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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Proibir ou não o uso de celular no ambiente escolar?



Escrito por Mariana Pinheiro

Legenda: Mariana Pinheiro é diretora pedagógica do Colégio Multiverso Messejana




Imagine um intervalo escolar onde as crianças estão brincando, conversando e se divertindo umas com as outras, sem a presença de eletrônicos. Elas aproveitam o contato humano e a oportunidade de conhecer o outro e formar seu autoconhecimento. Embora pareça idealizada, essa imagem contrasta com a realidade em muitas escolas. É com essa reflexão que inicio uma discussão sobre os benefícios e os malefícios do uso de dispositivos eletrônicos no ambiente escolar.


O uso de celulares em sala de aula tem sido tema central em debates recentes sobre educação. No Brasil, onde há mais celulares do que habitantes, e onde o uso de smartphones é o segundo maior do mundo, a questão se torna ainda mais necessária. Estudos mostram que as telas e as redes sociais estão associadas a problemas, como ansiedade, depressão, automutilação e solidão; levantando preocupações sobre a presença dos dispositivos móveis nesses ambientes.

A Lei 14.146, que proíbe o uso de celulares em sala de aula, reflete um esforço em regular o impacto desses dispositivos na dinâmica escolar cearense. Entretanto, a proibição por si só não resolve a complexidade do assunto. O verdadeiro desafio reside em como transformar essa tecnologia, tão presente e influente na vida de adultos, jovens e crianças em uma ferramenta educacional.

Na Rede Multiverso Educação, por exemplo, optamos por uma abordagem equilibrada. No Infantil e no Fundamental I, o uso do celular é completamente proibido em sala de aula. Já no Fundamental II, o celular pode ser utilizado, mas exclusivamente para atividades pedagógicas. Nesses casos, os aparelhos são recolhidos no início das aulas e devolvidos aos alunos durante o intervalo ou ao final do turno. Essa medida visa minimizar distrações e potencializar o foco nas atividades educativas.


O debate sobre o uso de celulares é acalorado porque não existe uma resposta universal. Cada escola, professor e aluno são únicos, e o que vai funcionar na escola depende da resiliência e convicção dos educadores. Além de seguir as leis vigentes, é crucial que as instituições educacionais se posicionem sobre suas práticas e adaptem suas políticas.

Mariana Pinheiro é diretora pedagógica do Colégio Multiverso Messejana

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