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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Algodão: há uma revolução acontecendo na Chapada do Apodi


Escrito por Egídio Serpa, egidio.serpa@svm.com.br ou produtividade semelhante às do Centro-Oeste e do Oeste da Bahia. E mais: o algodão de fibra longa da Chapada do Apodi tem nível 34 de resistência, semelhante ao do Egito
Legenda: Já se faz mecanicamente a colheita da safra do algodão em áreas do interior do Ceará, nas quais a cotonicultura empresarial avança
Foto: Honório Barbosa / Diário do Nordeste

Egídio Serpa



Esta coluna pode informar que, graças à mais moderna tecnologia da Embrapa e, principalmente, aos investimentos que a iniciativa privada vem fazendo em áreas específicas do interior cearense, o algodão aqui produzido é de fibra longa, com suavidade, durabilidade e resistência semelhantes às do algodão egípcio, considerado o melhor do mundo.


Na segunda-feira,26, empresários cearenses da agropecuária ouviram do agroindustrial Raimundo Delfino Filho – sócio majoritário da Fazenda Nova Agro, com áreas de produção na Chapada do Apodi, na geografia do município de Limoeiro do Norte – a informação de que ali já foi alcançado o nível 34 de resistência do algodão de fibra longa, como o cultivado e colhido nas margens do rio Nilo, no Egito.

Delfino disse que há algumas razões técnicas que explicam essa alta qualidade do algodão que se cultiva na região do Apodi, a principal das quais é a qualidade do seu solo, que, tratado com todos os cuidados tecnológicos, permite uma grande produção e uma produtividade maior ainda, como a que se registra na Fazenda Nova Agro.

Mas este é apenas um lado muito bom da nova cotonicultura do Ceará, cujos empresários, com Delfino à frente, têm um claro objetivo: ampliar a área plantada e chegar a produzir, em médio prazo, o mesmo volume produzido nos anos 60 do Século XX: 150 mil toneladas anuais. É um sonho?

“Sim, é um sonho, e este sonho não sé ó meu, mas de muitos que estão vendo no cultivo do algodão mais uma vertente da moderna e empresarial agricultura do Ceará”, respondeu Raimundo Delfino.

Ao seu lado, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silvera, presente na mesma reunião com Delfino, anunciou que sua entidade trabalha na elaboração de um plano para ampliar para o Sertão Central e para o Cariri esse polo cotonicultor que se consolida na Chapada do Apodi.


“O algodão foi feito para ser cultivado no Ceará, que tem o melhor índice de luminosidade do país, além de um solo que, com o tratamento das novas e modernas tecnologias, produz o que for plantado. Nós estamos trabalhando aceleradamente para que o Ceará retome sua condição de liderança na produção do algodão brasileiro. Sei que é uma meta ousada, mas só a ousadia nos permitirá alcançá-la”, disse Amílcar sob aplausos.

Após a reunião, Raimundo Delfino confidenciou a esta coluna que a possibilidade de a Chapada do Apodi tornar-se, “em muito pouco tempo”, um grande e moderno polo de produção de algodão “é de 100%”. Ele disse que está fazendo sua parte, mas pediu que “o governo faça a sua parte, que é a de melhorar o pavimento das rodovias que cortam a Chapada do Apodi”.

Naquela área, onde há, também, um polo de fruticultura e de pecuária leiteira em franco e rápido desenvolvimento, as estradas vicinais precisam de melhores cuidados. O próprio governador Elmano de Freitas prometeu, no ano passado, em reunião com os líderes do agro cearense, melhorar essas estradas, mas isso até agora não aconteceu. Com as últimas chuvas, a situação dessas rodovias piorou, exigindo um tratamento urgente do governo.

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