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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Brasil x Tailândia pela Copa do Mundo de Futsal: confira horário e onde assistir


Escrito por Redação

O confronto será disputado no Complexo Esportivo de Bukhara, no Uzbequistão
Legenda: O Brasil venceu as duas partidas que fez e está com 100% na Copa do Mundo de Futsal
Foto: Leto Ribas/CBF



A Seleção Brasileira entra em quadra nesta sexta-feira (20), pela Copa do Mundo de Futsal, às 9h30 (horário de Brasília), contra a Tailândia, pela 3ª rodada da fase de grupos da competição. O confronto será disputado no Complexo Esportivo de Bukhara, no Uzbequistão.

ONDE ASSISTIR

A partida terá transmissão ao vivo do: SporTV, CazéTV (YouTube), além do streaming FIFA+.
Como chegam as equipes

O Brasil se classificou para as oitavas de final depois de vencer a Croácia por 8 a 1. Antes havia vencido Cuba por 10 a 0. Além dos 100% de aproveitamento, a campanha mostra uma defesa sólida com apenas um gol sofrido e um ataque poderoso com 18 gols marcados. Cinco deles foram do ala Marcel, artilheiro da competição.


“O Brasil sempre joga pra frente, para atacar e ainda mais quando você tá num elenco com grandes jogadores e que todos estão focados. Então, sempre a gente busca o companheiro melhor colocado e gera muitas opções. Ninguém quer ser mais do que ninguém, então isso ajuda muito no coletivo”, disse Marcel.



A Tailândia avançou para o mata-mata depois de vencer a Croácia por 2 a 1 na estreia. Na segunda rodada, os tailandeses golearam Cuba por 10 a 5.


FICHA TÉCNICA BRASIL X TAILÂNDIA

Local: Complexo Esportivo de Bukhara, Uzbequistão
Data: 20/09/2024 (terça-feira)
Horário: 9h30 (de Brasília)
Transmissão: SporTV, CazéTV (YouTube), além do streaming FIFA+

‘Jogo do Tigrinho’ e ‘bets’ chegam a escolas, viciam alunos e se tornam desafio à educação no Ceará


Estudantes reconhecem prejuízos, enquanto gestores se adaptam à realidade e buscam estratégias para combatê-la
Escrito por Theyse Viana e Gabriela Custódio , theyse.viana@svm.com.br 

Legenda: Impedir o uso de celular em sala de aula é desafio para professores de adolescentes
Foto: Shutterstock




“A possibilidade de ganhar dinheiro fácil.” A resposta é unânime entre estudantes cearenses que tentam explicar por que se viciaram em casas de apostas e jogos de azar como o “Jogo do Tigrinho”. O hábito invadiu as salas de aula, tirando do eixo não só a educação, mas a vida financeira já precária dos adolescentes – sobretudo os de escolas públicas.


⚠️ Atenção! O texto a seguir pode conter gatilhos emocionais. Pessoas com problemas de dependência ou vício em jogos podem recorrer a atendimento psicológico e psiquiátrico. Se, aliado a isso, você tem pensamentos suicidas, busque ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV), por exemplo, oferece apoio por chat na internet ou pelo telefone 188.

Um dos alunos ouvidos pela reportagem, José*, 18, confessa que chegou a utilizar parte do benefício do Pé-de-Meia em uma das “bets”. “Peguei R$ 50 dos R$ 400, botei todo no Ceará (o time de futebol), e perdi”, lembra.

O vício ocupa não só o tempo livre em casa, mas os intervalos na escola e até as próprias aulas, tornando-se um desafio a mais para os professores e gestores, como lamenta a diretora de uma escola estadual de Fortaleza, que não será identificada aqui.


“Temos que ficar todo tempo em cima, senão eles ficam querendo usar na hora da aula. A gente se vale da lei estadual que proíbe usar o celular, mas o uso desse ‘Tigrinho’ é demais. É uma falsa ilusão de que vão ganhar dinheiro. Mas a realidade é que só perdem.”



Essa realidade é conhecida por José*. “Teve uma vez que com R$ 1 real eu fiz R$ 15. Apostei de novo, na ganância, e perdi tudo. Quando ganha, tu fica motivado, mesmo já tendo perdido muito. Pensa ‘agora vou recuperar tudo!’, mas vai só perdendo”, reconhece o jovem, que costuma apostar em duas “bets” diferentes.


Já Carlos*, 18, sucumbiu ao “Tigrinho”. “Quando ele paga, a pessoa fica na ganância, quer jogar mais e perde o dinheiro. Em qualquer momento a gente tá usando. Se tá com dinheiro e vê que o horário é bom, se desconcentra da aula pra jogar”, assume.

A gestora escolar ouvida pelo Diário do Nordeste compartilha que “todos os diretores falam que têm aluno usando esses jogos na escola”, e alerta que isso se soma a um desafio que já é imenso: manter os estudantes dentro da sala de aula.


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Os impactos das perdas financeiras e os prejuízos educacionais causados pelas apostas são reconhecidos pelos estudantes que conversaram com a reportagem – mas todos reforçam que “não é fácil” parar de utilizar as plataformas.


Miguel*, 18, por exemplo, tem tentado se afastar do “Jogo do Tigrinho” e da “bet” que utiliza. “Parei mais um pouco. Mas de vez em quando dá uma recaída”, confessa, afirmando que já chegou a conversar com professores sobre o problema. “Eles não comentam, mas quando a gente puxa o assunto, eles falam pra gente não fazer (apostas)”, diz.

O Diário do Nordeste contatou a Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME) e o Sindicato dos Estabelecimentos de Educação e Ensino da Livre Iniciativa do Ceará (Sinepe) para saber se estão cientes do problema e se há estratégias para abordá-lo e preveni-lo na comunidade escolar. As instituições não enviaram posicionamento até a publicação deste texto.


Também buscamos a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), que respondeu por nota sem mencionar nenhuma estratégia ou providência sobre o uso de jogos de azar ou casas de apostas pelos alunos dentro da escola.



A Pasta se limitou a informar que "há uma legislação de 2008 no Ceará que dispõe sobre a proibição do uso de equipamentos de comunicação, eletrônicos e outros similares durante as aulas", e também que "segue a recomendação do Ministério Público do Ceará, de 2024, que orienta sobre o uso desses dispositivos no ambiente escolar".


A Seduc acrescentou que "nos últimos anos, vem orientando a utilização de ferramentas tecnológicas de forma pedagógica em sala de aula, inclusive o celular", e que "as escolas da rede estadual têm autonomia para definir em seus regimentos sobre o uso de recursos disponíveis em sala de aula e em outros ambientes escolares, com base nas legislações e orientações".

Questionado pelo Diário do Nordeste se o Ministério da Educação (MEC) já foi informado sobre esse problema, o ministro Camilo Santana afirmou que "essa informação ainda não chegou oficialmente ao ministério". Porém, apontou que essa é uma questão preocupante e que é necessário buscar um mecanismo para evitar esse uso indevido do recurso do Pé-de-Meia.

"É bom sempre lembrar que essa (pé-de-meia) é uma política que o Governo Federal lançou para apoiar e evitar o abandono escolar dos alunos. Aquele dinheiro, os R$ 200 que ele recebe, é livre. É claro que ninguém quer que ele use para esse objetivo. Então, tem que ter um trabalho de conscientização, de orientação, de educação financeira. Agora, são as redes estaduais que gerenciam e administram seus alunos", afirmou.

O ministro também informou que o MEC trabalha na criação de uma medida, que deve ser anunciada até outubro, em que irá propor a proibição do uso de celulares nas salas de aula de escolas do Brasil. A informação foi dada à reportagem após a cerimônia de assinatura da ordem de serviço para a primeira etapa da implantação do campus do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) Ceará, que ocorreu na última quinta-feira (19), no Palácio da Abolição, em Fortaleza.

De endividamento a depressão

Segundo a psicóloga Beatriz Austregésilo, pós-graduada em Dependência Química e atuante em uma clínica de tratamento de transtornos psíquicos e vícios em Fortaleza, é possível classificar os jogadores em três tipos:




No caso dos estudantes, além do prejuízo concreto ao desempenho escolar e às finanças, os impactos do vício em jogos de azar podem atingir em cheio a saúde mental. O alerta é de Ticiana Santiago, psicóloga, doutora em Educação e consultora do Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança (Nucepec/UFC).

“Primeiro, ocorre o superendividamento de uma população que, na maioria das vezes, já vive uma situação de risco, vulnerabilidade e desigualdade social. Sem o acompanhamento da família, da escola e pessoas de referência, acaba gerando ansiedade, impulsividade, conflitos entre pares, com disputas de apostas – e até depressão”, inicia.


“Esses jogos fazem falsas promessas. A venda dessa mudança significativa de vida, dos bens, que não vai acontecer. O jovem vai ter uma distorção entre o que busca, idealiza, e o que realmente consegue construir”, explica a psicopedagoga.



Ticiana ressalta que crianças e adolescentes são “sujeitos em formação”, que aprendem a partir das experiências sociais. Uma sociedade com “bets” regulamentadas por lei, por exemplo, invariavelmente impacta a percepção e os desejos dos jovens.


“Nesse processo, nem todas as estruturas cognitivas, capacidade de reflexão, de posicionamento crítico e formação do juízo moral estão asseguradas. Então é importante que a gente acompanhe e medie”, frisa.

“Outra questão é: que modelo de sociedade, de cultura e de relações está se apresentando pra essa criança e esse adolescente?”, suscita Ticiana.


Legenda: Apps e sites de jogos de azar e de apostas não regulam uso por crianças e adolescentes
Foto: Shutterstock



Embora impactem jovens de todas as classes socioeconômicas, são as crianças e adolescentes de menor renda os mais vulneráveis aos prejuízos, já que apostam na “sorte” pela possibilidade de adquirirem poder de consumo.


“Vivemos numa sociedade muito consumista, e as mídias sociais dizem que você precisa de tal tênis pra ser descolado, ou ter tal produto. Nessa fase da vida, isso tem um impacto muito maior. Esses jogos são muito perigosos”, alerta a psicóloga.

