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quarta-feira, 12 de junho de 2024

Opinião |Um gesto aqui, uma ação acolá e Tarcísio vai testando suas chances ao Palácio do Planalto


Governador tem mostrado desembaraço em agenda de entregas e trânsito por todos os setores do espectro político



Por Monica Gugliano



Está a todo vapor o laboratório no Palácio dos Bandeirantes com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à frente dos testes que têm funcionado como amostragem das chances de cada a um dos possíveis postulantes da centro-direita ao Palácio do Planalto em 2026. E desembaraço é o que não tem faltado a Freitas. Além da agenda de entregas e de procurar transitar por todos os setores do espectro político, o governador tem emitido suas opiniões sem constrangimento. Com justificativas variadas, se reaproxima de antigos aliados, como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem homenagearia ontem com um jantar no Palácio dos Bandeirantes, logo após a entrega do Colar do Mérito Legislativo.

Segundo reportagem no Estadão, de Amanda Puppo e Heitor Mazzoco, Campos Neto e Freitas negam especulações de que poderiam ter algum projeto em comum. O primeiro costuma dizer que não sabe ainda o que fará após terminado seu mandato à frente do Banco Central (ao final este ano). Tarcísio, por sua vez, mantém firme o discurso de que pretende disputar a reeleição em São Paulo, conforme combinado com seu padrinho, o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030.

Tarcísio de Freitas tem se movimentado e indicado que pode ser candidato do bolsonarismo em 2026 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O problema é que Tarcísio, com gestos e palavras, tem conseguido desagradar gregos e troianos, ou melhor, bolsonaristas e petistas. Os bolsonaristas, incluindo o ex-presidente, não estão gostando nem um pouco da desinibição e do jeito conciliador de Freitas. Há poucos dias ele incomodou as tropas do ex-presidente por se declarar “agradecido” à ex-presidente Dilma Rousseff. Ele foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no governo da petista.

Ao mesmo tempo, no PT cresce a desconfiança de que Campos Neto é um “inimigo infiltrado” em um dos postos mais estratégicos da Nação. A especulação de que o presidente do BC teria ligações com o bolsonarismo e com o governador de São Paulo é fonte de críticas e as elucubrações aumentaram depois da última reunião do Copom que reduziu o ritmo dos cortes da Selic.

Mas, apesar de críticas e admoestações, Tarcísio está em um bom momento. Não só entre seus possíveis adversários da centro-direita, como em relação ao governo Lula. Dos cinco nomes citados como possíveis candidatos, Romeu Zema (Novo-MG) vê suas chances diminuírem e cogita até a se oferecer como vice de Ronaldo Caiado (União -GO), bem avaliado nas pesquisas estaduais. Ratinho Júnior (PSD-PR) está calado, observando para que lado vão soprar os ventos.

Já o governo Lula, apesar dos bons índices econômicos, não tem conseguido passar essa impressão de bem estar à população e as pesquisas de opinião mostram um governo com muitos problemas. E não só na comunicação. Mas com um ministério fraco que não diz a que veio. E nessa relação se sobressaem Nísia Trindade (Saúde), Camilo Santana (Educação), André Fufuca (Esporte), Celso Sabino de Oliveira (Turismo), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e outros.


Ainda tão longe da escolha do próximo presidente e tendo as eleições municipais pela frente, Tarcísio pode ir bem se tomar cuidado com o que diz e se escapar ileso da praga que atinge todos os governadores de São Paulo que deixam o cargo sem concluir o mandato para concorrer à presidência da República: entre os últimos nenhum conseguiu se eleger.

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