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terça-feira, 30 de abril de 2024

Dois novos estudos mostram risco de medicamentos e relação entre problemas de visão e demência



Antipsicóticos podem ser perigosos para os pacientes e perda de sensibilidade visual indicaria declínio cognitivo 12 anos antes do diagnóstico.


Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro


Os antipsicóticos são largamente utilizados em pacientes com demência para controlar sintomas como apatia, ansiedade, agressão, depressão, irritabilidade e delírio. A novidade (preocupante) é que eles podem estar relacionados a mais danos do que se supunha em trabalhos anteriores.


Idosa com demência: uso de antipsicóticos pode estar relacionado a mais danos do que se supunha em trabalhos anteriores — Foto: Claudia para Pixabay



Estudo mostra que crescem os riscos de uma série de resultados adversos, como o surgimento de coágulos, arritmia, infarto, acidente vascular cerebral, fraturas, pneumonia e problemas renais agudos. O pior: as chances de complicações aumentariam logo após o início do tratamento com as drogas. Os pesquisadores estimaram que, nos seis primeiros meses de uso da medicação, os antipsicóticos estavam associados a um caso a mais de pneumonia para cada nove pacientes; e a um caso adicional de infarto para cada 167.





Os avisos sobre efeitos adversos já alertavam para o risco de derrame, mas as evidências sobre os problemas eram inconclusivas. Para esclarecer tais incertezas, os pesquisadores ampliaram o leque de investigações de outros desfechos desfavoráveis. Foram utilizados dados de quase 174 mil pessoas que foram diagnosticadas com demência entre 1998 e 2018, sendo que 35 mil receberam prescrição para antipsicótico pela primeira vez. Os resultados indicam que é preciso avaliar com cuidado a necessidade de apelar para esse tipo de medicamento, que deveria se tornar uma opção somente quando opções não farmacológicas funcionassem. O trabalho foi publicado na revista científica “The British Medical Journal”.



Outro estudo, realizado por cientistas da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, apontou que problemas de visão podem ser os primeiros sinais de declínio cognitivo. A pesquisa, associando a perda de sensibilidade visual a um quadro demencial 12 anos antes do seu diagnóstico, se baseou no acompanhamento de 8.623 moradores saudáveis em Norfolk, na Inglaterra. No fim do monitoramento, 537 haviam desenvolvido demência, e foi possível mapear que fatores precederam o diagnóstico.




No começo, os participantes tinham se submetido a um teste para medir a sensibilidade visual: precisavam apertar um botão quando vissem o desenho de um triângulo num campo de pontos que se movimentavam. As pessoas que desenvolveram demência eram muito mais lentas para detectar a imagem.




O que o levantamento sugere é que as placas amiloides, que são emaranhados de fragmentos de proteínas beta-amiloides – tóxicas para os neurônios e suas sinapses – atacam, em primeiro lugar, áreas relacionadas à visão. As partes do cérebro ligadas à memória seriam afetadas posteriormente, o que só valoriza os check-ups oftalmológicos.




Há diversos aspectos do processamento visual que são prejudicados com a Doença de Alzheimer, como a habilidade de enxergar o contorno dos objetos e distinguir determinadas cores (o espectro de tons entre o azul e o verde é afetado precocemente). Mais um sinal é o déficit do controle inibitório dos movimentos oculares: pacientes apresentam maior dificuldade para ignorar estímulos de distração. Os pesquisadores ainda reuniram evidências de que, devido ao comprometimento visual, indivíduos com demência identificam os rostos de desconhecidos com menor eficiência. Portanto, não reconhecer as pessoas não seria apenas uma questão de comprometimento da memória.

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