Ticiana complementa que, para os jovens em vulnerabilidade socioeconômica, “é como cavar mais fundo um desafio cotidiano”. “E também é um perigo para os que já têm poder aquisitivo, parcela onde o apelo ao consumo é maior ainda.”



Quando esses pensamentos mágicos de jogos, propagandas, influencers de crescimento chegam com essas seduções, é extremamente tentador. Isso coloca pros pais, educadores, profissionais da mídia, da primeira infância e da adolescência uma necessidade urgente de uma educação que não seja só instrução formal, mas de leitura crítica e social da vida.Ticiana Santiago
Psicóloga e doutora em Educação


'Proibido para menores'

A reportagem checou os termos de uso de um dos sites que se colocam como oficiais do "Jogo do Tigrinho". A página alerta que as informações contidas lá "são para maiores de 18 anos", mas, na prática, não regula a utilização por menores de idade. O site acrescenta ainda, em inglês:


"Não nos responsabilizamos por decisões tomadas com base nas informações fornecidas em nosso site. Todas as informações são apresentadas como opiniões e não como instruções para ação. O jogo online envolve riscos e é importante que os usuários tomem suas decisões com base em sua própria pesquisa e julgamento."


Também buscamos os termos de uso de casas de apostas online mencionadas pelos estudantes. A maioria delas garante que 'pode solicitar um documento de identidade com foto' para efetivar o cadastro.



Uma das "bets" afirma ainda que "se descobrirmos que a conta de um cliente é mantida ou gerenciada por um menor, a conta correspondente será imediatamente encerrada, todas as apostas serão consideradas nulas e sem efeito e todos os depósitos serão reembolsados".

Regulamentadas no Brasil, as "bets" têm como atividade principal as apostas esportivas, mas a maioria dos sites traz opções de cassino online: jogos similares ao do "Tigrinho".

O que é preciso fazer

Em se tratando de apostas e jogos de azar, o problema é ainda mais complexo, como observa Ticiana Santiago. “Muitas vezes a família e os profissionais da educação também vão precisar de orientação, porque não estão imunes. Muitos adultos acabam recorrendo aos jogos”, alerta a psicóloga.

Segundo a especialista, é preciso inserir o assunto para além de “informativos e circulares”: a educação financeira precisa penetrar os livros e as salas de aula, “nas aulas de matemática, ciência e história”.

“A escola nunca vai ser uma preparação pra vida: é a vida acontecendo. E ela tem uma função social e política muito grande. Nessas feiras de ciência, projeto pedagógico, atividades esportivas, campanhas, temas transversais, a educação financeira, midiática e a desmistificação dos influencers precisam aparecer.”
Onde buscar ajuda

No Ceará, o grupo “Jogadores Anônimos” (JA) reúne e acolhe quem precisa de ajuda para deixar o vício. A iniciativa segue os mesmos princípios dos Alcoólicos Anônimos (AA), como informou uma representante ao Diário do Nordeste.


O JA disponibiliza uma linha de ajuda online, aberta, por meio da qual interessados podem se informar sobre os encontros presenciais e virtuais, no WhatsApp: (85) 98929-5529.

*Algumas das pessoas ouvidas nessa reportagem tiveram seus nomes trocados por fictícios, para que tenham suas identidades preservadas.

Horário de Verão: medida será retomada em 2024? Entenda como funciona





Foto: Reprodução Marcello Casal J Agência Brasil

Especialista avalia os pontos positivos para o retorno da medida

Ele fez parte dos nossos verões por 34 anos seguidos, mas em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro revogou o horário de verão. Uma das alegações para a suspensão era que a medida impactava pouco o consumo de energia. Mas depois de quase cinco anos, ela pode voltar. As análises do Ministério de Minas e Energia e as falas do Ministro Alexandre Silveira apontam para este caminho e a decisão deve sair ainda nesta semana.

“O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato porque tem implicações, não só energética, tem implicações econômicas. É importante para diminuir o despacho de térmicas nos horários de ponta, mas é uma das medidas, porque ele impacta muito a vida das pessoas”, reconhece o ministro.

Decisão que para o especialista em energia e ex-reitor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo, é mais que acertada.

"Quando você muda o horário, você aproveita uma hora de luz no final da tarde e economiza uma hora do dia. Essa economia, dividida pelas 24 horas do dia, fica de fato pequena, mas necessária. É preciso sinalizar que o país precisa economizar energia."
Horário de Verão: como funciona? Adianta ou atrasa o relógio?

O horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma hora. Na prática, acordamos com o sol mais fraco e "ganhamos" uma hora a mais de sol no fim do dia. Estendendo a claridade até 19h, 19h30, em grande parte do país.

Do ponto de vista técnico há um ganho, esclarece o professor Ivan.

"Nesse horário, as nossas usinas solares — que agora são significativas na matriz energética do país — começam a parar de fornecer energia. Há uma rampa de queda de fornecimento de energia muito grande que o operador do sistema tem que compensar com as usinas térmicas e hidráulicas, que hoje estão secas."

Para compensar essa queda da energia solar, tirar um pouco da carga e economizar energia no fim de tarde, é muito positivo em termos operacionais para o sistema, explica o especialista.
Horário de Verão: quando deve entrar em vigor?

Tradicionalmente, o horário de verão começa sempre no primeiro domingo de novembro e termina no terceiro domingo de fevereiro. Se os estudos forem concluídos e o governo decidir pelo retorno do horário de verão, o ministro Silveira já adiantou que a mudança estará apta a começar dentro de 30 dias.
#Energia#Estiagem#Seca

FPM: Municípios recebem R$ 1,3 bi nesta 6ª; confira quanto sua cidade vai receber





Imagem: Brasil 61

O valor é 32% maior do que o repassado no mesmo período do ano passado

Os municípios brasileiros vão partilhar R$ 1.389.171.888,90, nesta sexta-feira (20). O valor é referente ao segundo repasse do mês de setembro, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Trata-se de uma quantia 32% maior do que a repassada no mesmo período do ano passado.

O resultado, segundo o especialista em orçamento público, Cesar Lima, aponta para um cenário de recuperação, apesar de o valor ser menor do que o registrado no primeiro decêndio deste mês, quando o total foi de R$ 4.276.269.144,67.

“Esse decêndio é bem interessante, pois é 32% maior do que o mesmo período do ano passado, comprovando que estamos num ano de recuperação do FPM. E, por ser um decêndio de meio de mês, ele é 68% menor do que o primeiro decêndio de setembro. Vamos esperar que o terceiro decêndio também seja bom, mesmo ele sendo geralmente menor do que o primeiro”, considera.
Confira no mapa quanto o seu município vai receber de FPM



São Paulo segue como a unidade da federação que recebe o maior valor: R$ 171.178.872,30. Dentro do estado, o destaque vai para cidades como Araçatuba (R$ 748.991,44), Araraquara (R$ 748.991,44) e Bauru (R$ 748.991,44), entre outras, que receberam os maiores valores.

Já em Minas Gerais - outro estado que conta com um valor representativo (R$ 170.249.883,05) - as maiores quantias serão destinadas a municípios como Contagem (R$ 170.249.883,05), Barbacena (R$ 710.532,78) e Ibirité (R$ 795.022,69).

FPM: prefeituras partilham mais de R$ 4 bi nesta terça (10); veja o quanto seu município receberá

Perdas de royalties das prefeituras podem chegar a R$ 93 bilhões, diz CNM

Por outro lado, os estados que recebem os menores valores são: Roraima (R$ 1.021.408,08), Amapá (R$ 1.670.740,36) e Acre (R$ 3.156.643,07).
Municípios bloqueados

Até o último dia 5 de setembro, 13 municípios estavam bloqueados para recebimento dos valores do FPM. A lista consta no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), que reúne informações referentes a execuções orçamentárias, patrimoniais e financeiras da União.

Quando um município é incluído no sistema, a prefeitura fica impedida de receber qualquer ajuda financeira. Confira a lista dos municípios que estão bloqueados no momento: MARAGOGI (AL)
SÍTIO DO MATO (BA)
ALTO SANTO (CE)
BELA CRUZ (CE)
PENAFORTE (CE)
ITINGA DO MARANHÃO (MA)
PORTO RICO DO MARANHÃO (MA)
VILA NOVA DOS MARTÍRIOS (MA)
CARATINGA (MG)
TAPIRA (MG)
CANARANA (MT)
CUIABÁ (MT)
CALDAS BRANDÃO (PB)
O que é FPM

O FPM é considerado a principal fonte de receita de aproximadamente 80% dos municípios brasileiros. Trata-se de um repasse previsto na Constituição Federal, correspondente a 22,5% do que a União arrecada com Imposto de Renda (IR) e com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

O valor recebido pelos municípios varia de acordo com o número de habitantes e, a cada ano, passa por uma atualização com base em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

#Economia#FPM#Municípios#Recursos

Dengue: menos da metade das doses distribuídas constam como aplicadas






Das 4.792.411 vacinas contra a dengue distribuídas pelo governo federal aos estados e ao Distrito Federal desde fevereiro, quando a imunização começou, apenas 2.341.449 doses foram registradas como aplicadas no Sistema Único de Saúde (SUS) até o último dia 15 – um percentual de 48,88%. O saldo, portanto, é de 2.448.647 de doses que não tiveram o registro de aplicação.


Os números foram apresentados pelo diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Eder Gatti, durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife.

O balanço da pasta mostra ainda que, ao longo de pouco mais de sete meses de imunização contra a dengue no país, 1.819.923 crianças e adolescentes com idade entre 10 a 14 anos receberam as duas doses necessárias para concluir o esquema vacinal contra a doença, enquanto 521.497 receberam somente a primeira dose. “Há um déficit de pessoas que não fizeram a segunda dose. Parte não teve o tempo ainda. Mas a gente sabe que há pessoas que já deveriam ter recebido e não voltaram”, destacou Eder.


A recomendação do ministério e do próprio fabricante da Qdenga, o laboratório japonês Takeda, é que a segunda dose do imunizante seja aplicada após três meses após a aplicação da primeira.

