Cantor caririense conquista a Europa
A arte do músico é conhecida por fãs de países europeus, visitados nas turnês internacionais. |
A surpresa de encontrar no público europeu, em turnê de dois meses, que chega a sua etapa final, e ver no Velho Mundo o prazer de cantar e aprender a dançar forró, tem sido um dos grandes presentes por onde o cantor juazeirense tem passado. Apresentando desde músicas autorais, mestres como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, além do juazeirense Luiz Fidelis, e Flávio Leandro, entre outros, até o final desse ano o artista deverá estar finalizando trabalho de parceria com o Padre Zezinho, na gravação de novo trabalho. As oportunidades nascem nos lugares por onda passa.
Durante essa turnê pela Europa, o cantor participou do Brazilian Day, em Estocolmo, na Suécia, onde ele diz que "botou para dançar na praça do Rei, suecos e brasileiros que vivem naquele país". Somam-se 15 apresentações pela Europa. Entre uma e outra, até foi convidado para ser garoto propaganda de conceituado vinho português, no Brasil.
Junção Um caminho de construção veio sendo trilhado pelo artista, que esteve em outros momentos na Europa. Uma rede de amigos foi importante para se chegar a esse momento. O cantor esteve no continente europeu em outras ocasiões, principalmente na Espanha e Portugal.
A cantora paulista Rose Nascimento foi uma das responsáveis pela junção dos grupos. Daí, veio a necessidade de conhecer as pessoas, e Fábio então aproveitou o momento para contatar promotores de eventos na Europa, principalmente do bom forró. Não deu outra. A partir desse momento começou a nascer a turnê, que tem se estendido por países como Portugal, França, Inglaterra, Noruega, Suécia, Suíça, Alemanha e Rússia.
Ele avalia o crescimento do forró na Europa. Mas ao mesmo tempo, teme que as novas gerações brasileiras deixem no esquecimento o forró tradicional. Na verdade, conforme o artista, é uma ascensão surpreendente, por ver os jovens cada vez mais se interessarem pelas músicas.
"Eles procuram também escolas para aprender a dançar. Os forrozeiros na Europa não veem o forró como um estilo musical apenas.Veem como um estilo de vida", diz Fábio Carneirinho. Ele ainda arrisca dizer que a juventude estrangeira poderá salvar o forró em sua essência, enquanto os brasileiros esquecem.
A luta tem sido intensa para manter um repertório tradicional, em meio à batalha travada com o forró eletrônico, que afasta os ouvidos principalmente da juventude. "Tem sido uma luta árdua. A juventude brasileira não tem muito interesse por música ou qualquer outro tipo de arte autêntica", afirma. E a preocupação é que as próximas gerações percam as referências artísticas, principalmente o forró.
O cantor e compositor, que tem uma agenda praticamente lotada por todo o ano e é presença constante em grandes eventos no Nordeste brasileiro, a exemplo do maior São João do mundo, em Campina Grande, além de Caruaru, onde o forró tradicional tem tido mais espaço, já gravou 5 CDs e 2 DVDs. São, em média, 100 shows por ano em todo o nordeste. Antes de iniciar a carreira, foi tecladista em várias bandas de baile, entre 1996 e 2000.
Já no período de e 2001 e 2003, acompanhou o Padre João Carlos, conhecido como Pe. Zezinho, em sua banda, realizando shows de música cristã em todo o Brasil. O convite para gravar com o Padre Zezinho foi a grande surpresa, num momento em que Fábio Carneirinho estava na casa do sacerdote no momento de uma visita. Sempre que ele vinha cantar na região, chamava o músico e instrumentista para integrar os shows.
Depois disso, vieram os arranjos elaborados pelo juazeirense, com a participação de músicos da região. Alguns detalhes ele acrescentou em Fortaleza. "Agora falta apenas eu juntamente com ele gravarmos as vozes nos estúdios Paulinas em São Paulo", afirma. O disco deverá ser lançado em dezembro.
(Diário do Nordeste - Cariri)
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