De frigoríficos a aviões, tudo o que Luiza Helena Trajano conseguiu para tentar vacinar o país todo até setembro
Reconhecida pela intensidade com que executa suas tarefas e projetos, Luiza Helena Trajano, maior acionista e presidente do conselho do Magalu, entendeu logo que a vacinação é a única solução para dar início a um processo de recuperação da economia no Brasil. "Temos que trabalhar muito forte para isso”, disse, numa reunião virtual com dezenas de empresários, no dia 1º de fevereiro.
O convite aos líderes de 73 empresas do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (que reúne gigantes como Avon, Boticário, Renner e seu Magalu) estava feito — e foi prontamente aceito. O mesmo aconteceu no grupo Mulheres do Brasil, que reúne 75 mil mulheres sob a batuta de Luiza. Com a aliança selada, ela decidiu entrar em contato com o governo federal.
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O passo seguinte foi marcar uma reunião com o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, e presidentes de grandes empresas brasileiras, como Paulo Kakinoff, da Gol, e Walter Schalka, da Suzano. “Nossa ideia era somar. Fomos oferecer ajuda”, ressalta a empresária à ELA, em uma conversa por chamada de vídeo, no fim de fevereiro. Nascia assim o Unidos Pela Vacina, movimento que se propõe a ajudar a vacinar o Brasil todo até setembro.
Um mês depois do primeiro encontro, o Unidos Pela Vacina já contava com os aviões para o transporte das vacinas, frigoríficos para armazená-las, caminhões refrigerados e laboratórios farmacêuticos interessados em produzi-las. “Uma indústria que tem cem fábricas no país ofereceu seus funcionários da saúde e os pátios para vacinar”, conta Sonia Hess, amiga de Luiza Helena, vice-presidente do Mulheres do Brasil e uma das envolvidas no movimento, que inclui também apoio aos governos estaduais e a prefeituras. “O prefeito de Serrana (município onde o governo paulista tem o projeto piloto de imunizar toda a população) me ligou pedindo ar-condicionado para vacinar as pessoas nas escolas”, relata Luiza. Três dias depois, 12 aparelhos foram enviados para a cidade.
Também há esforços dirigidos à falta de doses. “No fim de fevereiro, uma equipe especializada em comércio internacional foi a Brasília para dar consultoria às autoridades responsáveis”, diz Marcelo Silva, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo, que faz o contato com o governo federal. Além disso, o grupo está mapeando a estrutura dos 5.568 municípios brasileiros. “Cada prefeito está respondendo se tem a geladeira necessária, as seringas”, conta Luiza Helena. “Teremos o mapeamento completo.”
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