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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012



Apenas sete habitantes vivem em ‘cidade fantasma’ no Sertão do Ceará.

Distrito fica a 27 quilômetros de Parambu. O único acesso é por estrada de piçarra

O distrito de Cococi perdeu o status de cidade em 1979 e hoje pertence ao município de Parambu, no Sertão dos Inhamuns do Ceará. Atualmente vivem sete pessoas de duas famílias na ex-cidade que já abrigou duas mil pessoas.

A cidade é de grande importância para a história da região dos Inhamuns. De acordo com a diretora do Museu dos Inhamuns, Dolores Feitosa, foi lá que chegaram os primeiros habitantes a essa área do sertão cearense.

A cidade começou a declinar porque as família fugiram do local que registra as maiores estiagens do Ceará. “As pessoas foram saindo atrás de melhores condições de vida para seus filhos, para que eles podessem estudar em centros mais desenvolvidos, porque Cococi estagnou”, diz a curadora do museu.

Os moradores contam também que o terceiro e último prefeito da ex-cidade deu um calote na população e fez uso irregular de verba pública, o que revoltou e fez com que o restante da população abandonasse o local.

Atualmente, as poucas casas do local estão ruínas. A vegetação destruiu a câmara municipal e a prefeitura. O telhado da maior parte das casas já desabou e o moinho de vento não puxa mais água para os sete moradores que ainda habitam o local.

Somente duas casas e a igreja estão conservadas. Maria Clenilda Lobo, de 40 anos, é matriarca de uma das famílias do Cococi. Ela mora com dois filhos e vivem da agricultura de subsistência. Para Maria, Cococi é um local é uma “cidade-fantasma onde não acontece nada na maior parte do ano”.

Já Ana Cláudia, dona de casa e chefe da segunda família do distrito de Cococi, pensa diferente. “Aqui sempre vêm historiadores, pesquisadores interessados na história do Cococi. Também temos sempre visita de pessoas que vêm gravar entrevista e filme por aqui”, diz Ana.

De 29 de novembro a 8 de dezembro, Cococi recebe realiza um novenário que “muda a cara do local”, como dia Ana Cláudia. O distrito recebe cerca de 300 pessoas por dia, que lotam a igreja de Nossa Senhora. A igreja é preservada pelas duas famílias de Cococi e é o prédio mais conservado da região.

Os católicos vêm das cidades vizinhas e criam um comércio paralelo durante os dias do novenário. Maria Clenilda aproveita a lotação para vender churrasco, cerveja e refrigerante. Em um dia de missa ela apura em média R$ 80. O que ela ganha durante os 11 dias do novena ela diz arrecadar mais dinheiro do que durante todo o resto do ano.

G1/CE

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