Por Willians Sousa
Da cidade de Pio IX, distante 420 quilômetros de Teresina, no Piauí, Kennedy Lima, filho de Laurinda Pinheiro Neta, estreou no Festival Internacional de Nado Artístico Master, que aconteceu nos dias 16 e 17 de outubro, no Clube de Regatas do Flamengo, no Rio de Janeiro, junto com Fabiano Ferreira. A dupla é pioneira no nado artístico e representa o Fluminense Futebol Clube.
Kennedy Lima e Fabiano Ferreira estreiam no Festival Internacional de Nado Artístico Master / Foto por Alex BrautigamO nado artístico – ou nado sincronizado como era conhecido -, até 2015, só podia ser praticado por mulheres. Posteriormente, quando os homens começaram a praticar o esporte, o nome se adequou a nado artístico. A modalidade ainda é permitida apenas em campeonatos nacionais e também mundiais.
A modalidade do esporte faz parte do programa dos Jogos Olímpicos desde 1984, de Los Angeles (EUA), no entanto, com provas exclusivamente femininas. A primeira participação masculina em uma competição oficial foi no Campeonato Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015, com a disputa do dueto misto. A expectativa agora é que a participação masculina faça sua estreia nos Jogos de Paris 2024.
Para as olimpíadas Kennedy disse que ainda há o sonho que está sendo trabalhado para realização através da Federação Internacional que busca a possibilidade de inclusão. Entre os critérios necessários estão número de países, quantidade de atletas que praticam e que são federados no mundo, entre outros.
Além do dueto de homens, existe também o dueto misto formado por um homem e uma mulher.
Foto: Arquivo Pessoal“Mas já temos dueto misto, ou seja, um homem e uma mulher que praticam a modalidade e que é regulamentado pela FINA. Sempre existiu o dueto feminino, e agora apostaram no dueto masculino somente aqui no Brasil por enquanto, porque é um dos países que mais possuem homens que praticam, mesmo que ainda poucos federados”, destacou Kennedy.
Os preparativos para o festival internacional no Rio de Janeiro, ficaram a cargo das técnicas que elaboraram toda a rotina de treinamento.
“Elas montaram a rotina e a gente treinou bastante. É uma rotina livre e não uma técnica, ou seja, temos liberdade para fazer os movimentos que queremos e na técnica são movimentos predestinados pela regra”, destacou.
“Competimos agora e foi muito gratificante para a gente, por poder começar um movimento dentro do país, inclusive da América Latina como um todo que ainda não tinha. O dueto masculino é uma novidade para os outros estados e países. Esperamos que dê certo e que sirva de lição para abrir portas. Na verdade o que a gente mais quer no esporte é que possibilite mais gente e mais homens a entrar na modalidade, a quebrar paradigmas e preconceitos. Fazer o esporte como ele deve ser feito, para todos e por todos”, disse.
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“Na verdade o feito é para instigar que o esporte cresça, se abram portas e que mais pessoas possam praticar”, completou.
São em média cinco horas de treino por dia através de preparação física com equipe multidisciplinar composta por psicólogo, nutricionista, preparador físico, fisioterapeutas e médicos, que fazem todo o acompanhamento.
“Realmente é cansativo e desafiador, mas estamos aí. Fico muito orgulhoso da minha terra estar compartilhando e compactuando. Fico feliz por deixar um legado e fazer história no nosso país”, concluiu o nadador artístico Kennedy Lima.
Trajetória
A trajetória de Kennedy começa aos 17 anos quando saiu de Pio IX para cursar Educação Física, no Ceará, na cidade de Crato. Anos depois, em 2012, foi aprovado em uma audição para uma companhia de dança no Rio de Janeiro.
Kennedy após sofrer uma lesão se afastou da dança e foi trabalhar em academias na área de Educação Física.
Sua vida tomou novos rumos quando conheceu uma amiga e através dela ficou sabendo que o Fluminense estava recebendo homens para a prática do nado artístico. Em 2018 ingressou no esporte pelo Fluminense Futebol Clube. Os treinos acontecem no bairro Laranjeiras.
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Fotos por Alex Brautigam
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