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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Extensa corrente do bem: Ceará Sem Fome entrega seis toneladas de alimentos arrecadadas na ExpoCrato 2023




Entidades e órgãos do Cariri foram beneficiados com os alimentos doados pela população e pela organização do festival

“Quero ver mudar, mas se eu aqui só esperar, eu sou um deles, sou só um deles”. O trecho vem de uma canção cantada pelo coral de jovens atendidos pelo Instituto Arte Vida, situado no bairro Muriti, no Crato. A entidade é uma das 24 contempladas por programas sociais do Governo do Estado. A canção “A Começar Em Mim”, escolhida de forma tão primorosa, traz consigo palavras que descrevem bem o espírito do grande Pacto por um Ceará Sem Fome. Ou seja, é somente com o envolvimento de todos que conseguiremos erradicar essa mazela social que é a fome.

Junto de outras 39 entidades, o Instituto Arte Vida foi uma das selecionadas para receber parte das seis toneladas de alimentos arrecadadas pelo Programa Ceará Sem Fome durante a Expocrato 2023. O repasse às instituições foi realizada nessa segunda-feira (25). A campanha ocorreu do dia 9 ao dia 16 de julho e marcou a primeira grande ação de arrecadação de alimentos com a integração do poder público, da iniciativa privada e de entidades da sociedade civil.

Antes do momento que marcava a entrega dos alimentos, tivemos a curiosidade de conhecer a história dessa entidade, que também é atendida pelo Programa Mais Nutrição, da Secretaria da Proteção Social (SPS) do Governo do Ceará. Logo na entrada, quem nos recebe é a presidente do instituto, Silvia Ramos. Muito acolhedora e sorridente, ela mostra com orgulho um espaço onde as crianças e adolescentes plantaram frutos, como mamão e abacaxi. “Eles disseram que vão fazer uma salada com as frutas que vão nascer”, revela sorridente. Hoje, 500 pessoas entre adultos, jovens e crianças são atendidas no local, com 16 atividades multidisciplinares, como aulas de música, balé e de teatro, além de artes marciais, entre outras.



Em poucos minutos de conversa, Silvia conta um pouco de sua história. Ela revela que nasceu na cidade de Araripe e que foi mãe aos 16 anos. Mesmo com todos os percalços, um pensamento questionador surgiu em sua mente e serviu para engatar seu papel social. “Cheguei aqui com três meses de nascida, então praticamente me criei nesse bairro (Muriti). Fui mãe aos 16 anos, então tive que ser babá, diarista, garçonete e trabalhei em tudo que era preciso para conseguir conseguir criar o meu filho. Nisso, eu casei, tive outra filha, e quando cheguei aos 30 anos, eu me perguntei: A vida é só isso? O que eu vou deixar para a posterioridade? Tenho minha família, tenho saúde e pessoas que amo, mas o que eu preciso fazer para devolver algo de bom para o universo?”, conta.

As palavras tocam, assim como a música cantada pelo coral citado lá no começo. Mais do que isso, elas ecoam para a posterioridade. Depois da conversa, a presidente mostra os projetos realizados por eles. As crianças e os adolescentes, tão orgulhosos, se dedicam a mostrar o melhor de cada um em suas atividades. Um detalhe é que entre uma conversa, uma gravação e outra, uma mascote de quatro patas passeava entre as pessoas do instituto. “É Vida”, comenta Silvia sobre o nome de uma gatinha em tons alaranjados, que pulava de um lugar para outro, mas às vezes só deitava e observava atenta a movimentação. Não era para menos que havia muita “Vida” ali, em cada canto.



Uma das crianças beneficiadas com toda essa presença, é a pequena Ângela Sophya, de nove anos, que faz aulas de balé, dança e teatro no instituto. “É um lugar que quando a gente chega, a gente sente uma energia muito boa. Aqui é um lugar de muita diversão e de brincadeiras. Eu sempre gostei de vir para cá, desde o primeiro dia”, revela.
A campanha

Assim como a presidente do Instituto Arte Vida, Silvia, os representantes das demais entidades e órgãos que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade na região do Cariri também compareceram ao momento das entregas dos alimentos, no auditório da Prefeitura Municipal do Crato. O momento contou com a participação de gestores municipais, da SPS e também de entidades públicas e privadas. Ao todo, foram 224 cestas compostas de alimentos doados no festival, tanto na área do Parque de Exposição, quanto das apresentações musicais.

Os cereais, entre arroz, feijão, açúcar e flocos de milho, além de leite, complementarão a alimentação de pessoas dos municípios de Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Altaneira.



A primeira-dama do Estado e também articuladora do Programa Ceará Sem Fome, Lia de Freitas, expressou sua gratidão a todos os envolvidos. “Aqui eu quero fazer enfatizar a disposição imediata de todas as pessoas que acolheram essa campanha de arrecadação do Programa Ceará Sem Fome. Deixo nossos agradecimentos, porque são com essas iniciativas e com muitas sensibilidade, que possibilitaremos que muitas famílias do Cariri possam se alimentar”, ressaltou.

Recentemente, além dos cartões Ceará Sem Fome, com a transferência de renda para mais de 43 mil famílias, e a criação da Rede de Unidades Sociais Produtoras de Refeições, com a distribuição de 100 mil refeições prontas diárias para pessoas em extrema pobreza, o programa também prevê ações permanentes de arrecadações de alimentos com a participação de pessoas físicas e jurídicas.

O coordenador da Expocrato, Leitão Moura, destacou o quão benéfico é o resultado de ações pactuadas em prol da segurança alimentar as pessoas em extrema pobreza. “Isso com certeza minimizará a fome de muita gente que se encontra em situação de vulnerabilidade. Temos conhecimento até porque temos um trabalho na área social há mais de 28 anos, que desenvolvemos com Federação das APAE do Estado do Ceará, que acolhe pessoas com deficiência intelectual e múltipla e também autismo. Então, sabemos da necessidade dessas pessoas em relação à alimentação, por isso, essa acolhida é fundamental”, disse.

Por falar em Pacto por um Ceará Sem Fome e para encerrar, Silvia mais uma vez é assertiva ao dizer que “ninguém consegue lutar por nada estando com fome”. Suas palavras finais vêm como um elo à música “A Canção Em Mim”. Com firmeza, ela fecha: “Quando as pessoas se unem nessa corrente e conseguem seis toneladas em um festival, isso quer dizer que teve uma extensa corrente do bem, onde as pessoas vêm entendendo o quão necessário é acabar com a fome no país. E isso chegar ate a nossa localidade só mostra que está indo o mais longe possível”.

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