Presidente do Sindienergia-CE alerta para necessidade de diretrizes claras para garantir competitividade
Escrito por
Victor Ximenesproducaodiario@svm.com.br
25 de Fevereiro de 2025 - 11:00
Victor Ximenes
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Legenda: Luis Carlos Queiroz é presidente do Sindienergia-CE
Foto: Divulgação
O setor de energia eólica do Ceará enfrenta um momento de incertezas, com a Aeris, uma das maiores empregadoras do Estado, no epicentro de uma intensa crise. O empresário Luis Carlos Queiroz, presidente do Sindienergia-CE, vinculado à Fiec, afirma que o setor necessita de uma urgente política de Estado para se recuperar.
"Criamos toda a indústria eólica aqui no Ceará, e o que vemos agora é um desmantelamento disso. Qual é a política real do governo federal para esse momento?", questiona o executivo, em entrevista no programa Bom Dia Nordeste, na rádio Verdinha 92.5 FM, nesta terça-feira (25)
As energias eólica e solar sempre se complementaram na matriz energética do Estado, mas, nos últimos anos, enquanto a solar continua crescendo de forma robusta, a eólica sofre com um cenário nacional e global desafiador. "A energia solar é mais flexível e rápida de implantar, mas a indústria eólica é base, fundamental para manter o equilíbrio do setor", explica Luiz Carlos.
Pernambuco mais atrativo que Ceará
Queiroz chamou atenção para as diferenças tributárias entre os estados do Nordeste em relação à energia solar, o que, segundo ele, vem deixando o Ceará em desvantagem competitiva.
"Por que no Ceará só existe uma distribuidora de painéis solares, enquanto Pernambuco já tem dez? Precisamos de políticas que atraiam empresas para o Estado", enfatiza o presidente do Sindienergia-CE.
A paralisação dos leilões de energia eólica nos últimos dois anos também preocupa o setor. "Temos uma grande dimensão de offshore para ser instalada, mas como investir nisso se a produção em terra já enfrenta problemas?", aponta Luiz Carlos. Ele defende que é necessária uma estratégia de longo prazo para garantir a continuidade e expansão da energia renovável no estado.
O desafio para o setor passa pela necessidade de incentivos governamentais e infraestrutura adequada. "Cabe ao governo federal definir uma política estratégica, com planejamento e investimentos em transmissão de energia, para que possamos aproveitar todo o potencial do Ceará", conclui.
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