Casos no Ceará

Até agora o Ceará notificou 45.833 casos e 10.444 foram confirmados. Outras 4 pessoas foram a óbito devido a doença.






(*) Com informações da Agência Brasil

Opinião |Como iremos sustentar os idosos? Revisão de projeções demográficas do IBGE levanta questão


O País tem pela frente uma ‘muralha demográfica’ complicada, com menos trabalhadores para sustentar mais aposentados




Por Fabio Giambiagi


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na revisão da população de 2018, nos indicava que em 2060, para cada 100 pessoas no grupo de 15 a 64 anos, haveria 43 pessoas (43%) com idade de 65 anos ou mais. Agora, na projeção para o mesmo ano, esse porcentual aumentou para 46%. Com duas informações complementares chave: i) em 2020 essa proporção foi de 14%; e ii) em 2070 aumentará mais ainda, para 54%. O País tem pela frente uma “muralha demográfica”: como sustentar os idosos? Em 2020, para cada idoso com 65 anos ou mais, havia sete pessoas em idade de trabalho; em 2070, haverá menos de duas. Um país responsável, diante desses dados, tomaria providências para diminuir o ônus para os futuros participantes do mercado de trabalho.


O que o Brasil está fazendo é o oposto: elevando o preço que os futuros adultos vão pagar, com uma regra do salário mínimo que aumentará o tamanho da conta devido à política de aumento real dos benefícios indexados ao piso.

Outro aspecto relevante é o que está acontecendo nas faixas etárias mais novas. A revisão de 2018 mostrava uma realidade segundo a qual o número de crianças e jovens diminuiria. Especificamente para o grupo de 5 a 19 anos, entre 2020 e 2050, projetava-se uma queda, com esse grupo encolhendo de um contingente de 45 milhões de pessoas em 2020 para 37 milhões, três décadas depois. A realidade, porém, parece que será pior, pois para um ponto de partida praticamente igual em 2020 (os mesmos 45 milhões nessa faixa), o grupo cairia a apenas 31 milhões em 2050. Tenho brincado dizendo que crianças serão um artigo escasso no futuro. Os pediatras não terão vida fácil neste mundo.

Envelhecimento da população tem maior impacto na previdência social e na assistência de saúde aos idosos Foto: Marcos de Paula / Estadão


Note o leitor o que isso significa: ao invés do número de alunos em idade escolar diminuir em termos absolutos 18%, a queda em 30 anos será de impressionantes 31%. Dito de outra forma: mesmo se os recursos para a educação nessa faixa etária se mantivessem constantes ao longo do tempo em termos reais, o valor per capita poderia aumentar 1,3% ao ano sem pressão adicional sobre o gasto público. Desconhecer este fato no traçado de políticas é simplesmente uma manifestação de ignorância.

O Brasil tem sido um país extraordinariamente perdulário nas suas políticas. Vale, a propósito, lembrar da frase que Al Gore cita no seu filme Uma verdade inconveniente, sobre o desafio ambiental: “Um dia nossos filhos olharão para nós e dirão: o que vocês estavam fazendo quando isso tudo acontecia?”. Vale o mesmo para a demografia.


Opinião por Fabio Giambiagi

Economista, formado pela FEA/UFRJ, com mestrado no Instituto de Economia Industrial da UFRJ

‘O Brasil está vivendo um golpe em câmera lenta com as ações do STF’, diz cientista político


Para Paulo Kramer, País passa por um ‘experimento pavloviano’, em que a tolerância da sociedade a ‘expedientes menos democráticos’ está sendo testada, para ver se há alguma reação, mas o ‘ponto de virada’ está próximo

Por José Fucs

Foto: Elza Fiuza/Agencia Brasil
Entrevista comPaulo KramerCientista político, consultor, assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e professor aposentado da Universidade de Brasília


O cientista político Paulo Kramer, de 67 anos, faz parte de um grupo restrito de profissionais da área, dominada por uma visão marxista da realidade, que se autodefine como um “liberal”. Professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), consultor de riscos políticos e assessor parlamentar da liderança da minoria na Câmara dos Deputados, ele diz que o papel de “Poder Moderador” desempenhado hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal), com ações que vão além de seu papel constitucional, é “o problema número um” que a gente vive no País.

“Nós estamos vivendo o que eu chamo de golpe em câmera lenta. O Supremo hoje pode tudo, porque os outros Poderes acham que ele pode tudo. Ou acham que não podem fazer nada contra ele”, afirma. Segundo Kramer, porém, o “ponto de virada” está próximo e deve resgatar o equilíbrio entre os Poderes da República. “Gradativamente, a opinião pública foi se conscientizando de que o Poder Judiciário, principalmente o STF, está há muito tempo exorbitando do seu papel constitucional. Ele precisa voltar ao seu quadrado, para que os Poderes sejam efetivamente independentes, porém funcionem de forma harmônica.”

Nesta entrevista ao Estadão, Kramer fala também sobre o fim do “presidencialismo de coalizão”, com a perda de poder do Executivo para o Legislativo na gestão do orçamento federal, a partir da aprovação das emendas parlamentares de execução obrigatória em 2015. Ele comenta, ainda, os projetos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e de anistia aos presos de 8 de janeiro que tramitam no Congresso e analisa as eleições municipais e o impacto do “fenômeno” Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, na direita e no bolsonarismo. “Provavelmente, a direita não marchará unida nas eleições de 2026″, diz. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Kramer: 'O governo Lula está tentando rodar um software já vencido' Foto: Elza Fiuza/Agencia Brasil



Como o sr. está vendo o cenário político hoje no País?

O que está ocorrendo no País hoje tem relação com o patrimonialismo que predomina na política brasileira, essa tendência que nós temos de confundir o público com o privado. Isso acaba condicionando a visão que os políticos e o povo têm, de forma geral, sobre o que significa exercer um cargo público. Aqui, as pessoas, quando alçadas a uma posição de poder qualquer, acabam se achando maiores e mais importantes do que os cargos. Elas exercem o poder de maneira imoderada e é provavelmente por isso que nós estamos sempre clamando pela intervenção de um Poder Moderador.

Oficialmente, nós tivemos um Poder Moderador no Império, na Constituição de 1824. De lá para cá, na República, a figura do Poder Moderador deixou de existir na Constituição. Mas, na prática, desde o tenentismo (movimento político-militar que surgiu no fim da República Velha para tentar derrubar as oligarquias rurais que governavam o País), a gente está sempre à espera de um general, de um Sergio Moro, de um Deltan Dallagnol, para combater os efeitos nocivos desse exercício imoderado do poder. Isso é o contrário do que acontece em outros países, de tradição republicana mais sólida, onde o sujeito em geral tem consciência de que ele é menor do que o cargo, de que o cargo é mais importante do que ele, e de que, portanto, ele deve agir de forma decente no exercício de suas funções.


No momento, essa busca pela ação de um Poder Moderador voltou a assombrar o Brasil e se tornou um componente crucial do nosso jogo político. Hoje, boa parte da esquerda vê no STF, particularmente na figura do ministro Alexandre de Moraes, esse poder “providencial”, acima da mecânica rotineira da convivência institucional entre os Poderes. O Supremo hoje pode tudo. Pode tudo porque os outros Poderes acham que ele pode tudo. Ou acham que não podem fazer nada contra ele. Para mim, este é o problema número um que a gente vive hoje no Brasil.

Enquanto a esquerda era hegemônica na nossa cultura política, seja na forma da social-democracia “perfumada” dos tucanos, seja no formato mais “botocudo” da tigrada lulopetista, isso não acontecia. Agora, com o crescimento de uma faixa de opinião de direita, conservadora, na sociedade brasileira – e pelo mundo afora – o STF vem assumindo este papel. Um lado reluta, quando não se recusa simplesmente a reconhecer, a legitimidade do outro. É por isso que cada eleição presidencial brasileira é encarada como uma crise e não como um desenvolvimento institucional periódico, previsível e normal numa sociedade democrática.

Em sua opinião, como isso está afetando o País?

Nós estamos vivendo um problema que eu chamo de golpe em câmara lenta. Este processo começou quando o ministro (Dias) Toffoli (então presidente do STF) se sentiu ameaçado pelas investigações da Lava Jato e designou seu colega, o ministro Alexandre de Moraes, para promover esse verdadeiro inquérito do fim do mundo, que não tem fim – o inquérito das fake news, que acaba incluindo tudo que ele considera prejudicial à sua visão de democracia. A partir daí, uma série de medidas foi tomada para beneficiar o lado do (hoje presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva) e prejudicar o lado do (hoje ex-presidente Jair) Bolsonaro.

Houve a “descondenação” do Lula, que havia sido condenado em três instâncias, justamente com a intenção de permitir que ele disputasse a Presidência de novo. Depois, isso ficou mais patente ainda durante a eleição de 2022, quando o senhor Alexandre Moraes exerceu a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É só comparar as ações que ele determinou contra um dos lados e quase não determinou contra o outro que você vê que não houve equilíbrio nas decisões em relação aos dois principais concorrentes. Desde então, esse processo vem tendo desdobramentos em série e é isso que eu chamo de um golpe em câmara lenta.




Quem saiu perdendo fomos todos nós, porque o propalado Estado de Direto ficou abalado




Como a gente chegou a este ponto?

A gente pode comparar isso com um experimento diabólico, pavloviano, de reflexo condicionado, em que a tolerância do povo, da opinião pública, em relação a esses expedientes menos democráticos, menos republicanos, vai sendo testada passo a passo, para ver se há alguma reação. Na medida em que boa parte da população se mostrava indiferente ao que estava ocorrendo, os executores dessas medidas se sentiram cada vez mais à vontade para ir avançando. Com isso, eu acho que quem saiu perdendo fomos todos nós, porque o propalado Estado de Direto ficou abalado.


Dentro disso que o sr. está falando, desse quadro do golpe em câmera lenta, dessa tentativa de ir testando a sociedade, em que estágio o sr. acredita que estamos hoje?

