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terça-feira, 11 de abril de 2017
AEDES AEGYPTI Arboviroses: 79 cidades do Ceará estão em alerta
Conforme o LIRAa de 2017, o número corresponde a 58,6% dos 135 municípios que já realizaram o estudo
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por Vanessa Madeira - Repórter
Pelo menos 79 municípios estão em situação de alerta ou com risco de surto de arboviroses no Ceará. A informação faz parte do primeiro Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de 2017, divulgado ontem (10) pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). O número corresponde a 58,6% das 135 cidades cearenses que já realizaram o estudo neste ano. Destas, 41 (30,4%) apresentaram, nos meses de janeiro e fevereiro, alto nível de infestação pelo mosquito, sinalizando para ameaças de epidemias. Já 38 encontram-se com nível médio de infestação, considerado de atenção. Os demais 56 municípios estão em situação satisfatória.
Conforme o documento, os maiores Índices de Infestação Predial (IIP) foram encontrados nos municípios de Capistrano (20,3), Canindé (17,5), Baturité (14,3), Farias Brito (13,4) e Aracoiaba (11,5). De acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde, são avaliados como em estado de risco as cidades com IIP superior a 4.
A supervisora do Núcleo de Controle de Vetores da Sesa, Roberta de Paula Oliveira, afirma que, em relação ao primeiro LIRAa realizado em 2016, embora menos municípios tivessem participado do estudo, houve aumento do número de cidades com baixa infestação, redução nas de média infestação e constância nas com alta infestação.
"Alguns municípios saíram da média para baixa, o que significa que houve um controle mais efetivo do mosquito. Mas continuamos com mesmo percentual de municípios com alta infestação, que são, principalmente, os que ficam no Sertão Central, onde existem mais problemas de abastecimento e a população precisa guardar mais água", observa.
Depósitos
O levantamento revelou, ainda, que a principal fonte de infestação de mosquitos (57%) foram depósitos de água a nível do solo, como cisternas, tambores e tanques, utilizados para armazenamento. Em segundo lugar (14,64%), vieram os depósitos móveis, tais como vasos, pratos, frascos com plantas e bebedouros de animais. Em terceiro (11,29%), os depósitos de água elevados, como caixas d'água.
Para a supervisora da Sesa, o fato de grande parte das fontes estarem dentro das casas é preocupante e mostra que falta informação e consciência da população sobre os cuidados no combate ao mosquito.
"No caso dos depósitos, às vezes são as únicas formas de armazenamento da população, e aí, quando começa a chover, as pessoas aproveitam para guardar água em casa. Realmente é uma necessidade de sobrevivência, mas tem ser feito da forma correta. Por mais que troque ou jogue a água fora, os ovos do mosquito ficam grudados no depósitos, então precisa sempre limpar", diz.
Acompanhamento
Segundo Roberta, neste ano, municípios em alerta ou com risco de surto passarão a receber mensagens semanais da Sesa notificando sobre a situação e exigindo a entrega de planos com atividades de controle. "Fazemos um monitoramento semanal desses dados, tanto de infestação quanto de incidência das doenças. Também temos visitado os municípios que estão apresentando dificuldades no controle ou que estão em situação de aumento".
O boletim mais recente de arboviroses da Sesa, divulgado em março, apontava, 2.387 casos confirmados de dengue, 1.867 casos de chikungunya e 29 casos de zika.
Fique por dentro
Municípios sem monitoramento perderão verbas
No Ceará, dos 162 municípios que se encaixam nos critérios para a realização do LIRAa (por estarem infectados e possuírem mais de 2.000 imóveis), 27 ainda não entregaram o primeiro levantamento deste ano. De acordo com Roberta de Paula Oliveira, as cidades têm até o mês de junho para executarem o monitoramento. Caso contrário, correm o risco de perderem recursos federais para o custeio ações de controle do vetor.
Segundo portaria publicada no ano passado pelo Ministério da Saúde, o repasse de cerca de R$ 60 milhões em verbas passou a ser condicionado à elaboração do documento.
Além do LIRAa referente aos meses de janeiro e fevereiro divulgado em abril, são necessários outros dois levantamentos ao longo do ano: um referente a maio e junho, divulgado em julho; e outro referente a outubro e novembro, liberado em dezembro.
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