CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

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sexta-feira, 7 de junho de 2013

DE REPENTE, O REPENTE...

Rapadura XC - Norte Nordeste Me Veste


O nordeste é poesia,

Deus quando fez o mundo

Fez tudo com primazia,

Formando o céu e a terra

Cobertos com fantasia.

Para o sul deu a riqueza,

Para o planalto a beleza

E ao nordeste a poesia.

(trecho de patativa do assaré).

Rasgo de leste a oeste como peste do sul ao sudeste

Sou rap agreste norte-nordeste epiderme veste

Arranco roupas das verdades poucas das imagens foscas

Partindo pratos e bocas com tapas mato essas moscas

Toma! eu meto lacres com backs derramo frases ataques

Atiro charques nas bases dos meus sotaques

Oxe! querem entupir nossos fones a repetirem nomes

Reproduzindo seus clones se afastem dos microfones

Trazem um nível baixo, para singles fracos, astros de

Cadastros

Não sigo seus rastros, negados padrastos

Cidade negada como madrasta, enteados já não arrasta

Esses órfãos com precatas, basta! ninguém mais empata

Meto meu chapéu de palha sigo pra batalha

Com força agarro a enxada se crava em minhas

Mortalhas

Tive que correr mais que vocês pra alcançar minha vez

Garra com nitidez rigidez me fez monstro camponês

Exerce influência, tendência, em vivência em crenças

Destinos

Se assumam são clandestinos se negam não nordestinos

Vergonha do que são, produção sem expressão própria

Se afastem da criação morrerão por que são cópias

Não vejo cabra da peste só carioca e paulista

Só frestyleiro em nordeste não querem ser repentistas

Rejeitam xilogravura o cordel que é literatura

Quem não tem cultura jamais vai saber o que é

Rapadura

Foram nossas mãos que levantaram os concretos os

Prédios

Os tetos os manifestos, não quero mais intermédios

Eu quero acesso direto às rádios palcos abertos

Inovar em projetos protestos arremesso fetos

Escuta! a cidade só existe por que viemos antes

Na dor desses retirantes com suor e sangue imigrante

Rapadura eu venho do engenho rasgo os canaviais

Meto o norte nordeste o povo no topo dos festivais,

Toma!

Refrão:

Êha! ei! nortista agarra essa causa que trouxeste

Nordestino agarra a cultura que te veste

Eu digo norte vocês dizem nordeste

Norte nordeste norte nordeste

Êha! hei! nortista agarra essa causa que trouxeste

Nordestino agarra a cultura que te veste

Eu digo norte vocês dizem nordeste

Norte nordeste norte nordeste

Poesia:

Minhas irmãs, meus irmãos, oxe! se assumam como

Realmente são

Não deixem que suas matrizes, que suas raizes morram

Por falta de irrigação

Ser nortista & nordestino meus conterrâneos num é ser

Seco nem litorâneo

É ter em nossas mãos um destino nunca clandestino para

Os desfechos metropolitanos.

Devasto as galerias tão frias cuspo grafias em vias

Espalho crias nas linhas trilhas discografias

Arrasto lp?s, ep?s cds, dvds

Cachês, clichês, surdez, vocês? não desta vez!

Esmago boicotes com estrofes em portes cortes nos

Flogs

Poetas pobres em montes dão choques em hip pops

Versos ferozes em vozes dão mortes aos tops blogs

Repente forte do norte sacode em trotes galopes

Meto a fita embolada do engenho em bilhetes de states

Dou breaks em fakes enfeites cacete nas mix tapes

Bloqueio esses eixos os deixo sem alimentação

Alheios fazem feio nos meios de comunicação

Essas rádios que não divulgam os trabalhos criados em

Nossos estados

Ouvintes abitolados é o que produz

Contratos que pagam eventos forçados com pratos sobre

Enlatados

Plágios sairão entalados com esse cuscuz

Ao extremo venho ao terreno me empenho em trampo

Agrônomo

Espremo tudo que tenho do engenho a um campo autônomo

Juntos fazemos demos oxigênios anônimos

E não gêmeos fenômenos homogêneos homônimos

Caros exteriores agrários são os criadores

Diários com seus labores contrários a importação

São raros nossos autores amparo pra agricultores

Calcários pra pensadores preparo pra incitação

Sou côco e faço cocada embolada bolo na hora

Minha fala é a bala de agora é de aurora e de

Alvorada

Cortando o céu da estrada do nada eu faço de tudo

Com a enxada aro esse mundo e no estudo faço morada

Sou doce lá dos engenhos e venho com essa doçura

Contenho poesia pura a fartura de rima tenho

Desenho nossa cultura por cima e não por de baixo

Não sabe o que é cabra macho? me apresento rapadura

Espanco suas calças largas com vagas para calouros

Estranha o som do gonzaga a minha sandália de couro

Que esmaga cigarras besouros mata nos criadouros

Meu povo o maior tesouro amor regional duradouro

Recito os ribeirinhos o mara - baixo em vivência

Um norte com essência não enxerga essa concorrência

São tão iguais ouvi vários e achei que era só um

Se no nordeste num tem grupo bom

Não tem em lugar nenhum, toma!

Refrão:

Êha! ei! nortista agarra essa causa que trouxeste

Nordestino agarra a cultura que te veste

Eu digo norte vocês dizem nordeste

Norte nordeste norte nordeste

Êha! ei! nortista agarra essa causa que trouxeste

Nordestino agarra a cultura que te veste

Eu digo norte vocês dizem nordeste

Norte nordeste norte nordeste.

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