Olha, eu acredito que nós estamos nos aproximando de um ponto de virada. Ou vai ou racha. Gradativamente, a opinião pública foi se conscientizando de que o Poder Judiciário, principalmente o STF, aliado ao lulopetismo, está há muito tempo exorbitando do seu papel constitucional. Ele precisa voltar ao seu quadrado constitucional, para que os Poderes sejam efetivamente independentes, porém funcionem de forma harmônica. Senão, nós vamos ficar sempre naquele subdesenvolvimento político de achar que precisamos de uma força de fora, um Deus ex-machina que salve a situação, quando na verdade é a vontade organizada e legal dos cidadãos que fará com que as coisas aconteçam.

No sistema representativo, isso ocorre com a sociedade exercendo pressão para que seus representantes eleitos no Congresso façam alguma coisa para mudar a situação. É assim que funciona numa democracia. As pessoas enchem as ruas, protestam, se manifestam, não para ganhar no grito, mas para sensibilizar seus representantes eleitos, seus congressistas, deputados e senadores, para que façam aquilo que elas estão querendo.

Como o sr. você viu a manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, no dia 7 de setembro? Até que ponto ela refletiu esta maior conscientização da sociedade, se havia menos gente nas ruas do que em manifestações anteriores?

O governo e a esquerda tentaram pintar a última manifestação na Paulista como um grande fracasso, já que em manifestações anteriores havia trezentas mil pessoas nas ruas e dessa vez havia algo em torno de cinquenta, sessenta mil. Agora, como tudo é relativo em política, quando você compara essas cinquenta e poucas mil pessoas que estavam na Paulista com o ato esvaziado que foi realizado no mesmo dia na Esplanada dos Ministérios, com a presença do Lula e de ministros do STF, você consegue ter uma ideia mais precisa da dimensão da manifestação que ocorreu em São Paulo.




Hoje, o governo está fraco, porque não tem mais o conta-gotas na mão para controlar as emendas orçamentárias dos parlamentares




Até pouco tempo atrás, havia uma percepção de que essas bandeiras relacionadas ao STF e ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes estavam mais ligadas aos bolsonaristas e a grupos de direita e hoje parece que elas ganharam apoio das forças de centro e até de centro-esquerda. Qual a sua visão desta questão?

A minha visão se baseia naquele famoso ditado “pau que dá em Chico dá em Francisco”. Quer dizer, um poder ilimitado ou que se sente ilimitado é sempre perigoso para todos os players do jogo. É por isso que, no longo prazo, o que interessa é que o equilíbrio entre os Poderes seja reestabelecido, para que no futuro isso não ameace mais ninguém, nem a esquerda nem a direita.

Agora, como o sr. afirmou há pouco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e boa parte da esquerda, que representam uma parcela significativa da sociedade, estão a favor desta atuação do STF e particularmente do ministro Alexandre de Moraes. O que está levando a esse apoio do Lula e da esquerda ao STF e ao ministro?

A gente tem de levar em conta que o Lula não é mais aquele e que o famoso “presidencialismo de coalizão” também não é. O “presidencialismo de coalizão”, hoje, não funciona mais. Aquela história de o Poder Executivo usar as verbas do Orçamento para formar uma base parlamentar e aprovar suas medidas no Congresso mudou de forma considerável nos últimos anos. Desde 2015, quando o Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, se aborreceu com a então presidente da República Dilma Rousseff, porque achou que ela não tinha se empenhado o suficiente para garantir que o PT não votaria contra ele no Conselho de Ética por “quebra de decoro parlamentar”, o jogo virou. A partir daí, com a aprovação das emendas de execução obrigatória, os parlamentares foram avançando sobre aquela já diminuta parcela discricionária do Orçamento, que permite ao Executivo gastar onde quiser. Hoje, nós temos as emendas individuais dos parlamentares, as emendas de bancada e uma série de emendas de execução obrigatória que realmente dão uma independência muito grande aos parlamentares, sejam de que partido forem.



Atualmente, o Parlamento não está mais obrigado a se submeter aos desejos do Executivo. O Congresso já não depende mais do presidente, como nos primeiros mandatos do Lula e nos tempos do Fernando Henrique Cardoso. Hoje, o governo está fraco, porque não tem mais o conta-gotas na mão para controlar as emendas orçamentárias dos parlamentares. Neste sentido, o Congresso pode criar mais dificuldades para o Executivo. Isso alterou a correlação de forças entre os Poderes. Então, além de o Lula 3 estar mais velho, visivelmente mais debilitado do ponto de vista do seu vigor físico, ainda sofre essa limitação. O governo Bolsonaro já pegou essa conjuntura de maior independência orçamentária dos parlamentares e meio que se conformou com o novo desenho. Mas parece que o governo Lula 3 está tentando rodar um software já vencido.




Eu acredito que essas emendas parlamentares vieram para ficar. É difícil quem conquistou uma parcela de poder abrir mão desse poder




Recentemente, o STF determinou que houvesse um acerto entre o Legislativo e o Executivo e até estabeleceu um prazo para isso acontecer. No fim, chegou-se a uma fórmula, que, pelo que entendi, deve dar mais poder ao governo na gestão do Orçamento. É isso mesmo? Como o sr. analisa esta questão?

O que se combinou, o que ficou mais ou menos garantido a partir de agora, foi a chamada rastreabilidade da origem das emendas, que é uma coisa positiva, na minha opinião. Isso vai permitir que se saiba quem pediu aquela emenda, em todos os seus passos: empenho da verba, se ela efetivamente aplicada, executada. Agora, tem uma questão em aberto aí. O senador Davi Alcolumbre (União-AP), que é candidato à sucessão do Rodrigo Pacheco na presidência do Senado, já está dizendo que a solução é transformar as emendas de bancada em emendas individuais.

De qualquer forma, essa ação do governo mostra que há uma tentativa do Executivo de recuperar o poder do passado em relação ao Orçamento. O sr. acredita que isso é possível?

É difícil quem conquistou uma parcela de poder abrir mão desse poder. O Congresso sentiu o gostinho dessas emendas de execução obrigatória e agora, obviamente, não quer devolver esse poder para o Executivo. Então, eu acredito que essas emendas parlamentares vieram para ficar.

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É isso que explicaria, na sua visão, a dependência do governo em relação ao STF, para conseguir implementar suas políticas?

Exatamente. Ele precisa dessa muleta. Eu vou te dar um exemplo bem recente. Há poucos dias, outro ministro do STF, o Flávio Dino, autorizou o governo a abrir um crédito extraordinário para combater os incêndios florestais, fora do arcabouço fiscal, que, cá para nós, já está avacalhadíssimo, desacreditadíssimo, embora o governo Lula e sobretudo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, procurem manter uma aparência de normalidade nas contas públicas perante o mercado.

A rigor, tendo em vista a urgência de se combater esses incêndios que estão consumindo o Brasil, o Lula não precisaria da autorização do Flávio Dino para conseguir esse crédito junto ao Congresso. Mas, hoje, o governo se escuda atrás do STF mesmo quando não precisa. Agora, isso também tem uma explicação: para o Lula, para quem “gasto é vida”, o arcabouço fiscal impõe limites que ele e seus companheiros não suportam. Então, é como se o Lula dissesse “olha, não sou eu que estou pedindo para abrir o crédito. Estou pedindo porque o Flávio Dino determinou” – por sinal, em mais uma decisão monocrática de um ministro do Supremo.

Considerando todo esse quadro que o sr. traçou, o que a eleição do novo comando da Câmara e do Senado pode mudar na relação do governo com o Congresso?

Eu acredito que a próxima eleição para a presidência da Câmara e do Senado vai colocar nestes dois postos estratégicos representantes do chamado Centrão, que é aquela geleia, uma hora está de um lado, outra hora está do outro. Usa, muitas vezes, o ímpeto das bancadas de direita para pressionar o Executivo em questões paroquiais, de interesse dos políticos do grupo. Eu acredito que não vai dar para escapar disso. É claro que a direita está tentando comprometer os futuros presidentes das duas Casas, sejam eles quem forem, com a sua pauta. Agora, a gente sabe, por experiências anteriores, que essas promessas podem ou não ser cumpridas, dependendo da conveniência desses políticos, desses ocupantes de altos cargos do Congresso.

Acho muito difícil, pelo menos até onde a vista alcança, que haja uma mudança significativa nas posições do Congresso. Isso não quer dizer que, no futuro, não será possível, mas no momento acho pouco provável os futuros presidentes do Senado e da Câmara, sejam eles quem forem, concordarem com a diminuição do seu poder. Tem um postulado básico da ciência política segundo o qual quem tem poder não quer dividi-lo com ninguém. A não ser que seja forçado a isso por um poder maior. Agora, mesmo com as emendas de execução obrigatória, tem sempre um carguinho público que pode ser ocupado por alguém ligado a um deputado, a um senador, em troca de apoio no Congresso.

Como o sr. analisa as iniciativas do governo para interferir nas eleições do comando do Congresso, apesar dos desmentidos oficiais?

Eu acredito que o Executivo está se movimentando e vai se movimentar, sim, para ter o resultado mais favorável possível na composição das mesas do Senado e da Câmara. Agora, o que a gente percebe é que há alguns pontos que se tornaram cláusula pétrea para o Congresso e dos quais ele não vai abrir mão. Por exemplo, qualquer medida hoje que interfira negativamente nessa chamada pauta moral, na pauta dos costumes, na pauta da segurança pública, não tem muita chance de passar, porque quem se opõe a isso hoje está em franca minoria.




O impeachment do ministro Alexandre de Moraes não é tão simples quanto pode parecer




Na sua avaliação, qual a viabilidade de o pedido do impeachment do ministro Alexandre de Moraes que está sendo apresentado no Senado ser levado adiante?

