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sexta-feira, 14 de junho de 2024

Facebook 20 anos: como os brasileiros usam a maior rede social do mundo


Em algumas bolhas na internet, o serviço é visto como coisa do passado, mas ele segue vive na rotina de milhões de pessoas

Por Bruna Arimathea

Há quem pense que os tempos de popularidade do Facebook no Brasil ficaram na década passada, quando curtidas e os comentários bombavam por aqui - foi em 2011 que a rede social de Mark Zuckerberg ultrapassou o Orkut e se tornou preferência nacional.

Mas a rede, que completa 20 anos neste domingo, 4, está longe de cair no ostracismo: em dezembro do ano passado, 98,5 milhões de brasileiros, ou 74,6% dos internautas, acessaram o serviço, segundo dados da empresa de medições comScore.

No País que sempre traz o seu “jeitinho” para o ambiente digital, ferramentas como grupos, páginas e até anúncios ganham um tempero local nas mãos de adultos e (sim) jovens que utilizam a plataforma - desde comunidades para imitar o craque Neto até um memorial de uma pequena cidade do interior de São Paulo.

Embora o Facebook tenha ganhado concorrentes de peso ao longo dos anos, como TikTok, Twitter e até os “irmãos” Instagram e WhatsApp, a rede social mais longeva da história segue viva - e, para alguns, obrigatória - graças a algumas de suas ferramentas mais “sociais”, como grupos e serviços. Veja abaixo como os brasileiros ainda usam a rede social de Zuckerberg.
1

Compra e venda de usados‘Achei o ar condicionado por um preço justo’






Raquel de Paula, 28, São Paulo (SP)


UX Writer


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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Uma das atividades mais populares no Facebook é o anúncio de compra e venda de usados. Em publicações individuais de grupos e páginas, usuários procuram produtos de segunda mão para economizar ou fazer uma graninha.

“Eu já comprei outras coisas pelo Facebook no passado e estava procurando um ar–condicionado portátil. Olhei nos anúncios de grupos públicos e achei uma moça vendendo. Logo mandei mensagem e começamos a conversar. De uma certa forma é (uma maneira) mais complicada, porque requer um tempo para ficar pesquisando nos grupos e avaliando para ver se realmente é um anúncio, mas deu certo”.

É preciso ficar atento aos golpes de perfis falsos, no entanto, para garantir que o negócio seja verdadeiro e confiável.
2

Memórias‘Levo autoestima com acontecimentos da cidade’






Maria Alice Pinatti, 73, Maringá (PR)





Aposentada e consultora empresarial






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Como uma rede de 20 anos de idade, o Facebook também permite reviver memórias e reunir pessoas. Em alguns casos, é possível fazer até um memorial, como fez Maria Alice, que reuniu na página “Amigos de E.E. Dr. Alfredo Pujol - Pirajuí - SP”, mais de 3 mil moradores da cidade de Pirajuí, no interior de São Paulo, onde ela nasceu.

“Eu acho uma ferramenta de trabalho muito boa. Ela é mais antiga, já não tem mais o mesmo alcance que Twitter ou Instagram, mas os grupos têm mais condições de interagir melhor. Acho que eu consigo elevar a autoestima desse público-alvo que eu lido com as notícias da cidade e os acontecimentos”.
3

‘Grup de imitacion’Rede transborda de grupos totalmente ‘non-sense’






Hugo dos Santos, 28, São Paulo (SP)





Estudante de publicidade






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Grupos “non-sense”, em que pessoas imitam personagens ou situações, são comuns. Existe, por exemplo, um grupo onde os membros fingem ser formigas ativas em uma colônia. Hugo encontrou nas páginas de imitação uma chance de ser “popular” na rede social de Zuckerberg. Em seu grupo, mais de mil pessoas interagem diariamente como se fossem o chef de cozinha Erick Jacquin, trocando receitas, comentando as produções dos outros “chefs” e imitando o já conhecido sotaque do francês, claro.



