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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Mortes por meningite no Ceará quase dobram em 2023; confira sintomas e forma de prevenção


A maior parte das mortes registradas em 2023 ocorreu em Fortaleza
Escrito por Gabriela Custódio , 06:00 - 11 de Setembro de 2023
CEARÁ

Legenda: A proteção contra a meningite bacteriana, único tipo para a qual existem imunizantes, já tem início desde as primeiras horas de vida
Foto: Fabiane de Paula




O total de pessoas que morreram por meningite no Ceará quase dobrou no último ano. Até a semana epidemiológica (SE) 34 de 2023 — intervalo de 20 a 26 de agosto —, pelo menos 27 pessoas foram a óbito por doença meningocócica e outras meningites. No mesmo período do ano passado tinham sido registradas 15 mortes por essas causas.


A maior parte das mortes registradas em 2023 ocorreu em Fortaleza. Comparado ao mesmo período de 2022, o total de óbitos dobrou ao longo do ano, passando de 7 para 14 na Capital.



Ao longo desse ano, houve aumento de 77,7% no registro de casos da doença em todo o Ceará. Até 26 de agosto, foram registrados pelo menos 288 casos da doença, enquanto até a SE 34 do ano passado foram 162 casos. Os dados são da Planilha de Notificação Semanal (PNS) da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).


Desencadeada principalmente por vírus, bactérias e fungos, a meningite é uma inflamação nas meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a meningite é considerada uma doença endêmica no Brasil, e são esperados casos da doença no País ao longo de todo o ano.

Vanuza Chagas, médica pediatra e proprietária de clínica de vacinação, explica que o tipo mais comum é a meningite viral, que causa sintomas mais leves e não costuma deixar sequelas. Já a meningite bacteriana leva a quadros mais severos, evoluindo com sequelas ou para óbito “na grande maioria dos pacientes infectados”.
SINTOMAS DE MENINGITE

A médica explica que no início o diagnóstico é difícil, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com um quadro gripal. Nas primeiras horas o paciente pode apresentar os seguintes sintomas: Irritabilidade
Febre
Dor de garganta
Coriza
Perda de apetite
Dores nas pernas
Dores no corpo
Náuseas
Vômitos
Sonolência

Entre 9 e 15 horas da doença, os sintomas começam a evoluir para os mais clássicos da meningite, como: Rigidez na nuca
Mãos e pés frios
Manchas na pele
Sensibilidade a luz

Por volta de 16 a 24 horas de sintomas, o quadro pode evoluir para formas ainda mais graves, com: Convulsão
Perda de consciência
Choque séptico
Óbito

“A meningite meningocócica tem um potencial de gravidade muito grande. No Brasil, 2 em cada 10 pacientes infectados pelo meningococo morrem e 1 em cada 5 dos sobreviventes apresentam sequelas graves”, alerta a médica Vanuza Chagas. Entre essas sequelas estão amputação de membros e dedos, perda auditiva, deficiência visual e danos cerebrais irreversíveis.


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VACINAÇÃO CONTRA A MENINGITE

A proteção contra a meningite bacteriana — único tipo para a qual existem imunizantes — já tem início desde as primeiras horas de vida. "Já começa com a vacina contra o Mycobacterium tuberculosis, que pode causar a meningite tuberculosa, desde as primeiras 24 horas de vida", explica a médica.

No Sistema Único de Saúde (SUS), estão disponíveis a vacina meningocócica C conjugada, indicada para aplicação aos 3 meses, 5 meses e 1 ano de idade, e a meningocócica ACWY (conjugada), voltada para o público adolescente.



O adolescente se mostrou um importante transmissor nessa cadeia de transmissão do meningococo, inclusive por ser, muitas vezes, um portador assintomático
VANUZA CHAGAS
médica pediatra e proprietária de clínica de vacinação



Já a meningocócica tipo B está disponível apenas na rede privada. "É um sorogrupo que vem aumentando muito sua incidência no Brasil e hoje, em menores de 10 anos, é o mais frequente, com uma incidência próxima de 70%", afirma a médica. Na população menor de 4 anos, a incidência do meningococo tipo B está em torno de 80%.

"É importante a proteção com todos os sorogrupos para que possamos deter uma doença tão grave e que, apesar de não ser tão frequente, gera muito medo justamente pelo seu potencial de gravidade", finaliza.

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