Na verdade, a coisa não é tão simples quanto pode parecer, porque os regimentos internos, tanto do Senado quanto na Câmara dos Deputados dão uma latitude de decisão muito grande para os presidentes das duas Casas. Seria necessário futuramente modificar os dois regimentos, para que uma vez estabelecida uma maioria considerável, uma maioria robusta, pelo menos uma maioria absoluta de parlamentares favoráveis a um determinado curso de ação, que o presidente da Câmara ou do Senado tivesse de dar continuidade ao processo. Hoje, os presidentes têm poder demais, tanto na Câmara quanto no Senado, sendo que, no caso de processo de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal, cabe ao Senado conduzir, por maioria de dois terços.


O sr. acredita, então, que isso não deve caminhar no Senado?

Eu acredito que as cinco assinaturas que estão faltando para atingir mais da metade dos senadores vão ser mais difíceis de obter do que as 36 já obtidas no pedido de impeachment. Em quantos pedidos de impeachment do Alexandre de Moraes o Rodrigo Pacheco já sentou literalmente em cima? De qualquer forma, os senadores que apoiam o impeachment pretendem constranger o Pacheco com esse pedido, aproveitando que as eleições municipais armam o palanque para as eleições gerais de 2026. Para um partido se posicionar bem nas eleições gerais, é muito importante que ele tenha conseguido um bom resultado nas eleições municipais.

Outro dia, eu me deparei com o início de uma articulação para que os candidatos municipais do PSD, que é o partido do Pacheco, comecem a pressionar seus senadores mais ou menos nos seguintes termos: “Nós vamos perder as eleições aqui no nosso município, porque vocês são contra a assinatura do pedido de impeachment do Alexandre de Moraes”. Agora, ainda que isso não vá adiante, eu espero que a mera ameaça de abertura do processo de impeachment tenha, digamos assim, “capacidade de dissuasão”, para que os senhores ministros do Supremo caiam na real e retornem ao seu quadrado constitucional.

Além do impeachment, tem também o projeto de anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro para o Congresso avaliar. Embora a narrativa dominante seja de que houve uma tentativa de golpe, muitos juristas, políticos e analistas que não têm nada de bolsonaristas dizem que, para eles, o que houve foi uma depredação de prédios públicos, como outras que ocorreram no passado, envolvendo o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Qual a probabilidade, na sua opinião, de essa anistia sair?

Eu acredito que o avanço mais rápido ou mais lento desse movimento pela anistia vai depender, mais uma vez, dos vasos comunicantes entre a opinião pública e seus representantes eleitos, porque a anistia é uma lei votada pelo Congresso. A esquerda está se manifestando contra a anistia porque, em sua visão, os manifestantes cometeram crimes como depredação, vandalismo etc. Agora, alguns juristas afirmam que a anistia é para isso mesmo, é para perdoar crimes. A anistia tecnicamente falando, é um perdão, um esquecimento em relação aos crimes cometidos por qualquer das pessoas envolvidas naqueles atos.

Eu tenho conversado de vez em quando com o desembargador aposentado Sebastião Coelho, que patrocina várias causas daquelas famílias, daqueles presos do 8 de janeiro. O Sebastião diz o seguinte para os seus clientes: “Se eu fosse vocês, não aceitaria nenhum acordo com o Ministério Público, pela simples razão de que a experiência histórica do Brasil nos mostra que, mais cedo ou mais tarde, as coisas mudam e você vai perder o direito de reclamar depois”. E o Sebastião Coelho não é o único a reconhecer a precariedade jurídica dessas ordens inconstitucionais. Agora, o que vai definir isso é o que antigamente os comunistas chamavam de “correlação de forças”. Vai depender de um Congresso que se sinta mais independente para tomar as medidas necessárias, entre elas, a abertura de um processo contra o ministro Alexandre de Moraes e a própria anistia.




Essa briga do Elon Musk com o Alexandre de Moraes ajudou a esclarecer a opinião pública mundial para algo de muito grave que está acontecendo com as liberdades democráticas no Brasil




Na semana passada, houve até uma tentativa na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de levar isso adiante, mas em princípio a decisão foi adiada para depois das eleições municipais por uma intervenção do governo e do Arthur Lira, presidente da Câmara. O sr. acredita que isso vai voltar mesmo à pauta?

Eu acho que vai depender sobretudo do resultado das eleições. Eu vi o Bolsonaro falando outro dia que o futuro do Brasil passa pelos municípios. Isso quer dizer que o PL e os bolsonaristas vão batalhar para fazer o maior número possível de prefeituras ou o maior número possível de prefeituras importantes, em cidades grandes, para provar sua força e garantir que, na eleição geral de 2026, mais bolsonaristas, mais representantes da direita entrem para o Congresso e possam efetivamente virar o jogo.



Muitos analistas consideram que a ação do ministro Alexandre de Moraes contra o X (antigo Twitter) e o empresário Elon Musk foi emblemática das restrições impostas hoje à liberdade de expressão no Brasil, de uma volta da censura. O que o sr. pensa sobre isso? O sr. concorda com esta visão?

Eu concordo. Acredito que a reação do Elon Musk foi um game changer, como dizem os americanos. Foi um fator que ajudou a virar o jogo. Essa briga do Alexandre de Moraes com o Elon Musk teve o resultado positivo de desacreditar a narrativa de que a direita é antidemocrática, a direita é fascista, a direita é isso, a direita é aquilo. Pelo menos a briga do Elon Musk com o Xandão ajudou a esclarecer a opinião pública mundial para algo de muito grave que estava acontecendo e que está acontecendo com as liberdades democráticas no Brasil.

Para finalizar, gostaria de voltar às eleições municipais. De acordo com as pesquisas, a esquerda está se mostrando competitiva, se não me engano, em quatro capitais, na disputa pelas prefeituras. Como isso se insere no contexto que a gente está vivendo? O sr. acredita isso reflete uma mudança de mentalidade na sociedade ou acha que as eleições municipais são definidas por questões locais mesmo e que o resultado se deve muito aos nomes que estão envolvidos na disputa?

A minha avaliação é que nas cidades pequenas realmente o local tende a prevalecer. Agora, nas cidades maiores, nas metrópoles, é inevitável que essa disputa municipal seja nacionalizada. Basta ver o exemplo de São Paulo. Hoje, as pessoas e a mídia só falam de duas coisas: Pablo Marçal e os incêndios. É o que está na pauta. É como se o Pablo Marçal já estivesse ensaiando uma candidatura presidencial, porque no Brasil inteiro se fala disso. Muitos candidatos em outras capitais já reclamam, falam assim: “Estão cobrindo pouco a gente e muito o Estado de São Paulo, a cidade de São Paulo”.




Para a direita se viabilizar em 2026, precisa conquistar uma parcela importante do centro político




Qual a sua avaliação do fenômeno Marçal? O sr. acredita que a disputa entre ele e a família Bolsonaro e a crítica que muitos bolsonaristas fazem a ele colocaram a liderança do ex-presidente na direita em xeque?

Diante do fenômeno do Pablo Marçal, o que eu acho que o Bolsonaro deveria fazer e não está fazendo é explicar por que a direita que ele representa depende de uma guinada ao centro para se viabilizar politicamente nas próximas eleições. Porque é justamente por isso que ele está apoiando o Ricardo Nunes, que não tem nada a ver com ele. O Nunes tem mais a ver com o presidente do PL, que é o Valdemar Costa Neto, do que com o presidente de honra, que é o Bolsonaro. De qualquer maneira, para a direita se viabilizar em 2026 precisa conquistar uma parcela importante do centro político. E justamente quando o Bolsonaro fez esse movimento surgiu o Pablo Marçal denunciando essa aliança.

Para o Marçal, é todo mundo comunista, aquele exagero todo. Agora, se o Pablo Marçal ganhar esta eleição, ele sem dúvida alguma se fortalece muito caso queira disputar a Presidência da República em 2026, embora isso ainda não esteja claro para mim. Mas, caso ele queira disputar a Presidência, uma vitória em São Paulo vai dar uma força enorme para ele. E, mesmo que ele não ganhe, eu acredito que o estrago já está feito.

Em que sentido o sr. diz que o estrago está feito?

No sentido de a direita se dividir e, portanto, se enfraquecer. Porque o Bolsonaro, que até este momento é o grande líder nacional da direita, está apoiando um candidato de centro em São Paulo. E, se esse candidato de centro perder, isso vai mostrar uma dúvida. E se o Pablo Marçal ganhar? Vai mostrar uma divisão significativa da direita. Quer dizer, provavelmente a direita não marchará unida para 2026. Isso deve contagiar bastante o quadro. A esquerda está batendo palmas.



Eu não aqui vou julgar das intenções do Marçal, até porque eu não as conheço, mas sem dúvida alguma ele representa neste momento um setor mais intransigente da direita e que vai buscar sua justificação lá atrás nas raízes do próprio Bolsonaro. Só que o Bolsonaro e seus colaboradores mais próximos já perceberam que, para se viabilizar eleitoralmente, a direita precisa do centro. O Pablo Marçal recusa isso. Então, não sei. Vamos aguardar.

Ultima pergunta: deixando de lado um pouco esse fenômeno do Marçal, se é possível fazer isso, quem deverá ser na sua percepção o herdeiro do Bolsonaro em 2026?

O bolsonarismo, quer o Bolsonaro tenha planejado isso ou não, permitiu o surgimento de um monte de outras lideranças de direita, ao contrário do que aconteceu com Lula e a esquerda, no PT. O próprio Pablo Marçal é uma delas. Agora, essa multiplicidade de lideranças talvez tenha de ser administrada, se a direita quiser realmente ter chances nas próximas eleições. Eu acredito que a eleição deste ano, a eleição municipal, vai fortalecer a direita. Agora, os líderes da direita precisam tirar as conclusões desse fortalecimento, fazer uma leitura correta dessa conjuntura, para que a direita não marche enfraquecida e dividida para as próximas eleições.


Entrevista por José Fucs

É repórter especial do Estadão. Jornalista desde 1983, foi repórter especial e editor de Economia da revista Época, editor-chefe da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, editor-executivo da Exame e repórter do Estadão, da Gazeta Mercantil e da Folha. Leia publicações anteriores a 18/4/23 em www.estadao.com.br/politica/blog-do-fucs/

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Cariri se prepara para mais uma edição do Circuito Sesc de Corridas







Incorporar a corrida na rotina pode trazer benefícios duradouros para a saúde física e mental. A prática regular melhora a resistência cardiovascular, fortalece músculos e pode reduzir o estresse. Além disso, é uma excelente forma de promover a perda de peso e aumentar a sensação de felicidade por meio da liberação de endorfinas.


