CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

domingo, 16 de abril de 2017

lava jato Crise da Operação Lava Jato estimula criação de 'start ups' políticas



IGOR GIELOW
DE SÃO PAULO
16/04/2017 02h00
Adriano Vizoni/Folhapress

O cientista político Leandro Machado, 39, fundador do Movimento Agora!, de viés liberal


A implosão da política tradicional pela Operação Lava Jato estimulou a proliferação de grupos suprapartidários que procuram influenciar o debate público –e, talvez, achar o nome de um candidato a presidente para chamar de seu em 2018.

Essas "start ups" políticas, geralmente com 50 ou 100 membros, têm em alguns casos apoio empresarial e a presença de poucas figuras com ligações partidárias. A maioria adota um discurso que flutua no espectro do liberalismo econômico e o autointitulado progressismo social.

"Este é um momento rico para o debate. O mundo político caiu", diz o cientista político Leandro Machado, 39, um dos criadores do Agora!, que reúne 50 membros de perfis diversos, como a especialista em segurança pública Ilona Szabó e Hussein Kalout, secretário de Assuntos Estratégicos do governo Michel Temer.


O Agora! lançará seu programa em junho, e as linhas gerais apontam para a defesa de um equilíbrio entre Estado e iniciativa privada e liberdade individual. "Não seremos um partido político, mas vamos apoiar candidatos", afirma Machado.

A tática é a mesma adotada pelo MBL (Movimento Brasil Livre), que ajudou a organizar as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff e virou paradigma de estratégia digital entre ativistas –embora seja considerado muito à direita pela maioria dos novos grupos.

O MBL não virou partido, mas viu políticos associados a seu nome se elegerem em 2016, como o vereador paulistano Fernando Holiday (DEM).

Em linha com o Agora! há o Meu Rio, o Acredito! e o Livres, uma dissidência do partido nanico PSL que adotou discurso libertário e teve como padrinho de lançamento no Rio o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco –que continua filiado ao PSDB.

"Esperamos poder crescer dentro do partido", diz o presidente do PSL no Rio, Paulo Gontijo, 36. Suas bandeiras vão do Estado mínimo à legalização da maconha.

Outro grupo, o Nova Democracia, está focado em formular uma proposta de reforma política que permita a ascensão de novas lideranças. A discussão ora no Congresso dificulta isso, por prever cláusula de barreira e lista fechada.

Contra a tendência de não formar agremiações, há o exemplo solitário do Partido Novo. "O momento é único para todos nós", diz o seu presidente, o executivo João Dionísio Amoêdo. Criado como "start up" em 2010, o Novo virou sigla e disputou sua primeira eleição no ano passado, elegendo vereadores em quatro capitais.

Além de alergia aos mecanismos da política tradicional, os movimentos temem ter o mesmo fim da Rede da ex-senadora Marina Silva.

Após ficar em terceiro lugar na eleição presidencial de 2010 pelo PV, Marina tentou viabilizar sua sigla para disputar em 2014.

Não deu certo, mesmo com o apoio de pesos-pesados como o banco Itaú e a indústria de cosméticos Natura, e ela virou vice de Eduardo Campos pelo PSB, assumindo a vaga de presidenciável após a morte do candidato.

Abalada pela campanha negativa que sofreu por parte do PT, que ajudou a tirá-la do segundo turno, Marina até conseguiu formar a Rede, mas o partido não tem capilaridade e a liderança da ex-senadora é questionada. Empresários simpáticos a ela começaram a olhar para os lados.

O exemplo mais notório é o de um dos fundadores da Natura, Guilherme Leal. Ele foi vice de Marina em 2010 e montou a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, uma incubadora de "start ups" políticas que gestou o Acredito! e o Brasil 21.

O debate fora dos partidos ocorre também em entidades como o Instituto Millennium (RJ) e o Centro de Liderança Pública (SP), além de agremiações da área econômica, como a Casa das Garças (RJ).

Em 2018, apenas o Novo deverá ter um candidato próprio. "Vamos focar na Presidência e na formação da bancada", diz Amoêdo.

O partido tem nos quadros o ex-técnico de vôlei Bernardinho e já sondou, há algum tempo, o apresentador de TV Luciano Huck, que em entrevista recente à Folha defendeu a necessidade de ter sua geração ouvida.

Contra as intenções há a realidade. Participar da vida política hoje é tarefa para partidos estruturados.

Assim, quase todas as conversas giram sobre a viabilidade de nomes dentro de siglas tradicionais e, por exclusão dos tempos de Lava Jato, o prefeito paulistano João Doria (PSDB) é sempre citado.

"É ótimo nome", afirma Amoêdo. Apesar de uma rusga entre Holiday e o secretário de Educação paulistano, o MBL apoia abertamente Doria à Presidência.

Bem avaliado até aqui, Doria hoje espera o destino de seu padrinho e também presidenciável, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), envolvido na delação da Odebrecht

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Boa notícia ! Ceará é destaque internacional com programa ‘fila zero’ para transplante de córneas

O Ceará ganhou destaque no 3º Fórum Internacional do Sistema Nacional de Transplantes com o sucesso do programa ‘fila zero’. O evento, reali...