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domingo, 16 de abril de 2017

Para marqueteiros, Lava Jato forçará políticos ao centro



THAIS BILENKY
DE SÃO PAULO
16/04/2017 02h00
Silvia Costanti - 10.out.2016/Valor/Folhapress

O marqueteiro Lula Guimarães, que fez a campanha de João Doria à Prefeitura de São Paulo


Os depoimentos de delatores da Odebrecht foram a gota d'água no processo de desgaste da classe política tradicional, que precisará daqui para a frente adotar um discurso de centro e evitar a polarização para sobreviver, dizem marqueteiros.

Para eles, as candidaturas em 2018 serão construídas em cima de atributos pessoais. Vencerá aquele que conseguir superar a antipolítica, criando identificação direta com o eleitor desiludido e mostrando uma plataforma que prometa resolver seus problemas cotidianos.

Por esse raciocínio, a polarização, acentuada a partir das manifestações de 2013, chegou ao ápice, e o centro se esvaziou. Para evitar a ascensão de populistas, que se aproveitarão da corrosão do sistema partidário, os candidatos das vias tradicionais terão de construir pontes.


Resta saber quem sobreviverá à Operação Lava Jato.

"A desilusão do eleitor é violenta, tem muita gente que não quer votar em ninguém. É natural que essa massa crescente de indecisos busque alguém no centro, com quem se identifique", disse o publicitário Chico Mendez.

"Você gera identificação quando o candidato se apresenta no mesmo patamar que o seu, admite que erra como você, pede perdão como você", afirmou Mendez.

Parte dos marqueteiros e analistas políticos ouvidos pela reportagem aposta que o caminho está aberto para João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, que nega pretensão de disputar o Planalto. Outra parte é cética quanto à sua possibilidade de conseguir a candidatura, em meio às disputas no PSDB.

Mas é consenso que a forma como Doria se comunica –de forma direta com o eleitor, sem se vincular à classe política tradicional– será fundamental para os candidatos em 2018.

Para eles, a população, de modo geral, não diferenciará os graus de envolvimento com esquemas de caixa dois e/ou corrupção. Serão todos nivelados por baixo, e a disputa se dará entre a trajetória pessoal de um versus a trajetória pessoal de outro.

A Lava Jato "tem um grande potencial destrutivo", observa Lula Guimarães, que fez o marketing da campanha de Doria à prefeitura em 2016.

"Mas é possível que o estrago seja neutralizado por criar um denominador comum, fazendo com que o 'drive' deixe ser a ética e passe a ser a entrega", afirmou.

Por exemplo, diz ele, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cotado para disputar a Presidência, tenta criar um canal direto com a classe média.

O tucano tem dito que o mote de sua campanha, se conseguir viabilizá-la, será a criação de empregos.

Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se coloca como o legítimo representante dos pobres, resgatando as suas origens.

Os dois estão envolvidos na Lava Jato em graus distintos –o petista já é réu e foi implicado por mais delatores que o tucano, acusado de ter negociado caixa dois.

Mas, para o cientista político Antonio Lavareda, a eleição está "muito distante para que os fatos revelados sejam capazes de definir o que vai ocorrer em 2018".

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