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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Escuridão afeta sede e até zona rural

Escuridão afeta sede e até zona rural
A iluminação precária no Município, que aumenta a sensação de insegurança, vem sendo apurada pelo MPCE
   
00:00 · 28.10.2015 por Amaury Alencar - Colaborador
A população também reclama de obras inacabadas na Cidade ( Fotos: Amaury Alencar )
Iluminação pública e postos de saúde que não funcionam são problemas que afligem a população de Araripe, que aguarda novas eleições
Araripe O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) começou a apurar denúncias feitas acerca da situação de iluminação pública neste Município. Como fato mais grave, aponta-se que as ruas da sede e da zona rural se encontram às escuras. As queixas ainda implicam a cobrança de taxas por um serviço que não está sendo prestado às comunidades.
Os moradores reclamam que a escuridão propicia ambiente adequado à violência e ações criminosas. Relatam até que, por ocasião da festa do padroeiro do distrito de Riacho Grande, São Francisco, os moradores tiveram que improvisar cordões de luz para que as festividades não transcorressem no escuro.
PrejuízosFrancisco Pereira da Silva, residente na sede do município, disse que a população está sendo prejudicada, devido à falta de iluminação nas vias publicas da sede. "A noite, a nossa cidade fica totalmente às escuras. Estamos com medo porque tememos pela nossa própria vida e estamos pagando uma taxa de iluminação pública sem contarmos com o serviço", disse.
Pereira destacou que o mais revoltante é que as cobranças de taxas pela iluminação pública não cessam. Os valores ficam em torno de R$ 10 a R$ 15. Como boa parte da população da cidade e zona rural é de baixa renda, há, na sua opinião, uma situação de descaso e exploração.
RevoltaRaimundo Oliveira Duarte também se afirmou revoltado com essa cobrança da taxa de iluminação pública, pois "estamos pegando sem usar. Esse problema é tão gritante que a cidade está às escuras e nos distritos a situação não é diferente. O povo quer uma solução", afirmou. Alguns vereadores do Município, entraram com uma ação no Ministério Público, tentando resolver a situação, com base na Lei que determina que, a partir de janeiro desde ano, o Município é responsável pela manutenção no setor de iluminação pública.
NotaA promotora de Justiça de Araripe, Nara Rúbia Silva Vasconcelos Guerra, enviou e-mail informando que consta, nos registros daquela Promotoria de Justiça, um protocolo do pedido de instauração de procedimento administrativo para apurar estas irregularidade, datado no dia 6 de outubro de 2015. O Procedimento Preliminar investigatório foi devidamente aberto sob o Nº 8/2015, estando concluso para determinações de providências cabíveis.
"É importante esclarecer que assumi a titularidade no dia 19 de agosto de 2015, e estamos cumprindo todos os expedientes, efetuando diligências e requisitando respostas para o fiel andamento de outros procedimentos já instaurados, no âmbito desta Promotoria de Justiça. De modo que, obedecendo ao cronograma de prioridades, o Ministério Público do Ceará por intermédio desta Promotora de Justiça tomará todas as providências necessárias para o fiel cumprimento na fiscalização na prestação do serviço público da cidade do Araripe e tão logo o Ministério Público venha ser provocado pela população, ou algum agente público em relação à paralisação de obras, nós iremos tomar todas as medidas possíveis, concluiu a promotora.
SaúdeAraripe vem enfrentando diversas dificuldades. Em época em que o Município se prepara para a realização de eleições suplementares, esses problemas se acumulam. Além do transtorno provocado pela deficiência na iluminação pública, a população reclama de problemas graves na área da saúde, e na paralisação de obras estruturantes.
Damiana Gonçalves de Sousa, afirma que a saúde do município está abandonada, porque até um simples comprimido está faltando nos postos de saúde. No Hospital Municipal Lia Loiola de Alencar, faltam muitas vezes até seringas. Quando nos consultamos, temos que comprar a seringa para poder tomarmos as medicações injetáveis. De acordo com a moradora do Município, esse problema já vem acontecendo há muito tempo, afora o fato de que o centro cirúrgico está fechado há mais de três anos.
DeslocamentosNos casos de cirurgia, os pacientes têm que ser encaminhados para Crato ou Juazeiro do Norte, e exames como ultrassonografias, entre outros, também não estão sendo feitos. "Afinal de contas, cadê os recursos destinados ao Município, para a saúde do povo?" Indaga Damiana.
Ela ainda menciona que as obras da Academia Popular de Saúde estão paradas, assim como do estádio de futebol, além de algumas praças. "São obras que deveriam ter sido concluídas, mas infelizmente, até hoje, mais parecem elefantes brancos, trazendo prejuízos para a população", afirmou.
O vereador José Paulinho Pereira, uma das lideranças políticas que se posicionou contra a precariedade dos serviços públicos no município, relata que, no caso da iluminação, o problema vem se arrastando há cerca de um ano, em que a população vem sempre buscando uma solução junto à Coelce e a Prefeitura, mas a lei atual atribui a responsabilidade à gestão municipal.
"Assim, como representantes do povo, após diversas medidas, tivemos que chegar ao ponto de levar ao caso ao Ministério Público", disse o vereador.
Ronieri Januário Rodrigues, assessor jurídico da Prefeitura de Araripe, informou que o prefeito já foi notificado pela promotora de Justiça, e que o município tem se preocupado com a situação. Com isso, ele tomou as providências para que se possa fazer uma licitação.

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