Salários garantidos; 13º será pago no dia 18/12
Secretário da Fazenda diz, no
entanto, que pagamentos em 2016 dependerão da política econômica brasileira
De acordo com o titular da Sefaz-CE,
Mauro Filho, o Estado irá desembolsar R$ 400 milhões para conceder a segunda
parcela do 13º salário ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
Apesar de estar
encarando um descompasso entre o crescimento de sua receita e de suas despesas,
o Governo do Estado do Ceará garante estar com as contas equilibradas e assegura
o pagamento em dia dos salários de seus servidores até o fim do ano.
O Estado também irá
desembolsar R$ 400 milhões para conceder a segunda parcela do 13º salário aos
funcionários públicos estaduais no próximo dia 18 de dezembro. Em relação ao
próximo ano, entretanto, ainda não é possível garantir que a situação
permanecerá a mesma.
"Para 2016,
isso vai depender da política econômica brasileira", afirma o titular da
Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz), Mauro Filho, em entrevista ao
colunista Egídio Serpa, no estúdio da TV DN.
No último dia 10 de
julho, o Estado pagou a 1ª parcela do 13º aos servidores estaduais, o que
representou um desembolso aproximado de R$ 400 milhões. O funcionalismo público
estadual contém, hoje, cerca de130 mil pessoas, entre ativos, inativos e
pensionistas.
"A gente está
controlando muito o custeio, para que isso não venha a ser um empecilho no
futuro, mas o Estado do Ceará terminará o ano pagando com tranquilidade os seus
servidores e pagando também a segunda parcela do 13º, que a maioria dos estados
não pagará", ressalta Mauro Filho.
O Estado possui um
orçamento de aproximadamente R$ 23 bilhões para este ano, considerando-se
operações de crédito, recolhimento de impostos e repasses federais. Levando-se
em conta apenas a arrecadação, são R$ 16 bilhões, cujas principais fontes de
recursos são R$ 10 bilhões do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), R$ 5 bilhões de Fundo de Participação do Estados (FPE) e R$
800 milhões do Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Receita cresce
Mesmo em meio à
crise econômica do País, a receita do Estado cresceu 7% de janeiro a agosto
deste ano, em comparação com igual período do ano passado, enquanto as despesas
tiveram crescimento maior (9%).
Segundo o
secretário da Fazenda, a expectativa é de que houvesse avanço de até 10% na
arrecadação. "O Ceará não é imune às oscilações da economia brasileira.
Nós estamos sendo afetados. A atividade econômica do Ceará está
diminuindo", avalia o titular da pasta.
Maior impacto
O maior impacto
sobre a redução da receita é decorrente das retrações de repasses federais por
meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). "Em julho, (o FPE)
cresceu 3%, e em agosto, 0%. Eu estou preocupado é com setembro, como é que vai
ser", afirma o secretário.
O titular da Sefaz
avalia como necessário o corte de gastos de quase R$ 70 bilhões anunciado pelo
governo federal no orçamento, mas diz que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
está "aumentando muito os impostos: aumentando o IPI, Pis/Cofins, IOF,
alterando regras de acesso ao seguro desemprego, de pensões, portanto, está em
uma retração grande do lado fiscal", salienta.
O secretário também
critica a redução de financiamentos feitos pelo governo federal,
"inclusive para o setor público", e diz que o Comitê de Política
Monetária (Copom), do Banco Central deveria ter reduzido a taxa básica de juros
(Selic) ao invés de mantê-la em 14,25%, de acordo com decisão divulgada na
última quarta-feira. "Ele (Levy) reduz o crédito e aumenta demais a taxa
de juros. Ele precisa urgentemente fazer uma diminuição disso ou então o Brasil
para", sugere ele.
Endividamento do
Estado
O secretário da
Fazenda afirma que o Estado está com um baixo grau de endividamento, o que dá
conforto para a obtenção de novos créditos. "A lei diz que eu posso dever
duas vezes o valor da minha receita, e eu só devo 42%. São Paulo deve 179%,
Minas Gerais, 170%; e Rio Grande do Sul, 210%", defende.
Mauro Filho ainda
ressalta que o Estado não gasta por ano mais do que 11,5% da sua receita com o
pagamento de juros e amortização da dívida pública. "A União mal consegue
pagar os juros. Eu pago juros e amortização e dá só 6,15%, que é o valor que
nós gastamos em 2014. Talvez nesse ano a gente gaste em torno de 6,4%, 6,5%",
prevê o secretário.
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