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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Pesquisadores elaboram manifesto contra retorno do horário de verão


Adaptação a um novo “horário social” pode causar confusão nos ritmos biológicos e favorecer problemas de saúde, apontam especialistas


Por Victória Ribeiro

Em meio às discussões sobre o possível retorno do horário de verão no Brasil, 26 cientistas da área de cronobiologia — ciência responsável por estudar os ritmos e os fenômenos biológicos — assinaram um manifesto contra a medida.

Historicamente, a mudança nos relógios foi justificada como uma forma de economizar energia, buscando alinhar as atividades do dia a dia às horas de luz natural. No entanto, os pesquisadores sugerem que os malefícios à saúde podem superar os benefícios econômicos esperados.

Ritmos biológicos humanos estão profundamente conectados ao ciclo natural de luz e escuridão, afirmam especialistas Foto: Laima Gri/Adobe Stock


Conforme explicação dos estudiosos da cronobiologia, os ritmos biológicos humanos estão profundamente conectados ao ciclo natural de luz e escuridão, regulando de forma automática funções essenciais como sono, apetite e até mesmo o humor.

A introdução do horário de verão, porém, tornaria essa sincronização confusa, forçando o organismo a se reajustar a um novo “horário social”. Para muitos, essa adaptação pode ser desafiadora e resultar em problemas de saúde.


“Esse processo de adaptação nem sempre é fácil. Enquanto algumas pessoas conseguem se ajustar, outras permanecem fora de sintonia, o que pode gerar sérios problemas de saúde”, diz trecho do documento assinado por pesquisadores de diferentes instituições, incluindo Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade de São Paulo (USP).

Entre os efeitos negativos do horário de verão, os cientistas listam distúrbios do sono, aumento de eventos cardiovasculares adversos, transtornos mentais e cognitivos, e crescimento no número de acidentes de trânsito nos primeiros dias após a mudança.


No manifesto, os estudiosos mencionam um estudo realizado em 2017 pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que abordou a forma como lidamos com a transição de horário.


A pesquisa, baseada em questionários online, analisou as respostas de mais de 1.200 participantes sobre seus horários habituais de dormir e acordar, perguntando também sobre a chegada do horário de verão. A conclusão: mais de 50% dos entrevistados relataram passar por algum tipo de desconforto até o relógio voltar ao normal.

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Os pesquisadores destacam que a posição expressa no manifesto é baseada unicamente em evidências científicas, independentemente de inclinações políticas, defendendo que para preservar a saúde e o bem-estar, o ideal é manter a alteração nos horários fora dos planos.

“Isso evitaria os efeitos negativos promovidos pela mudança de horário e promoveria um maior alinhamento entre os nossos ritmos biológicos e os horários social e ambiental, contribuindo para uma sociedade mais saudável”, defendem.

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