A Usina Solar de Tauá terá investimento europeu. A gigante do setor elétrico alemão, E.ON AG, assinou com a MPX Energia, do empresário Eike Batista, os acordos definitivos para a criação de uma joint venture (JV) para investir em negócios de energia no Brasil e no Chile. A Usina de Tauá, nos Inhamuns, fará parte da nova companhia, com transação prevista para ser finalizada em julho deste ano, informou o diretor de Implantação e Operação da MPX, Marcus Temke.
O comunicado aos investidores foi feito à Comissão de Valores Mobiliários (CMS) dia 23 deste mês. No dia 18 de abril, as duas empresas haviam anunciado a assinatura dos contratos da criação da nova empresa, com 50% de participação para cada uma.
A JV terá 50% dos cerca de 11 mil Megawatts (MW) em projetos da MPX que já foram licenciados. Além da Usina de Tauá, farão parte de JV as termelétricas Açu, no Rio de Janeiro (5,4 mil MW); Central Castilla, no Chile (2,1 mil MW); Sul e Seival, no Rio Grande do Sul (1,3 mil MW), além da expansão da Usina Termelétrica Parnaíba (1,5 mil MW), no Maranhão.
Os projetos da Energia Pecém e UTE Pecém II, ambas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), continuam somente com a MPX. “Já que MPX e a E.ON desenvolverão projetos de geração de energia convencional e renovável, bem como atividades de suprimento e comercialização no Brasil e no Chile, a Usina Solar de Tauá é a única que fará parte da nova empresa”, ressaltou Temke.
“O processo de conclusão de estabelecimento da nova companhia depende ainda de algumas etapas relativas a questões financeiras e legais, entretanto, os trabalhos estratégicos já começaram”, garantiu o diretor.
A MPX vai levantar cerca de R$ 1 bilhão (423 milhões de euros) por meio de um aumento de capital. Nessa operação, a E.ON vai investir aproximadamente R$ 850 milhões (350 milhões de euros) para obter uma participação de 10% na MPX, informou.
A mudança nos negócios dá força para a ampliação da Usina de Tauá, já anunciada pela MPX em seu lançamento oficial, dia 4 de agosto de 2011. Atualmente, está em operação 1 MW de energia, mas há planos chegar a 50 MW. Para tanto, a Licença Prévia (LP) já foi solicitada dia 16 de fevereiro. A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) informou, por meio de nota, que a LP está em análise no setor técnico.
A expansão para 50 MW depende ainda de mercanismos de contratação de energia. O Governo Federal estuda um leilão para energia solar e o Ceará finaliza a estruturação do Fundo de Incentivo em Energia Solar (Fies).
A usina cearense é a primeira com caráter comercial do País de geração de energia a partir do sol. Conta com 4.680 painéis fotovoltaicos que convertem a energia solar em elétrica, ocupando uma área de cerca de 12 mil metros quadrados. Foram investidos aproximadamente R$ 10 milhões na unidade. A capacidade inicial de 1 MW é o suficiente para abastecer 1,5 mil residências.
Do O Povo.
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