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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Dinheiro do governo foi desviado via Pix para 17 contas bancárias diferentes; veja onde foi parar


Pagamentos no total de R$ 14 milhões que eram para empresa de tecnologia do governo foram parar em contas abertas em nome de outras empresas e beneficiários de programas sociais


Por Daniel Weterman

BRASÍLIA – O dinheiro desviado do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi parar em 17 contas bancárias em quatro Estados diferentes. O Estadão apurou que houve R$ 14 milhões em desvios. Desse total, até o momento, só há informação de que R$ 2 milhões foram recuperados.

A suspeita é de que houve um ataque ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), que serve para pagar servidores públicos, fornecedores e efetuar transferências oficiais para Estados e municípios. Os desvios foram feitos por transferências da conta da União para contas bancárias via Pix. A Polícia Federal investiga o caso e o inquérito está sob sigilo.

O dinheiro estava reservado para o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa de tecnologia do governo federal localizada em Brasília, mas foi parar em 17 contas bancárias diferentes, abertas em nome de empresas e pessoas físicas em quatro Estados brasileiros: Bahia, Minas Gerais Rio de Janeiro e São Paulo).

No dia 28 de março, véspera do feriado de Páscoa, foram movimentados R$ 3,8 milhões do Ministério da Gestão que deveriam ir para o Serpro. O dinheiro, porém, foi parar em contas abertas no nome de três empresas diferentes: R$ 2 milhões em uma empresa de móveis de Campinas (SP), R$ 1 milhão em uma construtora do Rio de Janeiro e R$ 763,9 mil em uma gestora de investimentos, também na capital fluminense.

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O governo conseguiu recuperar R$ 2 milhões, mas o restante acabou sendo sacado ou transferido para outras contas. O ministério não se pronunciou.

Suspeita é de que houve um ataque sistema de pagamentos do governo federal e que os desvios foram feitos por transferências via Pix. Foto: Marcello Casal Jr

No dia 16 de abril, um novo ataque ocorreu no sistema e desviou R$ 10,2 milhões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O dinheiro também deveria ir para o Serpro, mas parou em 14 contas diferentes, incluindo uma construtora em São Paulo, uma mineradora em Itaú de Minas (MG), uma empresa que vende água mineral em Una (BA) e sete pessoas físicas diferentes. Uma das transferências, porém, foi cancelada.


Ainda não há informação se esse dinheiro foi recuperado ou perdido. Procurado, o TSE informou ao Estadão que o caso está sob investigação da Polícia Federal e corre em sigilo.

Conforme o Estadão revelou, R$ 5,5 milhões foram enviados para sete contas de pessoas físicas diferentes, todas elas abertas em Paulínia (SP), incluindo beneficiários do Bolsa Família e do auxílio emergencial na pandemia de covid-19.

Um dos pagamentos, no valor de R$ 200 mil, foi rejeitado pelo Banco Central por erro no processamento do Pix. O restante acabou sendo efetivamente transferido. A suspeita é de que essas pessoas não receberam o dinheiro, mas tiveram os dados usados por criminosos para abrir as contas.

Veja linha do tempo

28 de março

Foram movimentados R$ 3,8 milhões do Ministério da Gestão que deveriam ir para o Serpro. Dinheiro foi parar em contas abertas no nome de três empresas diferentes

8 de abril

Servidores receberam mensagem suspeita em seus celulares via SMS com tentativa de roubo de dados do Siafi

9 de abril

Servidores foram alertados que mensagem SMS era fraudulenta e que, se tivessem clicado em link suspeito, deveriam reportar caso ao Tesouro Nacional

16 de abril

Novo ataque ocorreu no sistema e desviou R$ 10,2 milhões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dinheiro também deveria ir para o Serpro, mas parou em 14 contas diferentes

22 de abril

Tesouro Nacional emite nota em que confirma a utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular no Siafi e diz que implementou ações adicionais para reforçar a segurança do sistema.

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