CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

CARLOS ALBERTO ALBUQUERQUERESPONSÁVEL PELO BLOG CONEXÃO REGIONAL

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Como bactérias que ‘comem’ plástico viram esperança para reduzir a poluição ambiental



Cientistas identificaram a enzima que permite que os germes transformem plástico em um ‘petisco palatável’ e rico em carbono

Por Redação


Terminada a Cúpula do Clima (COP-29) em Baku, no Azerbaijão, os países agora estão reunidos em Busan, na Coreia do Sul, para negociar o primeiro tratado global que visa a reduzir a poluição plástica. Em meio a essa discussão desafiadora, ganha destaque uma descoberta científica recente que aponta que bactérias comumente encontradas em águas residuais podem quebrar o plástico para transformá-lo em uma fonte de alimento. A descoberta, esperam os pesquisadores, é uma alternativa promissora para combater um dos maiores problemas ambientais do planeta.

A poluição por plásticos está tão disseminada que já foi detectada em nuvens, fossas oceânicas mais profundas e praticamente todas as partes do corpo humano, incluindo o cérebro e o leite materno. O plástico também representa 3% das emissões mundiais de carbono, pois é produzido com combustíveis fósseis.

Em estudo publicado na revista Environmental Science and Technology, os cientistas apresentaram sua análise de Comamonas testosteroni, bactéria que cresce em tereftalato de polietileno, ou PET, um plástico comumente encontrado em embalagens de alimentos de uso único e garrafas de água. Os pesquisadores são os primeiros a demonstrarem não apenas que essa bactéria pode quebrar plástico, mas também esclarecem exatamente como esses seres fazem isso.

Como a bactéria come o plástico PETCientistas fizeram etapas meticulosas, envolvendo técnicas complexas de imagem e edição de genes





Passo 1

O plástico PET (tereftalato de polietileno) chega às águas de rejeito, local onde proliferam as bactérias C. Testosteroni.


Passo 2

A bactéria “quebra” fisicamente o plástico, mastigando-o e reduzindo-o a pedaços menores.


Passo 3

Elas, então, liberam enzimas – componentes da célula que aceleram as reações químicas – para “quebrar” mais uma vez os pedaços menores, transformando-os em uma fonte de alimento rica em carbono, conhecida como tereftalato.

Nanqing Zhou, autor líder do estudo e pesquisador de pós-doutorado, comparou o consumo de plástico pela bactéria com a forma como as pessoas consomem carne de vaca. “Se você quiser comer carne bovina, precisa cortá-la em diferentes partes. Algumas partes você pode comer; outras não”, disse Zhou. “Você a processa em diferentes pedaços de carne, então cozinha, e depois precisa cortá-la em pedaços menores antes de comer e digerir.”

Embora as bactérias sejam ferramentas promissoras para combater a poluição, elas ainda não estão prontas para serem lançadas em estações de tratamento de águas residuais e aterros sanitários como uma equipe de limpeza.

As bactérias levam alguns meses para quebrar pedaços de plástico. Como resultado, para saber se serão ferramentas eficientes, é necessário fazer otimização para acelerar a taxa na qual elas decompõem poluentes - o que não está descartado pelos especialistas, diante da emergência climática.
Mais de 90% do plástico produzido em todo o mundo não é reciclado • Guadalupe Pardo/AP

A produção global do plástico aumentou 230 vezes entre 1950 e hoje, enquanto a população mundial triplicou para 8,2 bilhões, conforme a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas 9% é reciclado e entre 19 e 23 milhões de toneladas acabam em lagos, rios e oceanos, segundo a organização.

Atualmente, 60% do plástico produzido é destinado a embalagens, construção e transportes, 10% a têxteis, 4% para eletrônicos, 10% a produtos de consumo, 2% a pneus e 15% para outros usos.

Se nenhuma medida for tomada, a quantidade acumulada de resíduos “mal administrados” entre 2011 e 2050 será de 3,5 bilhões de toneladas, o suficiente para cobrir a ilha de Manhattan, em Nova York, com uma pilha de plástico dez vezes mais alta que o Empire State Building. / COM INFORMAÇÕES DO WASHINGTON POST E DA AFP




Leia também:

Por que o nível do mar está subindo mais rápido?

LEIA →



Editor de Metrópole: Victor Vieira; Editores-assistentes de Metrópole: Lívia Machado e Raphael Ramos; Editora de infografia: Regina Elisabeth Silva; Editores-assistentes de infografia: Adriano Araujo e William Mariotto; Designer multimídia: Lucas Almeida; Infografia Multimídia: Marcos Müller.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Boa notícia ! Ceará é destaque internacional com programa ‘fila zero’ para transplante de córneas

O Ceará ganhou destaque no 3º Fórum Internacional do Sistema Nacional de Transplantes com o sucesso do programa ‘fila zero’. O evento, reali...