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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Início de Alzheimer? Veja 5 mudanças de hábitos que podem melhorar a função cerebral, segundo estudo


Pesquisa mostra que colocar essas medidas em prática resultaria em um declínio cognitivo mais lento

Por Alexa Mikhail (Fortune)

Muitas pessoas temem os declínios físicos e cognitivos associados ao envelhecimento – e com toda razão. No entanto, um novo estudo sugere que uma combinação de hábitos de estilo de vida pode melhorar a função cerebral de quem já apresenta sinais da doença de Alzheimer – o tipo mais comum de demência, que prejudica a memória, a velocidade de raciocínio e o bem-estar geral.

Segundo estudo, mudar alguns hábitos de vida pode melhorar a função cerebral de quem já apresenta sinais iniciais de Alzheimer Foto: Vitalii Vodolazskyi/Adobe Stock


Quase 7 milhões de americanos vivem com Alzheimer e, embora tratamentos medicamentosos para a doença estejam em processo de aprovação, as pessoas estão ansiosas para encontrar maneiras de assumir o controle da saúde do cérebro. (No Brasil, estima-se que a demência atinge hoje cerca de 1,76 milhão de idosos, mas 8 em cada 10 pessoas desse grupo não sabem que têm a condição).

O estudo, publicado no periódico Alzheimer’s Research & Therapy, constatou que cinco meses de dieta vegana com alimentos integrais, caminhadas regulares, contato com outras pessoas, ingestão de suplementos de nutrientes e minerais e adesão a uma série de práticas de redução do estresse melhoraram a função cognitiva de adultos mais velhos com sinais iniciais de Alzheimer, em comparação com adultos que não mudaram seus hábitos.



“Estou cautelosamente otimista e bastante encorajado por essas descobertas, que podem dar a muitas pessoas uma nova esperança e novas escolhas”, disse, em comunicado à imprensa, Dean Ornish, que liderou o estudo e é o fundador e presidente do Preventive Medicine Research Institute, uma organização sem fins lucrativos. “Ainda não temos uma cura para a doença de Alzheimer, mas, com a comunidade científica sempre buscando todos os caminhos para identificar possíveis tratamentos, agora podemos oferecer uma qualidade de vida melhor para muitas pessoas que sofrem dessa doença terrível”.

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Pesquisas anteriores endossam o poder da conexão com outras pessoas para manter o cérebro afiado e engajado, especialmente porque o isolamento social está associado a um risco 50% maior de demência, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

De maneira similar, os exercícios melhoram o fluxo sanguíneo para o cérebro, e uma dieta anti-inflamatória e a limitação de alimentos processados reduzem o risco de inflamação e diabetes, que aumentam o risco de demência e Alzheimer.


A deficiência de vitaminas essenciais, como a B12, também está associada a sinais de demência. Além disso, a redução do estresse por meio da prática da atenção plena e do relaxamento pode acalmar o corpo, manter o cérebro concentrado e melhorar a memória e a resiliência emocional.



Sob a orientação de Ornish, os pesquisadores trabalharam com 49 adultos com comprometimento cognitivo leve ou demência precoce entre 2018 e 2022, metade dos quais aderiu a um programa para mudança de estilo de vida ao longo de 20 semanas. Os pesquisadores então avaliaram os biomarcadores sanguíneos dos participantes. Eles garantiram que não havia diferenças estatisticamente significativas antes da intervenção, como dados demográficos, função cognitiva e outros biomarcadores.

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Na avaliação de quatro medidas de funções cognitivas, o grupo que mudou o estilo de vida melhorou em três dos testes e apresentou um declínio mais lento no outro. O grupo de controle se saiu pior em todas as quatro medições.

De acordo com as avaliações feitas por médicos, 71% das funções cognitivas dos participantes permaneceram iguais ou melhoraram no grupo da mudança de hábitos. Já no grupo de controle, ninguém melhorou, e 68% das funções dos participantes pioraram. Além disso, os níveis de amiloide no cérebro, uma proteína responsável pela doença de Alzheimer, diminuíram no grupo de hábitos e aumentaram no grupo de controle.

“Muitos pacientes que apresentaram melhora relataram ter recuperado a cognição e a função perdidas”, diz o comunicado à imprensa. “Por exemplo, vários pacientes do grupo de intervenção relataram que não conseguiam ler um livro ou assistir a um filme, porque sempre esqueciam o que tinham acabado de ler ou ver e precisavam recomeçar, mas agora conseguiam fazê-lo e reter a maior parte das informações”.



Mais pesquisas sobre mudanças prolongadas no estilo de vida podem ser benéficas para indicar a eficácia dessa abordagem combinada, de acordo com os pesquisadores, que também observaram que os participantes que aderiram mais rigorosamente aos novos hábitos melhoraram a função cerebral de forma mais significativa do que aqueles que não o fizeram.

Os hábitos implementados pelos participantes
Alimentação: Dieta vegana, rica em carboidratos complexos e alimentos integrais, como frutas, legumes, produtos de soja, castanhas e sementes. Foram enviadas aos participantes e seus cônjuges três refeições por dia, além de lanchinhos.
Exercícios: Os participantes aderiram a 30 minutos diários de exercícios aeróbicos, principalmente caminhadas. Eles também participaram de uma aula guiada de treino de força leve três vezes por semana.
Redução do estresse: Durante uma hora por dia, os participantes tiveram aulas guiadas de respiração, meditação, ioga e/ou alongamento.
Conexão: Os participantes e seus cônjuges participaram de uma sessão em grupo de uma hora, com um supervisor de saúde mental, três vezes por semana.
Uma dose de vitaminas: Os participantes tomaram suplementos que incluíam ácidos graxos ômega-3, vitamina C, vitamina B12, magnésio e outros minerais. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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