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domingo, 28 de julho de 2024

Pesquisadora mineira desenvolve jogo para auxiliar no tratamento da doença de Parkinson



No "RehaBEElitation" o paciente controla os movimentos de uma abelha por meio de uma luva incorporada a sensores táteis. O jogo foi desenvolvido pela doutoranda Luanne Cardoso, para ajudar na avaliação, monitoramento e reabilitação da doença.


Por Luiz Marquêz*, g1 Triângulo — Uberlândia



Pesquisadora mineira desenvolve "RehaBEElitation" para auxiliar no tratamento da doença de Parkinson — Foto: Reprodução



Uma pesquisa desenvolvida pela doutoranda em Engenharia Biomédica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Luanne Cardoso Mendes, criou um jogo que pretende auxiliar no tratamento de quem vive com Parkinson.


O RehaBEElitation foi pensado na realidade de quem convive com os tremores causados pela doença e desenvolvido em parceria com a Université de Lorraine, na França.



Pesquisadora mineira desenvolve jogo para auxiliar no tratamento da doença de Parkinson



No "RehaBEElitation" o paciente controla os movimentos de uma abelha por meio de uma luva incorporada a sensores táteis (veja no vídeo acima). O jogo tem quatro fases nas quais o jogador precisa polinizar as flores, alimentar as larvas de abelhas, coletar e secar o néctar.


O jogo foi baseado nos movimentos da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS) e as tarefas que devem ser executadas no jogo são projetadas para imitar os movimentos utilizados na avaliação clínica, como abrir, fechar, estender, flexionar, aduzir e abduzir as mãos, além dos sinais emitidos pelo antebraço e ritmo dos dedos.


A partir dos movimentos, um sensor inercial capta os sinais de tremores pelos movimentos que o jogador faz e armazena em um banco de dados. Os profissionais utilizam os sinais e extraem informações relacionadas ao tremor individual de cada paciente.


E após algumas sessões é possível dar o diagnóstico mais adequado a cada “jogador”.



“Com esses dados do tremor, consigo ver se o tremor diminuiu ou aumentou, e se esse jogador precisa de algum ajuste na sua medicação”, explicou Luanne.






Como o jogo foi desenvolvido?




Segundo a pesquisadora, o jogo foi criado quando ingressou no doutorado. Ela teve a ideia de fazer um projeto envolvendo inteligência artificial e, como sempre gostou de jogos, pensou no desenvolvimento de um.



O jogo criado deveria, então, avaliar os pacientes com Alzheimer, para diagnosticar a gravidade do problema, mas que também fosse um treinamento motor para os pacientes.


Luanne relatou que teve muitos desafios ao criar o jogo, mas o principal foi fazer com que ele realmente funcionasse para os pacientes.



“O principal desafio foi que ele tivesse validade clínica, ou seja, que realmente pudesse melhorar alguns sintomas da doença por meio da execução dos movimentos.”




Para resolver os problemas, ela utilizou o sistema Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS), que é uma avaliação que os profissionais de saúde usam como ferramenta padrão para avaliar os sintomas das pessoas com Parkinson.



“Para que o jogo fosse validado, tivemos o cuidado de incorporar os mesmos movimentos da UPDRS nele”.




O design também foi um dos desafios, pois ele precisava ser visualmente agradável para chamar a atenção dos usuários. Ela contou que especialistas na área de programação trabalharam exclusivamente nisso. Em um projeto tão grande, não são apenas um ou dois profissionais envolvidos.



“Precisamos de uma equipe multidisciplinar composta por cientistas da computação, biomédicos, engenheiros biomédicos, fisioterapeutas, educadores físicos, médicos e, é claro, pessoas com doença de Parkinson", afirmou a pesquisadora.





Luane faz o doutorado de forma cotutela, ou seja, com dois orientadores: o PhD em Engenharia Biomédica e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da UFU, Adriano de Oliveira Andrade, e o PhD na Université de Lorraine, em Metz, na França, Yann Morere.




Resultados do jogo




Paciente controla os movimentos de uma abelha por meio de uma luva incorporada a sensores táteis — Foto: Reprodução


“Com base nas análises que já foram feitas, conseguimos ver que o jogo tem elevado a usabilidade e acessibilidade dos pacientes. Inclusive, nós conseguimos avaliar três sintomas da doença utilizando o jogo: a bradicinesia, o tremor e a rigidez”, disse.


A bradicinesia é um dos primeiros sintomas a aparecer no paciente com Parkinson e é caracterizada pela lentidão na execução de movimentos voluntários.



Segundo a pesquisadora, o jogo não é só uma ferramenta para treinar os movimentos dos jogadores e identificar os níveis de tremores, mas também oferecer exercícios para o alívio dos sintomas.


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Recepção dos pacientes e próximos passos




Luanne contou, ainda, que após utilizar o jogo os usuários responderam um formulário sobre as impressões do jogo. De acordo com ela, a maioria das respostas foi positiva, com os pacientes afirmando que gostaram da experiência de utilizar o jogo e que pretendiam usá-lo novamente, pois ajudava a “aliviar a cabeça”.



“Quando eu falo de aliviar a cabeça, falo do aspecto cognitivo, da memória, concentração e até questões relacionadas a depressão. O jogo ajuda bastante nessas questões, pois o jogador está interagindo com uma ferramenta de forma natural e motivada, diferente de fazer os exercícios em ambiente clínico.”




Agora, a ideia é experimentar o jogo com novos pacientes e com um novo objetivo: ver se ele pode ser utilizado como ferramenta de reabilitação. Para isso, estudos estão sendo feitos para que o jogo também avalie os membros inferiores do corpo.




“A gente espera que o jogo se torne uma ferramenta completa de avaliação, monitoramento e reabilitação.”






O que é a doença de Parkinson?




A doença de Parkinson é a degeneração dos neurônios produtores de dopamina. A falta de dopamina leva a sintomas motores característicos, como tremores em repouso, rigidez muscular, lentidão de movimentos (bradicinesia) e instabilidade postural.


Por ser um distúrbio neurológico progressivo, a doença pode também causar sintomas não motores, como problemas de sono, alterações de humor, dificuldades cognitivas e distúrbios autonômicos. Embora não haja cura, existem vários tratamentos possíveis que ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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