Nesse contexto, o Circuito Sesc de Corridas 2024 se destaca como uma oportunidade para aqueles que buscam um desafio estimulante e a chance de se conectarem com o esporte de maneira ativa. O evento vai movimentar o Cariri com provas programadas para as cidades do Crato, no dia 20 de outubro, e Juazeiro do Norte, no dia 24 de novembro.


Ao se inscrever, os participantes terão direito a kit composto por camisa, viseira, mochila, número e chip. Todos os corredores serão agraciados com uma medalha de participação em cada corrida, celebrando o esforço e a conquista de cada um.


CIRCUITO SESC DE CORRIDAS CARIRI


Crato
Data: 20/10/24
Concentração: A partir das 06h00
Local: Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti
Inscrições: CLIQUE AQUI


Juazeiro do Norte
Data: 24/11/24
Concentração: A partir das 06h00
Local da largada CLUBE SESC , Av. Duarte Júnior, 960 – Aeroporto
Inscrições: CLIQUE AQUI

Seleção para Agente Rural: SDA divulga os locais de provas








A Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará divulga os locais de prova do processo seletivo para o Programa Agente Rural. Os exames serão aplicados no próximo domingo, dia 22 de setembro, nos municípios de Aracati, Caucaia, Crateús, Crato, Iguatu, Itapipoca, Limoeiro do Norte, Quixadá ou Sobral.

>>> Confira relação dos locais de prova aqui

São ofertadas 241 vagas em todas as regiões do Estado para técnicos agropecuários (técnicos em agropecuária, agrícola, agricultura, agroecologia, fruticultura, floricultura, agroindústria, aquicultura e pesca) e profissionais de nível superior em Engenharia Agronômica, Engenharia da Pesca, Tecnologia da Irrigação, Medicina Veterinária e Zootecnia.

As bolsas valem por período de 12 meses (um ano), podendo ser prorrogada até 36 meses (três anos) na transferência de conhecimentos tecnológicos a agricultores familiares atendidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce). Para mais detalhes acesse o número da Célula de Gestão de Pessoas (Cegep), no número (85) 3101.8029.

>>> Confira o edital aqui

Cronograma do Processo Seletivo

Inscrições – 26 de agosto a 15 de setembro de 2024
Validação das inscrições – 16 de setembro de 2024
Divulgação dos locais de prova – 18 de setembro de 2024
Aplicação da prova objetiva – 22 de setembro de 2024
Divulgação dos gabaritos – 23 de setembro de 2024
Recurso contra a elaboração de questões e/ou gabaritos de prova – 23 a 24 de setembro de 2024
Resultado dos recursos – 2 de outubro de 2024
Resultado da prova objetiva – 2 de outubro de 2024
Resultado final – 4 de outubro
Apresentação dos aprovados para assinatura do Termo de Outorga – 9 a 11 de outubro de 2024
Apresentação dos aprovados nos locais de trabalho – 4 de novembro de 2024

*Glauber Sobral - Assessoria de Comunicação da SDA

Ceará tem maior número de internações de crianças por doenças gastrointestinais desde 2019


A desidratação é a principal complicação dessas infecções em crianças. Manter boa higiene pessoal e dos alimentos ingeridos são algumas recomendações para a prevenção
Escrito por Gabriela Custódio , gabriela.custodio@svm.com.br 

Legenda: Para evitar o agravamento do quadro e a necessidade de a criança ser internada por causa de gastroenterites, é preciso estar atento para a hidratação
Foto: Kunlanan Yarist/Shutterstock




Neste setembro de 2024, os irmãos Ísis, 2, Isadora, 2, e Natan, 9, passaram quatro dias com sintomas gastrointestinais, como vômito e diarreia. Com os filhos sentindo dor no estômago, a cirurgiã-dentista Ilania Reis, de 34 anos, buscou atendimento em um hospital particular e recebeu a orientação de garantir muita hidratação e medicações específicas. Na emergência hospitalar, ela conta ter visto várias outras crianças que apresentavam os mesmos sintomas.


As doenças diarreicas agudas (DDA) são caracterizadas pela ocorrência de pelo menos três episódios de diarreia aguda em 24 horas, podendo ser acompanhados de náusea, vômito, febre e dor abdominal. Elas podem ser causadas por diferentes agentes, como bactérias, vírus ou outros parasitas, que levam a uma inflamação trato gastrointestinal, a gastroenterite.

Após um período com menos registros durante a pandemia de Covid-19, as internações de crianças de até 9 anos por essas doenças atingiu o maior número desde 2019. Entre janeiro e julho de 2024, houve mais de 3,8 mil internações de crianças dessa faixa etária no Estado, um aumento de 27% em relação aos mesmos meses de 2023.



A maioria das crianças internadas neste ano eram meninos (52,6%) e o atendimento ocorreu em caráter de urgência (97,3%). A análise foi feita pelo Diário do Nordeste a partir dos dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde, para as seguintes causas de internação: “diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível” (CID-10: A09) e “outras doenças infecciosas intestinais” (CID-10: A02, A04-A05, A07-A08).

Os dados também mostram que, no número absoluto de internações, o Ceará ficou em terceiro lugar do Brasil com mais registros em 2024 e em segundo do Nordeste. No ranking nacional, o Estado ficou atrás apenas do Maranhão (6.961) e do Pará (4.395), e à frente da Bahia (3.581) e de São Paulo (3.088).


As gastroenterites são comuns na infância e os dados de internação mostram apenas uma fração das crianças com as infecções. Por não serem doenças de notificação compulsória, o acompanhamento é feito mais de perto pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em casos de surtos — que ocorrem com frequência em diferentes locais do Estado, segundo o médico epidemiologista Carlos Garcia Filho, orientador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e não Transmissíveis da Sesa.

“Muitas vezes, eles vão estar relacionados a uma fonte alimentar comum ou uma fonte hídrica comum”, explica. Os surtos podem ocorrer em uma festa em que várias pessoas ficam doentes, por exemplo. Nesses, o médico destaca a importância de o paciente explicar esse contexto ao buscar um profissional de saúde para o surto ser notificado e a situação ser acompanhada.
RISCOS DA DESIDRATAÇÃO

Segundo a gastroenterologista e hepatologista pediátrica pediátrica Júlia Teixeira, a gastroenterite ocorre de forma com diferentes nas regiões brasileiras, com “impactos desproporcionais em determinados grupos populacionais”.



Atualmente, observa-se um aumento de ida às emergências por causa de gastroenterite aguda. A faixa etária mais prevalente é de 1 aos 10 anos. Sendo as crianças entre 1 e 4 anos as mais vulneráveis a complicações como desidratação e necessidade de internações hospitalares.Júlia Teixeira
Gastroenterologista e hepatologista pediátrica



Durante a primeira infância, principalmente entre 1 e 4 anos, a médica explica que o comportamento exploratório das crianças aumenta o risco de contaminações e de infecções com quadro clínico mais expressivo, com vômitos e febre associados à diarreia.

Ela também destaca que o risco de desidratação grave — e suas complicações — também é maior. “Nessa faixa etária, contribui para a gravidade (da doença) a dificuldade em ofertar sais de reidratação oral, água e outros líquidos necessários para garantir a hidratação da criança”, complementa.

Sávio Pinheiro, médico de Cariús, município localizado a 421,47 km de Fortaleza, também alerta que a desidratação é a complicação mais comum das gastroenterites, o que leva ao internamento. “Ao primeiro sinal de diarreia, o mais importante é a hidratação. Se a criança se desidrata, as complicações são inevitáveis”, afirma.



A perda de líquidos e sais (sódio e potássio) podem trazer letalidade às crianças, como insuficiência renal, baixa do débito cardíaco e morte. A criança desnutrida está mais susceptível, sempre. Uma alimentação saudável é sempre salutar.Sávio Pinheiro
Médico


CAUSAS DA INFECÇÃO E PREVENÇÃO

Em locais de clima tropical, Júlia Teixeira aponta que a gastroenterite é mais comum nos períodos de calor. Isso pode estar relacionado a uma maior disseminação de patógenos por contaminação de água e alimentos, por exemplo.

Conforme a gastroenterologista e hepatologista pediátrica, os vírus — como o rotavírus e o norovírus — são os principais responsáveis por causar a doença. “Em nosso meio, associado às condições relacionadas ao saneamento básico, as bactérias ocupam um papel importante”, afirma.

Uma causa “muito importante” da diarreia, conforme Pinheiro, é o uso indiscriminado de antibióticos. Ele explica que esse tipo de medicamento elimina as bactérias benéficas ao intestino — a flora normal — e provoca o problema intestinal. “O mais grave é que a prescrição, na maioria das vezes errada, poderia ser evitada. Ela é feita por balconistas de farmácias e leigos, no interior. E também por médicos menos atentos”, alerta.

A pediatra Vanuza Chagas aponta que, no início do ano, há um número elevado de gastroenterites devido à quadra chuvosa — a chamada “ virose da mosca” — e que no pós-pandemia observa-se mais diarreia e gastroenterite causadas por vírus como rotavírus, norovírus e adenovírus.



No caso específico do rotavírus, o quadro clinico é bem exuberante, com vômitos, diarreia intensa e desidratação, levando a maior número de internações. Reflexo também da baixa cobertura vacinal no calendário infantil, que também se refletiu na vacina contra rotavírus.Vanuza Chagas
Pediatra



Na maioria das vezes, a contaminação com os agentes que causam diarreia aguda ocorre por via fecal-oral, seja na transmissão por contato direto ou pela contaminação por meio de água ou de alimentos. “O acesso à água potável, higienização adequada dos alimentos e evitar contato com pacientes na fase sintomática podem reduzir o risco de infecção”, aconselha a médica.