“A ideia foi minha mesmo no início, e depois eu tive amigos que me ajudaram a administrar o grupo. Eu comecei com a rede social que eu era mais familiarizado, na época era o Facebook. Percebi que os grupos uniam as pessoas por um propósito. Expliquei como funcionava o grupo para as pessoas e o resto aconteceu organicamente. Hoje em dia, temos menos engajamento, mas eu já cheguei a ter milhões de insights por semana”.
4

Voz das ComunidadesNotícias das favelas do Rio de Janeiro






Melissa Cannabrava, 33, Rio de Janeiro (RJ)





Diretora de comunicação






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Outro uso que ainda pode ser encontrado no Facebook é o de canais de notícias locais, como bairros e comunidades. Foi assim que o Voz das Comunidades criou sua página na plataforma. A ONG é direcionada a trazer notícias das favelas do Rio de Janeiro e já conta com mais de 266 mil pessoas.

“Embora hoje o Instagram seja considerado nosso melhor canal, o Facebook continua sendo uma plataforma muito relevante para nós. Ele é um canal vivo e dinâmico, onde podemos compartilhar notícias em tempo real e manter a comunidade atualizada. Nossa presença contínua no Facebook nos permite estar onde nossa audiência está, o que é crucial para manter nosso engajamento e relevância na comunidade”.
5

Meu pet, minha vida‘Adotei meu pet depois de um anúncio no Facebook’






João Gustavo Santos Santana, 21, São Paulo (SP)





Estagiário jurídico






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Mesmo não sendo muito ativo na rede social, João recorreu ao Facebook para a adoção de sua cadela, a Meggy, de 12 anos de idade. Foi por meio de um grupo que ele e o primo encontraram o anúncio de doação.

“Meu uso do Facebook está mais ligado a participar de grupos do meu interesse: alguns grupos de adoção de pets, de compra e venda, entre outros. Tive um intermediário para adotar a Maggie, minha cachorra, que foi meu primo. Ele viu o vídeo em um grupo e me mandou. Decidimos adotar ela graças a um grupo de resgate no Facebook”.

A confiança, porém, veio depois de conversas com quem estava doando Maggie. Nas redes sociais, usuários relatam que os grupos de adoção de pet frequentemente têm denúncias de perfis que maltratam animais ou que exploram os pets para exposição na plataforma.
6

Olha o bolo!‘Não tenho loja física, mas consigo atender clientes’






Cleide Martins do Vale, 34, São Paulo (SP)





Boleira e estudante de psicologia






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Para a Cleide, é o marketplace do Facebook que impulsiona o uso da plataforma. No espaço dedicado à venda de produtos, a boleira tem um canal de comunicação com clientes e com os pedidos — que chegam apenas pelo seu perfil.



“Consegui muitos clientes por aqui. Infelizmente, muitas pessoas postam com má intenção e, às vezes, quem trabalha honestamente acaba perdendo a venda. Mas, no geral, consegui muitas vendas. É útil porque consigo divulgar o meu trabalho. Como não tenho loja física, é uma ferramenta que possibilita a comunicação com os clientes”.
7

Busca de apartamentoMoradia estudantil permanece forte na rede






Giovana Pinheiro de Lima, 22, Campinas (SP)





Estudante de Arquitetura






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Apesar de não ter sido pensada para ser uma imobiliária, a ferramenta de grupos foi por onde a Giovana Pinheiro conseguiu encontrar uma casa para morar quando se mudou para Campinas para cursar arquitetura na Unicamp.

“Eu já estava no Facebook e entrei em vários grupos sobre moradia porque tinha uma bolsa da faculdade, mas precisava ir em busca da casa em si. Publiquei em um grupo que eu estava procurando casa, e, quando responderam meu post, eu chamei a pessoa e deu certo. Moramos juntas até hoje”.

O uso — bem popular entre universitários — segue a mesma regra de compra e venda pela plataforma: sem verificação dos anúncios, é preciso checar se a publicação é verdadeira e se o perfil não é falso, para evitar cair em golpes.
8

Conexão com familiaresFotos e notícias de amigos: o Facebook ‘raiz’ resiste






Lu Medeiros, 66, São Paulo (SP)





Aposentada






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MARCOS MÜLLER/ESTADÃO

Um dos usos mais corriqueiros do Facebook é o motivo pelo qual ele foi criado: a conexão com parentes e amigos. O feed de Lu Medeiros, ex-diretora de comunicação, por exemplo, é repleto de fotos das netas, das férias e de mensagens de amigos — ela usa a rede social diariamente.

"Uso para me distrair e ter notícias de amigos ou gerais. Leio posts, vejo anúncios de roupas, geralmente, e posts de jornalistas e professores, formadores de opinião em quem eu confio".

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