Em jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil, Andrei Rodrigues diz que é preciso ‘fechar o cerco ao fluxo econômico do crime organizado’; empresários afirmam que governo deve repensar regulamentação das apostas online
Por Vera Rosa
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, admitiu preocupação com práticas de lavagem de dinheiro e crime organizado por trás das apostas online, as chamadas bets. Ao participar de jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil nesta quinta-feira, 12, em São Paulo, Rodrigues ouviu de empresários que o governo deveria repensar a regulamentação do setor porque as consequências do crescimento vertiginoso das bets são cada vez mais perversas.
“Precisamos fechar o cerco ao fluxo econômico do crime organizado, de bilhões e bilhões, a partir da investigação financeira, da cooperação internacional, da capacitação e de parcerias de entre empresas privadas e a Polícia Federal”, disse Rodrigues, numa referência às apostas virtuais.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues (à direita), com o chairman do grupo Esfera Brasil, João Camargo: bets na mira das investigações. Foto: Foto: Iara Morselli/Divulgação/Esfera Brasil
O Estadão mostrou que casas de apostas online têm aproveitado brechas da Lei Eleitoral para abrir um novo tipo de mercado, oferecendo prêmios diferentes a quem acertar os vencedores das eleições para prefeituras de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, por exemplo. Após a publicação da reportagem, três de cinco bets que ofereciam as apostas eleitorais cancelaram o serviço.
Durante o encontro desta quinta-feira, o chairman do Esfera, João Camargo, e o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, disseram a Rodrigues que os riscos das bets para o País são de longo prazo. Mencionaram que um deles é a legalização de um crime antes restrito à contravenção. O outro, a drenagem do dinheiro que deveria ser gasto na compra de bens e serviços. Além disso, pessoas viciadas em apostas estão deixando até mesmo de comer para jogar e a chance de inadimplência no futuro é alta.
Na avaliação de empresários presentes ao jantar, o governo pode perder o controle dessa situação se não forem tomadas medidas efetivas para coibir a prática. Muitos observaram que o foco, nesse caso, não pode ser apenas a arrecadação de impostos.
Em nota, o Ministério da Fazenda destacou que apostas sem relação com temática esportiva ou jogos online “não são previstas pela legislação, não podendo ser assim entendidas como legalizadas nem em fase de regulação ou adequação”.
O Congresso aprovou em dezembro projeto de lei que regulamenta o setor de apostas de alíquota fixa, faixa de atuação das bets, e também os cassinos online. Esse mercado, porém, só deve ser formalmente regulamentado no Brasil a partir de 2025. Economistas calculam que a arrecadação para o caixa do governo pode atingir cerca de R$ 10 bilhões por ano.
“Precisamos fechar o cerco ao fluxo econômico do crime organizado, de bilhões e bilhões, a partir da investigação financeira, da cooperação internacional, da capacitação e de parcerias de entre empresas privadas e a Polícia Federal”, disse Rodrigues, numa referência às apostas virtuais.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues (à direita), com o chairman do grupo Esfera Brasil, João Camargo: bets na mira das investigações. Foto: Foto: Iara Morselli/Divulgação/Esfera Brasil
O Estadão mostrou que casas de apostas online têm aproveitado brechas da Lei Eleitoral para abrir um novo tipo de mercado, oferecendo prêmios diferentes a quem acertar os vencedores das eleições para prefeituras de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, por exemplo. Após a publicação da reportagem, três de cinco bets que ofereciam as apostas eleitorais cancelaram o serviço.
Durante o encontro desta quinta-feira, o chairman do Esfera, João Camargo, e o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, disseram a Rodrigues que os riscos das bets para o País são de longo prazo. Mencionaram que um deles é a legalização de um crime antes restrito à contravenção. O outro, a drenagem do dinheiro que deveria ser gasto na compra de bens e serviços. Além disso, pessoas viciadas em apostas estão deixando até mesmo de comer para jogar e a chance de inadimplência no futuro é alta.
Na avaliação de empresários presentes ao jantar, o governo pode perder o controle dessa situação se não forem tomadas medidas efetivas para coibir a prática. Muitos observaram que o foco, nesse caso, não pode ser apenas a arrecadação de impostos.
Em nota, o Ministério da Fazenda destacou que apostas sem relação com temática esportiva ou jogos online “não são previstas pela legislação, não podendo ser assim entendidas como legalizadas nem em fase de regulação ou adequação”.
O Congresso aprovou em dezembro projeto de lei que regulamenta o setor de apostas de alíquota fixa, faixa de atuação das bets, e também os cassinos online. Esse mercado, porém, só deve ser formalmente regulamentado no Brasil a partir de 2025. Economistas calculam que a arrecadação para o caixa do governo pode atingir cerca de R$ 10 bilhões por ano.
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