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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Com seis pré-contratos assinados, ZPE Ceará prevê investimentos privados de quase R$ 80 bilhões



A chegada de novas indústrias deve gerar pelo menos 9,7 mil empregos
Escrito por Bruna Damasceno , bruna.damasceno@svm.com.br 14:00 - 29 de Agosto de 2023 Atualizado às 14:29NEGÓCIOS

Legenda: A Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará) faz parte do Complexo do Pecém (CIPP S/A), localizado na Região Metropolitana de Fortaleza
Foto: Divulgação




Juntos, os seis contratos preliminares para a instalação de novas indústrias na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE) devem captar R$ 79,9 bilhões em investimentos privados. O número de empregos a serem gerados é de pelo menos 9,7 mil, contabilizado apenas o quantitativo anunciado até o momento.

Conforme o presidente da ZPE Ceará, Eduardo Neves, as empresas que assinaram o pré-contrato (documento firmando o compromisso de celebrar acordo definitivo no futuro) já têm área reservada, estão pagando aluguel e em processos avançados para a concretização, incluindo as questões ambientais.



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“No setor 2 da ZPE, temos seis pré-contratos. Somando isso, temos quase US$ 20 bilhões. É algo muito forte e transformador. Isso começando a acontecer, traz a reboque uma série de cadeias produtivas de negócios de pequeno e médio portes que vão circular ali”, declarou, durante visita ao Sistema Verdes Mares, na manhã dessa segunda-feira (28).

Questionado se algum dos projetos sairá do papel ainda neste ano, Neves disse acreditar que pelo menos uma parte dos contratos deve ser assinada em 2023.

DO HIDROGÊNIO VERDE A ÔNIBUS ELÉTRICOS: ZPE CEARÁ MIRA EM NOVAS INDÚSTRIAS

Na esteira da indústria do Hidrogênio Verde (H2V), que começa a se desenhar no Ceará, a zona de livre comércio cearense também tem potencial para atrair investimentos voltados para suprir toda essa cadeia produtiva limpa. Um mercado que pode se abrir é o de fertilizantes.

Isso porque os projetos de H2V preveem produção em larga escala de amônia para o transporte do hidrogênio para a Europa e outros países, mas essa matéria-prima também pode ser direcionada para fabricação de fertilizantes nitrogenados de zero carbono.



“O nosso desafio agora é atrair bons negócios para o Ceará. Temos tratativas com empresas na atividade do granito, ônibus elétricos e bateria. Mas, principalmente, com a cadeia produtiva do hidrogênio verde, uma indústria base”, lista.



“Abre-se uma cadeia de fertilizantes, como também da produção de energia verde a custo mais barato, capacidade natural da qual o Ceará e o Nordeste favorecem. Assim, temos condições de atrair negócios que precisam produzir produtos verdes”, completa.

Sobre os fabricantes de ônibus elétricos e baterias, Neves afirma que as conversas com os interessados “estão caminhando bem”, mas dependem do cenário local e de um processo de negociação. Os nomes não foram divulgados.



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Segundo o presidente, a ZPE possui 18 hectares prontos para receber também empresas de menor porte. Essa área, afirma, já recebeu asfaltamento, terraplanagem, fibra óptica e energia.
ZPES PODEM SER A CHAVE PARA A REINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA


Legenda: A Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará) faz parte do Complexo do Pecém (CIPP S/A), localizado na Região Metropolitana de Fortaleza
Foto: Fabiane de Paula



O Ceará e o Piauí são os únicos estados com uma Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE) em pleno funcionamento no Brasil, apesar desse sistema constar na legislação desde a década de 1980.



Na prática, as ZPEs são áreas de livre comércio com o Exterior, onde são instalados distritos industriais beneficiados com concessões tributárias, liberdade cambial e processos administrativos desburocratizados.



Portanto, em um cenário de forte desindustrialização nacional, elas podem ser a chave para atrair indústrias de valor agregado. Conforme o presidente da ZPE Ceará, Eduardo Neves, questões legais impediram o avanço desse modelo no País, mas alguns desafios já foram superados com a criação do Marco Legal, em 2021. Outra conquista foi a garantia desse diferencial competitivo no texto da Reforma Tribuária.

Para Neves, o modelo é uma importante política industrial de desenvolvimento econômico.“A ZPEs dão uma condição tributária, principalmente da aquisição do imobilizado da empresa, sem a questão dos tributos e dos insumos, facilitando essa industrialização, exportar com equipamento de ponta e produzir produto com altíssimo valor agregado”, enumera.

Neste ano, a ZPE Ceará completa 10 anos de atuação, com a marca de 78 milhões de toneladas de cargas movimentadas, até o último mês de julho. Nesta quarta-feira (30), será lançada uma frente parlamentar com o objetivo de tirar os projetos de ZPEs do papel.

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