A um passo do centenário do maestro iguatuense Eleazar de Carvalho.

Cearense de Iguatu, Eleazar de Carvalho não mediu esforços para se tornar um grande nome da música erudita. Aluno do russo Serge Koussevitzky (1874-1951) e amigo de Leonard Bernstein (1918-1990), o ex-tocador de tuba na marinha foi regente das orquestras sinfônicas de Porto Alegre, São Paulo e Brasileira. Conhecido pelo temperamento forte e determinado, ele também levou sua música para o mundo. E foi de lá, mais precisamente de Tanglewood, nos Estados Unidos da América, que ele trouxe a ideia de um festival envolvendo apresentações musicais e formação de novos músicos. Falecido em 1996, ele não chegou a ver seu desejo realizado. Mas, dois anos depois, atendendo a uma promessa feita nos últimos momentos de vida do maestro, Sonia Muniz, sua esposa, tomou as rédeas do projeto e deu início ao Festival Eleazar de Carvalho, que abre sua 13ª edição neste domingo (3) e segue até o dia 24. Na primeira noite, no Teatro Celina Queiroz, às 18 horas, serão apresentadas a peça sinfônica Trompete voluntário, de Henry Purcell, e a execução da Alleluia, de Randall Thompson, música que tradicionalmente abre o Festival de Tanglewood. “É um dos festivais mais famosos do País e já levou muita gente pra fora”, comenta Sonia. A vasta programação, que se divide entre o Campus da Unifor, Teatro Celina Queiroz e o Theatro José de Alencar, agrega concertos, recitais e cursos de instrumentos musicais, canto e técnica vocal, regência de coral e banda, e música de câmara. Entre os professores convidados, Sonia Muniz destaca as presenças do russo Sergey Arutyunyan, atualmente radicado em Portugal, responsável pelas aulas de violino, e do australiano Lachlan Dent, professor de violoncelo. Além das presenças internacionais, os cearenses serão responsáveis pelas primeiras noites do Festival, incluindo o grupo de violonistas Quinta Essência, que apresenta, no dia 6, às 20h30min, no Teatro Celina Queiroz, obras de, entre outros, Piazzola, Beatles e do sambista Nelson Cavaquinho. As apresentações da 13ª edição do Festival Eleazar de Carvalho prestam homenagem a quatro nomes da música. O primeiro é o regente e compositor austríaco Gustav Mahler, que este completa 100 anos de morte. Em seguida, o pianista Franz Liszt, nascido há 200 anos na Hungria. Por fim, os brasileiros Almeida Prado e Henrique Pinto, respectivamente pianista e violonista, falecidos no ano passado. Já para o ano que vem, a homenagem programada é ao centenário do maestro que dá nome ao festival. Sonia Muniz adianta que entre suas pretensões está a da criação de uma comenda Eleazar de Carvalho e a exibição de dois filmes sobre o cearense. “Ele tinha orgulho de ser nordestino. Duvido que tenha um nordestino mais nordestino do que ele”, lembra Sonia. “Como ele veio de baixo pra cima, fazia questão de ajudar muita gente que também queria crescer. Fico realizada de poder prestar essa homenagem ao Eleazar”. SERVIÇO XIII FESTIVAL ELEAZAR DE CARVALHO O quê: festival que contempla apresentações e cursos de música Quando: de 3 a 24 de julho Onde: Campus da Unifor (Av. Washington Soares, 1321 – Edson Queiroz) e Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 – Centro) Quanto: gratuito Outras info.: 3477 3111.

Fonte: Miséria.