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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no País, as primeiras do mundo


Pasta também investiga seis casos de transmissão da infecção de gestantes para filhos e relação da doença com a microcefalia em bebês
Por Layla Shasta

O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira, 25, duas mortes por febre oropouche no interior da Bahia que estavam sob investigação. As vítimas, ambas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentaram sinais e sintomas semelhantes aos de dengue grave. Até o momento, de acordo com o ministério, não havia registro na literatura científica mundial de óbitos causados por essa doença.

A investigação dos casos foi feita pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Continua em investigação um óbito em Santa Catarina e foi descartada a relação causal por febre do oropouche de um óbito ocorrido no Maranhão.

De acordo com a Sesab, a primeira morte, de uma mulher de 24 anos que residia em Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo, de uma mulher de 21 anos residente em Camamu, foi registrado no dia 10 de maio.

Segundo a pasta, a detecção de casos de febre do oropouche foi ampliada para todo o País em 2023, após o ministério disponibilizar de forma inédita testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).


Com isso, os casos, até então concentrados na região Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões do País. Em 2024, foram registrados 7.236 casos da doença, em 20 Estados brasileiros (veja abaixo quais). A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas e Rondônia.

Transmissão da doença ocorre por meio da picada do mosquito conhecido como maruim ou mosquito-pólvora Foto: Fiocruz rondônia

Investigação de transmissão vertical da doença

A pasta também informou, em nota, que está investigando agora seis possíveis ocorrências de transmissão vertical da doença, isto é, transmissão de mãe para filho, durante a gestação.


São três casos em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Dois casos evoluíram para óbito fetal, houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

No início deste mês, o Instituto Evandro Chagas (IEC) identificou, pela primeira vez, anticorpos do vírus oropouche em quatro recém-nascidos e o genoma do vírus em um caso de morte fetal. Em resposta, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica em 11 de julho de 2024, recomendando que Estados e municípios intensifiquem a vigilância em saúde devido à confirmação da transmissão vertical do vírus.

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As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre do oropouche e os casos de malformação ou abortamento.

As recomendações incluem reforçar a vigilância durante a gestação e o acompanhamento de bebês cujas mães tiveram suspeita de arboviroses, como dengue, zika, chikungunya e febre do oropouche.

Entre as medidas de prevenção para as gestantes, a pasta recomenda evitar áreas com muitos mosquitos, especialmente em regiões onde há o “maruim” ou “mosquito-pólvora”, transmissor da doença, e usar roupas que cubram a maior parte do corpo.

Veja quais estados apresentaram casos de febre oropouche e o número de exames detectáveis em cada localidade em 2024, segundo o Ministério da Saúde:
Amazonas: 3.224
Rondônia: 1.709
Bahia: 830
Espírito Santo: 412
Acre: 265
Roraima: 236
Santa Catarina: 155
Pernambuco: 86
Minas Gerais: 83
Pará: 74
Rio de Janeiro: 62
Ceará: 39
Piauí: 27
Mato Grosso: 17
Amapá: 7
Maranhão: 3
Paraná: 3
Tocantins: 2
Mato Grosso do Sul: 1
Paraíba: 1

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