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sexta-feira, 18 de março de 2022

COISAS DA MINHA TERRA “Jacobina” e seu dono.....BRAZ CORTEZ

 


COISAS DA MINHA TERRA

“Jacobina” e seu dono.....


Há determinados comportamentos humanos, singularíssimos, próprios, autênticos, presentes em determinados grupos sociais, que uma vez  expostos a terceiros se afiguram estranhos, incompreensíveis até. Vejamos então....

Na minha terra, querida Campos Sales, que insisto em alcunhá-la de Nova Roma, pela sugestividade  desse nome à sua origem (meus avós italianos protagonizaram, juntamente com os Balecos, Lázaros, Fernandes etc a sua criação), existe, a exemplo de em tantas outras, um Mercado Público, em sendo, talvez a primeira construção pública realizada logo enquanto cidade-debutante. Por carência de arquitetos, todos (ressalvado alguma exceção) se apresentam de forma quadrangular. A parte externa abrigando comércios varejistas e no seu interior, pequenos boxes utilizados por pequenos restaurantes, apelidados de “cafés”, que são ocupados geralmente por mulheres, sob cuja atividade coadjuvam no sustento da família. 

Embora imperceptível, há entre elas (me refiro ao nosso mercado), uma DISPUTA SILENCIOSA  entre quem apresenta o seu espaço mais limpo, melhor cuidado. Essa disputa bem se clarifica na apresentação dos apetrechos de alumínio (panelas, caldeirões etc), expostos pendurados para melhor visualização dos fregueses. Em síntese, o Mercado, embora simples é sempre um bom local para uma rápida refeição, seja pelo preço, seja mais ainda pela LIMPEZA e qualidade  da comida ( caseira e feita na hora). Toda permissionária, embora de “per si”, TEM ORGULHO, MUITO ORGULHO do ambiente e prezam por isso.

À parte,  foi instalada em prédio próprio e  próxima, uma Lanchonete de alto nível, com comidas da moda, qualificadas, com todo o ambiente devidamente preparado e muito conforto. Desse modo, a “SABOR DE FESTA”, destinou-se a cliente de elevado poder aquisitivo, em virtude do preço, coerente com as boas e confortáveis instalações, qualidade do serviço e lanches de nomes americanizados.  Sem intencionalidade, despertou uma “ciumeira” danada nos vizinhos do mercado.

Dalmir Soares, de saudosa memória, era um humorista nato, principalmente quando bebendo umas pingas (onofrinas). Com a morte dos pais, sozinho, subsistia com dificuldade,  de sua arte de pintor de letreiros, aliás, deles jamais concluídos,  quando intercalava esse mister com uma “entrada em campo” ( bebida). Andando com dificuldade, mercê de um atropelamento, acompanhava-se, invariavelmente, de sua eterna, sincera e leal amiga de nome “Jacobina”. Cachorra sem raça, animal dócil e muito obediente. Certo dia, cedo ainda, ao transitar próximo ao mercado, abstraído, se deu conta da ausência de “Jacobina”. Após chamados e buscas, eis que, ao entrar no mercado avistou “Jacobina” tentando “fisgar” uma iguaria no balcão de um “café”. -Jacobina, jacobina – gritou Dalmir, em voz alta para se fazer ouvir por todos - NAO FAÇA ISSSO...NÃO FAÇA ISSSO!!!... SE DÊ A RESPEITO” ISSSO  NÃO É AMBIENTE PRA VOCÊ...NÃO ESTÁ VENDO ESSA SUJEIRA,  ESSA IMUNDÍCIE E VOCE QUERENDO SUJAR SUA BOCA.....NOSSO LUGAR NÃO É AQUI. TAMPE O NARIZ E VENHA,  VAMOS MERENDAR  NO “SABOR DE FESTA”..... 

Foi o mote.  Acompanhando a obediente cachorra, 04 ou 5 permissionárias, com cabos de vassouras nas mãos, “enxotando” o animal , os quebraram no “espinhaço”  do seu dono. Foi a última vez que Dalmir e jacobina passaram próximo ao mercado!!!!

Brazcortez/março-22.


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