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quarta-feira, 17 de abril de 2024

9 açudes do Ceará voltam a sangrar no interior após mais de 13 anos; veja locais


Até o momento, 64 açudes já sangraram no Ceará em 2024. Desses, 7 voltaram atingir 100% do volume após 15 anos, outros 2 verteram novamente depois de 13 anos
Escrito por Thatiany Nascimento
Legenda: Imagem de um açude no interior do Ceará com casas erguidas na margem
Foto: Divulgação Cogerh




A última vez que alguns açudes atingiram a capacidade máxima de acúmulo de água em diferentes cidades do interior do Ceará, parte da população que hoje é adolescente sequer tinha nascido. Em 2024, com um volume expressivo de chuvas, reservatórios que estavam há mais de uma década sem sangrar, voltaram a verter. Até o momento, 64 açudes já sangraram no Ceará esse ano, e desses, 7 voltaram atingir 100% do volume após 15 anos, outros 2 verteram novamente depois de 13 anos.


Em diferentes municípios a sangria dos açudes é celebrada pela população e pelo poder público, inclusive fazendo dos reservatórios pontos atrativos para apreciação e lazer. Do ponto de vista prático, o momento é sinônimo de acúmulo de água em reservatórios que garantem abastecimento das sedes das cidades, de distritos e até de regiões vizinhas e água corrente nos rios intermitentes.


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Nos municípios de Morada Nova, Catunda, Irauçuba, Umirim, Caridade, Tejuçuoca e Iracema a capacidade máxima de alguns reservatórios foi atingida 15 anos após a última sangria, conforme dados do Portal Hidrológico do Governo do Estado.

Em todos esses municípios, a última vez que alguns açudes verteram foi em 2009 quando o período ficou marcado no Ceará como o “ano da grande enchente”. Na época, a quadra chuvosa ficou 59% acima da média histórica no Estado, sendo a mais expressiva desde 1985.


No atual cenário, os 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) atingiram um volume acumulado de 51,7% até o momento. Isso faz com que a situação relativa à capacidade seja considerada confortável, que é quando o índice está entre 50% e 70%.
VEJA OS AÇUDES QUE ESTÃO SANGRANDO APÓS 13 ANOS:

Bacia do BanabuiúAçude Poço do Barro (Morada Nova) - tinha sangrado em 25 de abril de 2009 e voltou a sangrar em 6 de abril de 2024, após 15 anos.

Bacia do AcaraúAçude Carmina (Catunda) - tinha sangrado em 24 de julho de 2009 e voltou a sangrar em 8 de abril de 2024, quase 15 anos depois;

Bacia do CuruAçude Jerimum (Irauçuba) - tinha sangrado em 12 de maio de 2009 e voltou a verter no dia 20 de março de 2024, após quase 15 anos;
Açude Caxitoré (Umirim) - tinha sangrado em 23 de abril de 2009 e voltou a sangrar em 8 de abril de 2024, quase 15 anos depois;
Açude São Domingos (Caridade) - tinha sangrado em 31 de março de 2009 e voltou a verter no dia 18 de março de 2024, após quase 15 anos;
Açude Tejuçuoca (Tejuçuoca) - tinha sangrado em 25 de abril de 2009 e voltou a verter no dia 29 de março de 2024, após quase 15 anos;

Bacia Médio JaguaribeAçude Ema (Iracema) - tinha sangrado em 14 de abril de 2009 e voltou a verter no dia 31 de março de 2024, após 15 anos;

Bacia AcaraúAçude Edson Queiroz (Santa Quitéria) - tinha sangrado em 5 de maio de 2011 e voltou a verter no dia 7 de abril de 2024, após quase 13 anos;

Bacia Alto JaguaribeAçude Benguê (Aiuaba) - tinha sangrado em 5 de maio de 2011 e voltou a sangrar em 15 de abril de 2024, quase 13 anos depois;

O diretor de operações da Cogerh, Tércio Tavares, destaca ainda que, além dos 64 açudes sangrando, outros 15 estão “prestes a sangrar”, pois atingiram mais de 90% da capacidade. Ele reforça que a sangria: “é um evento de grande relevância por várias razões. É sinal de que os reservatórios estão com a capacidade máxima, é crucial para garantir abastecimento das populações, na agricultura, na indústria, especialmente durante os períodos de estiagem”.


Tércio também menciona que a sangria dos açudes faz com que o Ceará tenha água corrente nos rios intermitentes do Estado, fato fundamental para a agricultura irrigada e, por efeito, para a segurança alimentar. “As sangrias dos açudes também corroboram para a mitigação dos impactos ambientais negativos associadas a à escassez de água. Como a degradação dos ecossistemas aquáticos e a perda da biodiversidade”, completa.
AÇUDE SANGROU PELA 1ª VEZ APÓS 13 ANOS

Neste ano, o Açude Umari, na cidade de Madalena, sangrou pela 1ª vez após 13 anos de criação. Inaugurado em junho de 2011, o reservatório, até o início de abril de 2024 nunca tinha atingido a capacidade máxima, que é de 30 milhões de metros cúbicos.

Na atual quadra chuvosa, o Umari recebeu aporte expressivo, conforme o Portal Hidrológico. No início de fevereiro, o açude estava com 49,66% da capacidade. Já nos primeiros dias de abril chegou em 94,58%, atingindo a capacidade máxima precisamente no dia 3 de abril.


Se comparada à situação de 2023, a mudança de condição foi extrema. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), em março de 2023, o reservatório estava com menos de 2%.
SITUAÇÃO DE ARMAZENAMENTO POR BACIAS

No Ceará, a Resolução 03/2020 do Conselho de Recursos Hídricos do Ceará estabelece a classificação dos açudes quanto ao nível de armazenamento de água nas bacias hidrográficas. Os índices são os seguintes: Até 10% situação muito crítica de escassez hídrica;
Entre 10% e 30% situação crítica de escassez hídrica;
Entre 30% e 50% situação de alerta de escassez hídrica;
Entre 50% e 70% nível confortável de armazenamento hídrico;
Acima de 70% nível muito confortável de armazenamento hídrico.

No atual cenário, o quadro geral é de situação confortável, com um acumulado de 51,7% da capacidade. Mas quando a análise é por bacias há distinções. Na do Acaraú, na do Baixo Jaguaribe, na do Coreau, na do Litoral, na Metropolitana, na do Salgado e na da Serra da Ibiapaba o nível é muito confortável.

Nas bacias do Banabuiú, Alto Jaguaribe, Curu e Médio Jaguaribe a situação é confortável. Já o dos Sertões de Crateús está em situação crítica, com 23,70% do volume acumulado.

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