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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Sífilis avança 817% em cinco anos entre jovens cearenses






Banalização do perigo, destemor, sexo sem camisinha e falta de esclarecimento também potencializam riscos para HIV, hepatites virais e gonorreia, entre outras, apontam especialistas
01:00 · 16.10.2017 por Lêda Gonçalves - Repórter

Uma doença que já esteve sob controle volta a chamar atenção dos especialistas em vigilância epidemiológica no Ceará: a sífilis, transmitida pela bactéria treponema pallidum, principalmente por via sexual, mas também da mãe para o filho, durante a gravidez. Somente na chamada sífilis adquirida (pelo sexo), a doença é a Infecção Sexualmente Transmissível (IFS) mais comum na população entre 15 e 24 anos no Estado, passando de 39 ocorrências, em 2010, para 358, até dia 9 de outubro passado, um aumento de 817%, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa).

Já a sífilis congênita - quando a bactéria passa da mãe para o bebê através da placenta - pulou 168% entre 2007 e 2015, com taxa de incidência de 8,7 casos por mil nascidos vivos, superior a nacional, que é de 6,5 a cada grupo de mil nascidos vivos, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

O País enfrenta uma epidemia da doença, reconhece a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério, Adele Benzaken.

Por esta razão, todos os estados promoverão nesta semana, de 16 a 20 de outubro, programação voltada para o combate e esclarecimento sobre a sífilis. No Ceará, informa a assessora técnica da Sesa, Danielle Rabelo, haverá campanha de testagem rápida em todos os municípios. Além disso, outras ações estão previstas. "O trabalho é contínuo, com cursos de capacitação, distribuição de insumos, como preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante e o monitoramento diário da situação no Estado", afirma.

Gravidade

A doença, esclarece o infectologista Anastácio Queiroz, pode levar a problemas de fertilidade e até a morte, se não tratada. A maior preocupação é com a transmissão de mulheres grávidas para os fetos. Os bebês podem sofrer malformações no sistema nervoso, perder a visão ou a audição e até mesmo morrer.



Para ele e outros especialistas, como a psicóloga Selma Vasconcelos, a população, principalmente os jovens, perdeu o medo e banalizou as ISTs, como a sífilis e HIV/Aids, que também vem avançando. Conforme a Sesa, os casos confirmados do HIV, na faixa dos 15 aos 24 anos de idade, pularam de 27, em 2007, para 354, no ano passado. A Aids (a manifestação da enfermidade) de 77 para 110, no mesmo período.

Prevenção

A psicóloga, mãe de dois filhos, conta que eles, agora com 13 e 15 anos, recebem esclarecimentos sobre as ISTs desde cedo. "Eu e o pai deles decidimos que, quanto mais cedo, melhor. Meu filho, quando completou 12 anos, recebeu camisinhas de presente e a menina, desde os 13 anos, também. Não podemos ter um falso moralismo de que eles não vão transar. Essa ideia é errada e fora da realidade e só leva a problemas de saúde sérios", analisa.

O importante, salienta a assessora técnica da Sesa, Danielle Rabelo, é ter em mente de que a sífilis e outras ISTs têm cura. "É preciso, quando sentir os primeiros sintomas, procurar um posto de saúde para um diagnóstico correto e começar o tratamento feito com penicilina".

O pior é quando atinge o sistema nervoso central do bebê que pode apresentar microcefalia. Não só o vírus da zika, explica, é responsável pela microcefalia. Se diagnosticada com antecedência, é possível prevenir a transmissão da sífilis para o bebê. Porém, em alguns casos, a doença só é diagnosticada depois que a criança nasce. Isso pode acontecer se a mãe não fizer o pré-natal ou se o acompanhamento não seguir as recomendações médicas.

Grávidas com sífilis podem sofrer aborto espontâneo no primeiro trimestre da gestação ou terem bebês prematuros, que terão muitas dificuldades para sobreviver. Com o tratamento adequado, a grávida pode ter 100% de chance de o feto não ser afetado pela doença.

Na semana passada, representantes do Ministério da Saúde e de várias entidades ligadas à área de saúde se reuniram para debater a elaboração da nova "Agenda de Ações Estratégicas para Redução da Sífilis no Brasil" para o biênio 2018-2019. A primeira Agenda foi elaborada em outubro de 2016, com prazo até 21 de outubro deste ano. "Há uma série de questões estratégicas que precisam ser retomadas e debatidas. Precisamos agir com rapidez e eficiência com relação a esse agravo, principalmente com a sífilis congênita. É inadmissível que ainda haja casos de sífilis congênita no País", afirmou Adele Benzaken.

Na visão da socióloga Maria Helena Diniz, a preocupação maior com o avanço da doença entre jovens é que eles deixaram de sentir medo. "Até porque, com o coquetel, a Aids deixou de ser uma sentença de morte". Já entre os mais velhos, o aumento se explica porque o preservativo incomoda e eles não usam. "A negligência e o descuido são também fatores predominantes",diz.

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