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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Falta de matadouro põe risco à saúde


Os municípios de Campos Sales, Salitre e Araripe, localizados na região do Cariri, estão amargando um imenso prejuízo com a paralisação, há mais de cinco anos, das obras inacabadas do matadouro regional construído ainda pela gestão do então governador Lúcio Alcântara (2002-2006). O matadouro modelo teve suas obras iniciadas com recursos do Tesouro estadual, no município de Campos Sales, e, hoje, como expõe esta reportagem, encontra-se em completo estado de abandono.

O prefeito do município de Araripe, José Humberto Germano Correia, disse que, no ano passado, os prefeitos municipais chegaram a se mobilizar para a conclusão desta obra. “Há, em nossos municípios, pequenos rebanhos, e os proprietários que têm animais desejam abater esses animais em seus próprios municípios”, conta o gestor, que faz uma ressalva. “O abatedouro, hoje, conforme preconiza a lei, não é uma coisa simples de fazer, é uma coisa complicada, temos que ter um pessoal treinado, especializado, requer veterinário acompanhando e fiscalizando, enfim, um equipamento moderno para garantir a melhoria na qualidade do produto, é sem sombra de dúvidas, a grande saída para os proprietários de gado”.

Sem acordo
Germano, apesar de necessidade do abatedouro, destaca que não houve acordo entre os três municípios, e cobra urgência para a questão. “O Ministério Público está nós pressionando, autoridades municipais e estaduais, e, com tudo isto, acaba sobrando para os municípios, sem mencionar que esta obra tem que ser repensada, porque ela é de grande importância para a saúde de nossa população”, diz o prefeito. Ele fala ainda que a questão já foi levada para o governador Cid Gomes, que se disponibilizou a fornecer um carro frigorífico para os três municípios, a fim de poder levar a carne abatida para o comércio em boas condições de consumo.
Germano cita alguns entraves para a concretização do empreendimento. “Financeiramente, a despesa é muito alta, não temos gente qualificada para poder manter o matadouro, e tem a questão ambiental, que é muito importante, porque o sangue, por exemplo, é um destino ainda hoje sem nenhuma solução definida em nenhum canto, embora tenham várias técnicas sobre o destino final dele”. Há ainda outra questão em jogo. Com o desenvolvimento econômico da região experimentando, nos últimos dez anos, aumentou sobremaneira o consumo de carne no Cariri, “e isto tem demandado um aumento no consumo e no abate, mas o que ainda prevalece, com muita incidência em nossos municípios, são os abates de animais na moita, e este problema tem trazido graves problemas de saúde para a população, que tem um nível de conscientização muito baixo”.

Produtos contaminados
Ele conta ainda que já foi encontrado, em carnes da região, produtos contaminados, que já levaram inclusive consumidores a óbito, além de deixar graves sequelas em várias pessoas. “Infelizmente, não temos a menor condição de seguir os padrões de normas estabelecidos, e a solução só viria com a finalização desse equipamento”, conclui o prefeito.
O aposentado Pedro de Lima Oliveira, ouvido pela reportagem, enfatizou que está consumindo uma carne de origem duvidosa porque o matadouro, em sua cidade, não tem a mínima condição de abate. “Eu não sei por que o Ministério Público ainda não chegou a interditar esses espaços, o mau cheiro é tão grande que não aguentamos ficar próximos ao prédio, onde é feito o abate desses animais. Além disso, os equipamentos de abate ainda são artesanais, e não se seguem nenhum padrão de higienização”. O aposentado conta que os animais são abatidos e expostos ao sol, à chuva e à poeira.

Sangue pela rua
Já o agricultor Cícero Antônio da Silva, enfatizou que os animais, na maioria dos municípios do Cariri Oeste, são abatidos sem nenhum processo de modernização, e o mais grave de tudo isto é que a matança é feita nos municípios sem nenhuma espécie de fiscalização pela Vigilância Sanitária dos municípios. “Tanto comerciantes como magarefes estão matando os animais até na moita, imaginem o perigo que está carne”, critica o agricultor. Ele conta ainda que a água, que é utilizada para o abate, sai escoando pelas ruas, os equipamentos são velhos e muitos até enferrujados. “Em quase todas as ruas e distritos, nós podemos observar que a matança clandestina predomina, e quando matam, não tem um transporte apropriado para conduzir até os açougues para serem comercializados”. (Com informações de Amaury Alencar).

Jornal:O Estado.

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