir ou não à reunião com a chefe do Planalto.

"Eu disse que sim, que sou favorável. Nesse instante é hora de unir forças, o projeto é maior do que as pessoas", declarou Arnon horas antes de o PTB se intitular independente nas votações da Câmara Federal. "Não pode tornar isso um campo de guerra", complementa.

Diário do Nordeste

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