Para evitar o agravamento do quadro e a necessidade de a criança ser internada por causa da doença, é preciso estar atento para a hidratação. A recomendação é aumentar a oferta de água e de sais de reidratação oral, além de repouso e atenção aos sinais de desidratação, como choro sem lágrimas e redução do volume da diurese. “Estes últimos, se presentes, são sinais de que a criança necessita de avaliação médica”, destaca Júlia Teixeira.

Para a prevenção, Vanuza Chagas acrescenta os seguintes pontos: cuidado com a higiene pessoal e dos alimentos, lavagem das mãos, alimentação saudável, aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e manter amamentação até 2 anos ou mais. Ela também cita a importância de manter a criança doente fora da creche ou escola e de a vacinação estar em dia.

O médico Sávio Pinheiro reforça a necessidade de se ter noções básicas de higiene e lavar bem os alimentos que serão consumidos. “(É preciso) ter condições sanitárias adequadas e entender que a doença acontece das fezes para a boca dos pacientes. A higienização das mãos das crianças e de quem cozinha é muito importante”, complementa.

O hábito de manter as mãos higienizadas é um dos fatores a que se atribui o menor número de internações por doenças gastrointestinais durante a pandemia de Covid-19, além do isolamento social. “Esse cuidado com as mãos é muito importante. Claro, há algumas coisas que são de dimensão maior, como saneamento básico e acesso a água e alimentação seguras”, finaliza Carlos Garcia Filho.

STF manda pagar pensão vitalícia de R$ 33 mil a ex-governador de MT que ficou só 33 dias no cargo


Moisés Feltrin, que ocupou o Palácio Paiaguás por breve período em 1991, também será contemplado com pagamento retroativo da renda desde 2018, quando o plenário do próprio Supremo decidiu que ex-chefes de Executivo não têm direito ao benefício; Estadão pediu manifestação do advogado do ex-governador


Por Pepita Ortega e Fausto Macedo


O ex-governador Moisés Feltrin Foto: Marcus Mesquita

Por quatro votos a um, os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal mandaram restabelecer a pensão vitalícia do ex-governador de Mato Grosso Moisés Feltrin, que ficou no cargo por 33 dias em 1991. Os ministros ainda determinaram o pagamento retroativo de parcelas que Feltrin não recebe desde novembro de 2018, quando o governo de Mato Grosso cortou os repasses acatando decisão da própria Corte máxima.


O Estadão pediu manifestação do advogado Artur Barros Freitas Osti, que representa Feltrin no processo. O espaço está aberto.

O salário atual do governador de Mato Grosso é de R$ 30.862,79. Feltrin vai receber R$ 33 mil, apurou o Estadão. À época em que ocupou a cadeira no Palácio Paiaguás, sede do Executivo estadual, Feltrin, então no PFL, exercia mandato de deputado estadual e presidia a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Feltrin assumiu o governo porque o governador Carlos Bezerra renunciou. Ao mesmo tempo, o vice Edison Freitas de Oliveira se afastou por problemas de saúde. Após breve período no poder, Feltrin transmitiu o cargo para o novo governador eleito Jayme Campos.

A partir de 1999, Feltrin passou a receber a pensão vitalícia. Em 2018, porém, o próprio STF cortou o privilégio a ex-chefes de Executivo no bojo de uma ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil 15 anos antes, em 2003.



Ao acionar o STF, a Ordem citou especificamente o caso de Feltrin que, à época, há 21 anos, recebia R$ 12.582,00 mensais.


No julgamento que agora restabelece a pensão vitalícia a Feltrin, os ministros Dias Toffoli, André Mendonça e Kassio Nunes Marques seguiram o posicionamento do decano Gilmar Mendes. Ele destacou as “peculiaridades fáticas” do caso - apesar de o próprio STF ter declarado inconstitucional o pagamento de pensão a ex-governadores.

Restou vencido o ministro Edson Fachin, relator, que argumentou a impossibilidade de o colegiado rediscutir uma decisão já tomada pelo plenário.

Gilmar frisou que, quando pediu ao STF o restabelecimento de sua pensão, Feltrin estava com 81 anos e já recebia o benefício suspenso pelo governo de Mato Grosso havia mais de 20 anos – desde 1999.

“Não há cruzada moral que justifique, à luz das garantias constitucionais, a abrupta supressão do benefício recebido de boa-fé durante décadas por pessoa idosa, sem condições de reinserção no mercado de trabalho”, justificou Gilmar.


Na avaliação do ministro, a pensão paga ao ex-governador não é um “privilégio odioso”, mas um “benefício de caráter alimentar recebido há anos por indivíduo que, tendo confiado na legislação e na administração, já não mais tem condições de suprir, em razão da avançada idade, suas necessidades no mercado de trabalho”.


Gilmar invocou outros casos em que o STF determinou o restabelecimento de pensões de ex-governadores e ponderou que, considerando a garantia constitucional da segurança jurídica e do princípio da proteção legítima, não é mais possível rever o benefício a Feltrin.

Para o decano, o fato de o ex-governador Moisés Feltrin ser idoso, sem possibilidade de reinserção no mercado de trabalho e ter recebido a pensão por longo período justifica a manutenção dos repasses mensais.

A decisão foi dada durante julgamento virtual de um pedido de Feltrin. Ele requereu o restabelecimento da pensão, barrada após o Supremo declarar inconstitucional o pagamento do benefício a ex-governadores.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO ARTUR OSTI, QUE REPRESENTA O EX-GOVERNADOR DE MATO GROSSO

A reportagem do Estadão pediu manifestação. O espaço está aberto (pepita.ortega@estadao.com)

MEC divulga resultado da lista de espera do Prouni; Mais de 910 mil candidatos foram inscritos





O Ministério da Educação divulgou nesta semana o resultado da lista de espera do processo seletivo para o segundo semestre de 2024 do Programa Universidade Para Todos. Os estudantes podem conferir se foram selecionados na página do Prouni, por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.


Até o dia 26 de setembro, os candidatos deverão comparecer às instituições de ensino para as quais foram pré-selecionados, a fim de comprovarem as informações prestadas em sua inscrição. Além disso, os estudantes devem ficar atentos quanto à existência de eventuais exigências adicionais por parte das instituições. Todo o processo é gratuito e as informações oficiais são divulgadas nos canais de comunicação do MEC.

Em 2024, o Ministério da Educação ofertou 651.483 bolsas no Prouni, entre integrais e parciais. Nas duas edições do ano, o programa teve 910.419 candidatos inscritos. Como cada participante pode escolher até dois cursos, o Prouni teve mais de 1,8 milhão de inscrições neste ano.

Oito em cada dez municípios têm risco alto ou muito alto para sarampo





Ao menos 4.587 municípios foram classificados como em alto risco para sarampo, enquanto 225 foram categorizados como em risco muito alto, totalizando 86% das cidades em todo o país com risco elevado para a doença. Há ainda 751 municípios listados com risco médio e apenas quatro com baixo risco. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (18) durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife.


Ao comentar o cenário, a coordenadora de Imunização da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Flávia Cardoso, lembrou que o Brasil chegou a ser certificado como país livre do sarampo em 2016, mas perdeu o status em 2019 após voltar a registrar a circulação do vírus por um período superior a 12 meses. “Em 2022, o Brasil estava endêmico para sarampo e, em 2023, passou para o status de país pendente de reverificação”, explicou.

Segundo Flávia, em maio deste ano, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas esteve no país e fez uma série de recomendações, incluindo ampliar a sensibilidade na definição de casos suspeitos de sarampo. A entidade pede que o país apresente o número de amostras recebidas de pacientes com febre e exantema e quais foram os diagnósticos de descarte.


De acordo com a coordenadora, a comissão destacou que, embora a cobertura vacinal tenha melhorado tanto para o sarampo quanto para a rubéola, por meio da tríplice viral, em alguns estados o progresso foi mínimo ou mesmo negativo. A situação no Rio de Janeiro, no Amapá, no Pará e em Roraima foi classificada pela entidade como muito preocupante para a manutenção da eliminação do sarampo e da rubéola no país.

Também foi recomendado que o Brasil padronize um fluxograma de resposta rápida a casos suspeitos, tomando como base o caso recente de sarampo detectado no Rio Grande do Sul, importado do Paquistão. Por fim, a comissão sugere articular junto ao Ministério do Esporte e ligas esportivas a vacinação de atletas brasileiros, a exemplo do que foi feito previamente aos Jogos Olímpicos de Paris este ano.



(*) Com informações da Agência Brasil

Senac Ceará oferta novo curso de Operação de Drones no Cariri



foto: Shutterstock





De acordo com a publicação especializada Drone Industry Insights , a

receita do mercado de drones deverá crescer a uma taxa de 9,4% até 2026,

quando deverá ultrapassar a marca de 43 bilhões de dólares. Em território

nacional, deve chegar a 1,4 bilhões de dólares nesse período. Tendo em vista

a demanda crescente por operadores qualificados no País, o Senac Ceará

lança o curso de Operação de Drones no Cariri.

Atendendo à legislação vigente, a Instituição vai ofertar o curso em

Juazeiro do Norte, em novembro. A carga horária é de 20 horas/aula e os

alunos aprendem a pilotar drones com segurança, realizar fotografias e vídeos

para usar em eventos, segurança, infraestrutura, obras, resgate e entrega.

Para tanto, além de identificar os diferentes tipos de drones e seus

componentes, são apresentadas as normas de segurança e a legislação

brasileira sobre o equipamento.

Com ampla área de atuação, o operador de drones pode trabalhar com

filmagem de shows e eventos, imagens aéreas para mercado imobiliário,

inspeção de edifícios, monitoramento e segurança. O consultor de produtos

educacionais na área de Tecnologia do Senac Ceará, Clayton Moura, explica

que a inclusão do curso no portfólio “visa oferecer capacitação para

profissionais que buscam se inserir nesse mercado promissor, gerando

oportunidades de emprego e estimulando o empreendedorismo”.

