Escrito por Dino César
Legenda: Dino César é coordenador do curso de Farmácia da Estácio Ceará
Agosto Laranja não é apenas uma cor no calendário; é um chamado urgente à reflexão e à ação sobre a esclerose múltipla (EM), uma condição debilitante que afeta milhares de brasileiros. Este mês, dedicado à conscientização, nos lembra que, embora avanços médicos tenham sido significativos, ainda há lacunas críticas na forma como entendemos e tratamos a EM.
A EM é uma doença complexa e imprevisível, marcada por episódios de inflamação e destruição da mielina no sistema nervoso central. Os sintomas variam amplamente, desde fadiga intensa e dificuldades motoras até problemas cognitivos. A diversidade e a imprevisibilidade da doença tornam o diagnóstico e o tratamento desafiadores, exigindo uma abordagem personalizada e abrangente.
Mesmo com a crescente visibilidade da EM, muitos pacientes ainda enfrentam barreiras significativas. A falta de informação e o estigma associado à condição podem dificultar o acesso a cuidados adequados e ao suporte necessário. Além disso, o tratamento, muitas vezes caro e complexo, pode ser inacessível para muitos, exacerbando as desigualdades no cuidado.
No Brasil, estima-se que mais de 40 mil pessoas vivam com esclerose múltipla, número que exige um olhar atento das autoridades e da sociedade. Contudo, apesar dos números crescentes, a conscientização sobre a doença ainda é insuficiente, o que resulta em diagnósticos tardios e dificuldades no tratamento precoce, essencial para o controle da progressão da doença.
Além da conscientização, é preciso um esforço conjunto entre governos, profissionais de saúde, organizações e a sociedade civil para garantir que os pacientes com esclerose múltipla tenham acesso contínuo a tratamentos modernos, terapias multidisciplinares e, principalmente, acolhimento emocional. A integração desses cuidados é fundamental para que os pacientes possam manter uma boa qualidade de vida.
O Agosto Laranja deve ser um ponto de partida para um movimento contínuo em prol de melhores condições de vida para os pacientes com esclerose múltipla. A mudança começa com a conscientização, mas deve se concretizar em ação efetiva e políticas de saúde inclusivas.
Somente assim poderemos garantir que as pessoas com esta condição recebam o apoio necessário, desde o diagnóstico até o tratamento contínuo. Este mês de conscientização pode ser o impulso para transformações duradouras, mas a verdadeira mudança só será alcançada quando a sociedade e as instituições abraçarem a causa de forma comprometida e constante.
Dino César é coordenador do curso de Farmácia da Estácio Ceará
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