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quarta-feira, 6 de abril de 2022

BRAZ CORTES: COISAS DA MINHA TERRA ----Aguçado sentimento!

 COISAS DA MINHA TERRA  ----Aguçado sentimento!



O tempo passa muito devagar nas cidadezinhas do interior. Os dias são muito longos,  e  mais ainda,  na minha Campos Sales ( que insisto  em reverenciá-la com o seu antigo e  sugestivo nome de Nova Roma), onde o “não ter o que fazer” agrupa cotidianamente, em volta da banca de revistas do  “cego Ita” (onde a mercadoria principal é bebida;  de “ita” não tem nada e de cego muito menos!),  um batalhão de desocupados a bebericar ou simplesmente trocar informações e “fuxicos” do cotidiano social envolvendo desde “aquele” comerciante que está “ruim das pernas” (em dificuldades financeiras), até o fulano que está sendo  “fantasiado” ( traído pela consorte).  

Orlando Duarte (de saudosa memória), lendária figura, com os seus noventa e seis anos,  é presença garantida nos três  expedientes. Fazendo-se distante, cabeça baixa, ouve tudo e de quando em vez, tira de sua computadorizada memória, uma história, um fato, algo sempre interessante ocorrido, que contado com o seu jeito peculiar, descontrai e colore o ambiente de um humor contagiante!

Ao apelo da idade, imprime disciplina aos horários de  suas  necessidades de alimentação e repouso. E então,  no cumprimento de uma dessas, levanta  e  se  dirige  para sua casa que fica próxima.  Cuidadoso, aguarda a passagem de motos e carros, antes de  atravessar a rua.

O álcool, como é cediço, encerra uma série de malefícios, mas pelo menos um beneficio  - aguça o sentimento -. Batista, meu parente e amigo, assíduo freqüentador da roda, já havia ingerido algumas “onofrinas”, ao lado do inseparável companheiro Luiz Cueca. De repente, ao  observar a precaução  do Seu Orlando,  de pronto larga o copo, e acompanhado pelo amigo, com extrema e exagerada delicadeza -  sentimento de solidariedade  aguçado -,  ambos cambaleando,   segura o idoso pelo braço e quase deitando sob o protegido, assegura: “....não se preocupe não Seu Orlando, nós  atravessaremos  a rua com o senhor....”  Nós quem? Indaga o idoso, olhando de soslaio, por sobre o ombro  - Eu e o Luiz Cueca.  Ah!, sim, e fico muito agradecido.... mas cadê a outra? – pergunta Orlando. – Mas que outra? –indaga com dificuldade o solicito bêbado -  Ao que fulmina Orlando:  A OUTRA PESSOA PARA TRAZER VOCÊS DE  VOLTA!?  E assim, ao desvincular-se deles, ainda assistiu ao tombo dos dois, que foram se ter próximo ao local de onde saíram!  Neste ínterim, generaliza-=se estrondosas gargalhadas na banca do “cego ita”!!!! (brazcortez)

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