Ele complementa: “Adequamos o curso à nossa realidade, com a ênfase

em eventos, na agricultura e no turismo, para potencializar o impacto do

treinamento na economia local. A iniciativa também se alinha a políticas de

desenvolvimento tecnológico e inovação, contribuindo para disseminar esses

conhecimentos e fortalecer o papel do Senac como agente de transformação

na educação profissional e tecnológica”.




Mais informações:

(88) 3566 8950/ atendimentojuazeiro@ce.senac.br

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Pelo menos 48 cidades do CE relatam falta de vacinas por falha em repasses do Ministério; veja locais


O Ministério da Saúde afirmou que "não há falta generalizada de vacinas no Brasil" e que adota estratégias para manter a vacinação em dia e a proteção da população
Escrito por Theyse Viana 

Legenda: Estratégias estaduais buscam minimizar impactos da falta de alguns imunizantes
Foto: Ismael Soares




Falhas no percurso das vacinas às cidades brasileiras têm causado desabastecimento em salas de postos de saúde do Ceará. Um estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) ouviu 61 cidades cearenses, das quais 48 confirmaram falta de pelo menos um imunizante.


A pesquisa foi aplicada entre os dias 2 e 11 deste mês para “investigar a ocorrência de desabastecimento de vacinas em setembro e descrever quais os imunizantes estão em falta”, como justificou a CNM. Foram ouvidos 2.415 municípios brasileiros.


No Ceará, 8 a cada 10 municípios entrevistados (78,7%) citaram ausência de vacinas como influenza, hepatite B, dengue e pneumocócica.



Em boletim mensal divulgado no site, o Ministério da Saúde lista as vacinas com dificuldade de reposição e aponta, entre outras justificativas, o atraso na entrega pelos laboratórios como razão para a falta de repasses aos estados (veja detalhes abaixo).

A vacina com ausência mais citada no Ceará foi a da influenza, faltosa em 35 das cidades ouvidas pela confederação. Em seguida, aparecem hepatite B, com desabastecimento em 33 municípios cearenses; dengue e dT (difteria e tétano), citadas por 24 cidades cada.

De acordo com a CNM, “alguns municípios brasileiros sinalizaram a falta de determinadas vacinas há mais de 30 dias, outros há mais de 90 dias”. O detalhamento sobre o cenário nas cidades cearenses, porém, não está disponível.



No âmbito nordestino, o Ceará teve a segunda maior parcela de cidades com vacinas faltosas, ficando atrás apenas de Pernambuco, onde 72 municípios foram pesquisados e 58 confirmaram ausência de imunizantes – uma taxa de 80,6%.

Em nível nacional, o Estado é o terceiro mais afetado pelo desabastecimento, atrás de Santa Catarina (83,7% de municípios com falta de vacina) e de Pernambuco, e empatado com o Paraná (78,7%).




Falhas ‘não prejudicaram vacinação’

O abastecimento parcial das vacinas “não prejudicou o andamento de nenhuma estratégia de vacinação no Estado”, como garante Ana Karine Borges, coordenadora de Imunização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).


Segundo ela, “todos os imunobiológicos, com exceção da varicela, tiveram desabastecimentos parciais temporários”, mas as faltas foram manejadas com a substituição de imunizantes ou utilização de doses do estoque estadual.


“Meningocócica C substituímos pela ACWY, varicela substituímos pela tetraviral. As crianças e adolescentes estão contempladas”, exemplifica Ana Karine.



A gestora explica que atrasos no recebimento de lotes enviados pelo Ministério da Saúde são “comuns” na logística de vacinação, e algumas vezes são causados por atraso na entrega dos imunizantes pelos laboratórios.

“Ou algum lote passa por uma análise da Anvisa, e isso acaba atrasando algum envio. Esse processo de abastecimento parcial ou desabastecimento acontece em qualquer área logística, principalmente quando são vacinas ofertadas por laboratórios internacionais”, pondera.


Legenda: Caixas de vacinas na Célula Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim)
Foto: Ismael Soares



A nível local, Ana Karine pontua que a Sesa distribui vacinas mensalmente aos municípios, já prevendo a estimativa populacional e a possível necessidade de “cotas extras” para situações excepcionais.


“O Ceará não teve essa dificuldade, porque mantemos estoque como estratégia pra atender momentos de atraso no envio do imunobiológico”, finaliza, acrescentando que o único imunizante sem doses disponíveis no Estado é o da Covid aplicável em crianças.

“Estamos aguardando o envio da XBB (para menores de 12 anos) pelo Ministério há alguns dias. Mas conforme o cenário epidemiológico, a Covid acomete mais grupos de idosos, com comorbidade. Mas, de fato, vamos buscar logo regularizar.”
Estoque crítico

O Ministério da Saúde publica mensalmente um informe sobre a distribuição de vacinas aos estados. No boletim referente à rotina de vacinação de agosto, a Pasta lista desde os imunizantes que foram atendidos 100% até os que não possuem estoque.

Entre as vacinas “atendidas parcialmente”, ou seja, que “não foi possível atender completamente à demanda prevista para o mês”, estão:
imunoglobulina anti-hepatite b 100 ui;
imunoglobulina antirrábica humana;
hepatite “A” (rotina pediátrica);
dTpa adulto (gestante);
meningocócica ACWY;
dupla adulto (dT);
hepatite B;
hepatite A (Crie);
HPV;
tríplice viral;
meningocócica C.

De acordo com o MS, “isso pode ter impacto nas atividades de imunização e requer uma gestão cuidadosa dos recursos disponíveis para garantir que as necessidades sejam atendidas da melhor forma possível, dadas as limitações de estoque”.


Outras 5 vacinas estão com “estoque crítico” devido a “fatores não previsíveis, como atrasos nas entregas por parte dos fornecedores e dificuldade de aquisição”. São elas:varicela;
DTP;
febre amarela;
DTPa acelular (Crie);
antirrábica humana (Vero).

Já a vacina DTPa (Crie) deve ser substituída temporariamente pela vacina hexavalente (DTPa/Hib/HB/VIP), sob recomendação do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI). “O estoque está restrito devido à dificuldade de produção mundial, impactando diretamente na aquisição por não serem encontrados”, justifica o MS.

A reportagem contatou o Ministério da Saúde para obter um posicionamento do órgão sobre o assunto. Em nota, o MS informou que "mantém envios regulares de vacinas aos estados, que são responsáveis por abastecer os municípios".


A Pasta acrescentou que "não há falta generalizada de vacinas no Brasil" e que o levantamento da CNM traz questões pontuais para as quais o Ministério da Saúde adota estratégias para manter a vacinação em dia e a proteção da população.



Foram distribuídas 65,9 milhões de doses das dez principais vacinas citadas pelo levantamento, incluindo a de Covid-19, com 22,9 milhões de doses aplicadas até o momento. Sobre a vacina contra Varicela, no final de 2023, foram compradas 2,7 milhões de doses via Fundo Rotatório da OPAS/OMS, com 150 mil previstas para serem entregues até setembro. A aquisição regular para 2024 está em andamento.Ministério da Saúde
Nota



O Ministério disse que a entrega para Covid-19 "segue a capacidade de armazenamento da rede de frio estadual, uma vez que essa vacina exige armazenamento em baixíssima temperatura". Acrescentou estar finalizando pregão para a compra da vacina mais atualizada XBB.


Por fim, em relação à vacina contra Meningo C, o MS destaca que a orientação é a "substituição pela Meningo ACWY, de mesma eficácia, mantendo a população protegida".

Leia nota na íntegra do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde mantém envios regulares de vacinas aos estados, que são responsáveis por abastecer os municípios. Não há falta generalizada de vacinas no Brasil, o levantamento da CNM traz questões pontuais para as quais o Ministério da Saúde adota estratégias para manter a vacinação em dia e a proteção da população. Essas ações são realizadas em diálogo constante com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Foram distribuídas 65,9 milhões de doses das dez principais vacinas citadas pelo levantamento, incluindo a de Covid-19, com 22,9 milhões de doses aplicadas até o momento.
Sobre a vacina contra Varicela, no final de 2023, foram compradas 2,7 milhões de doses via Fundo Rotatório da OPAS/OMS, com 150 mil previstas para serem entregues até setembro. A aquisição regular para 2024 está em andamento. Para Covid-19, a entrega semanal segue a capacidade de armazenamento da rede de frio estadual, uma vez que essa vacina exige armazenamento em baixíssima temperatura. O Ministério da Saúde está finalizando pregão para a compra da vacina mais atualizada XBB.
Em relação à oferta da vacina contra Meningo C, nas regiões que registrarem falta, a orientação do Ministério da Saúde é para substituição pela Meningo ACWY, de mesma eficácia, mantendo a população protegida.

Com 74,2 mil casos, idosos são as maiores vítimas de golpes financeiros





Os idosos são o maior alvo de violência patrimonial, de acordo o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania. Por conta do grande número de golpes contra idosos, a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa desenvolveu a Cartilha de Apoio à Pessoa Idosa: enfrentamento à violência patrimonial e financeira, com os 15 principais golpes que têm como principal vítima a população idosa.


Além disso, a Federação Brasileira de Bancos divulgou uma lista com dez golpes comuns aos idosos. Este ano, até setembro, o Ministério registrou 74,2 mil casos de violência patrimonial, sendo 35,5 mil contra idosos. Ao todo, em 2023, foram 93 mil violações, 45 mil contra idosos.

As mulheres foram o segundo grupo com mais vítimas, seguido por pessoas com deficiência. Os dados são referentes às denúncias recebidas via Disque 100 – Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos. A violência patrimonial inclui golpes virtuais e presenciais.


O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou a cartilha para identificar e enfrentar a violência patrimonial e financeira contra idosos. Esse tipo de violência ocorre quando uma pessoa ou instituição se apropria indevidamente do dinheiro ou dos bens de um idoso.

São ações que podem causar danos, perdas, situações humilhantes ou vergonhosas, além de violar direitos humanos e de cidadania. Na maioria dos casos, essa prática ocorre sem a autorização do idoso.

Brasil x Tailândia pela Copa do Mundo de Futsal: confira horário e onde assistir

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