CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

ESPERANÇA Castanhão tem maior aporte em 24 horas



As chuvas já mudaram a paisagem do sertão e aos poucos vão recarregando os reservatórios




O Castanhão, maior açude do Estado, está com 5,04% da sua capacidade ( Foto: Honório Barbosa )
00:00 · 21.02.2017 / atualizado às 00:32 por Honório Barbosa - Colaborador
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Iguatu. As chuvas que vêm banhando o Estado transformam a paisagem do sertão, com cheias de pequenos açudes particulares e a vegetação da Caatinga, que vai mudando o tom de cinza pelo verde. Neste cenário, considerando só a chuva de domingo para segunda, o Castanhão, maior reservatório do Ceará, foi o açude a receber o maior aporte, de 2.402.514 de metros cúbicos, atingindo 5,02%.

A Funceme registrou precipitações em 141 municípios entre as 7 horas da manhã de domingo e 7 horas de segunda-feira. As três maiores foram registradas em Jaguaretama (125mm), Fortim (106mm) e Altaneira (105.5mm). Neste mês de fevereiro, já choveu 2,5% a mais do que o esperado para o período que é de 118.6mm. Até ontem, a Funceme havia registrado, em média, 121.6mm. Para hoje, prevê tempo com nebulosidade variável, com chuva em todas as regiões do Estado e, para amanhã, precipitações isoladas no Centro-Norte e possibilidade de chuva no Sul do Ceará.

No Estado, há uma barragem sangrando, a de Caldeirões, no Rio Jaguaribe, em Saboeiro. Os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) apresentam um volume médio de 1,17 bilhão de m3 (6,28%).

No último dia 17, o Açude Caldeirões, que barra o Rio Jaguaribe, em Saboeiro, começou a transbordar com uma lâmina de 5cm. Nos últimos sete dias, foram registrados aportes em 63 açudes, destacando-se Angicos, Aracoiaba, Araras, Ayres de Sousa, Banabuiú, Castanhão, Caxitoré, Edson Queiroz, Frios, Pedras Brancas e Pentecoste.

O Açude Martinópole saiu do volume morto e Barra Velha, Cipoada, Cupim, Monsenhor Tabosa, Penedo, Premuoca, São José I, Sousa e Tijuquinha, que estavam secos, saíram dessa condição. Neste ano, já foi registrado um aporte total de 70 mi de m³.

Prognóstico

A Funceme divulga, hoje, o segundo prognóstico na quadra chuvosa, desta vez para o trimestre - março, abril e maio. O anúncio será no auditório da Cogerh, a partir das 8h30, durante reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Segundo o meteorologista da Funceme, Raul Fritz, os números devem ser próximos aos da primeira previsão, que apresentou índice de 40% de chance das chuvas ficarem dentro da média; 30% abaixo e 30% acima.

"As condições não são favoráveis, no geral, e esses sistemas, que estão atuando nos últimos dias, provocando chuvas localizadas, algumas intensas, podem desaparecer", frisou Fritz. "O Oceano Pacífico Equatorial está neutro e no Oceano Atlântico também há neutralidade, embora ocorra um leve aquecimento ao Norte da Linha do Equador".

Fritz avalia que as condições atuais são mais favoráveis do que o quadro ocorrido em 2016, quando havia atuação de El Niño. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é uma massa extensa de nuvens, principal sistema meteorológico que provoca chuvas no Ceará durante a quadra invernosa. A ZCIT costuma se posicionar onde há águas mais aquecidas. Daí a importância de que as águas superficiais do Oceano Atlântico Tropical estivessem com temperaturas mais elevadas.

As chuvas dos últimos dias, segundo Fritz, decorreram de uma junção de fatores: umidade elevada, instabilidade do ar, convergência de ventos favoráveis e uma aproximação da ZCIT.

Reserva por região

Atualmente, o volume de água das bacias está distribuído: Litoral (25,57%), Alto Jaguaribe (11,14%), Coreaú (28,23%), Metropolitanas (9,36%), Serra da Ibiapaba (12,85%), Médio Jaguaribe (4,56%), Salgado (10,11%), Acaraú (7,17%), Banabuiú (1,62%), Sertões de Crateús (1,44%), Curu (1,46%) e Baixo Jaguaribe (0,00%).

Houve aumento nas bacias do Litoral, Coreaú, Médio Jaguaribe, Salgado, Acaraú, Sertões de Crateús e Curu. A recarga dos reservatórios ainda é reduzida, mas traz a esperança de que nos próximos dois meses ocorram chuvas intensas para melhorar as condições das reservas hídricas que estão muito baixas. Os meteorologistas e autoridades temem que não ocorram chuvas suficientes para a melhoria necessária do nível dos açudes.

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