
De acordo com a liminar, concedida em processo movido pelo MPF que tramita na 16ª Vara da Justiça Federal, os recursos deverão ser bloqueados depois que o hospital apresentar lista atualizada com o total de pacientes no aguardo de procedimentos cirúrgicos, um plano de trabalho para atender a demanda e orçamento com valores em conformidade com a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
Caberá ao Município de Barbalha, através da Secretaria de Saúde, adotar todas as providências para a contratação do Hospital do Coração do Cariri para a realização das cirurgias, encaminhamento dos pacientes da fila de espera e auditoria de toda a produção apresentada para comprovar a regular execução do serviço e, posteriormente, realizar o respectivo pagamento com recursos oriundos do Estado do Ceará.
Segundo os procuradores da República Lívia Sousa e Rafael Rayol, o juiz deferiu a liminar após audiência de conciliação, na qual foi comprovado que o Estado do Ceará abriu chamamento público para cirurgias eletivas, contudo se negou a inserir os procedimentos cardíacos da fila de espera da Região do Cariri no edital do chamamento público.
Inquérito instaurado pelo MPF identificou demanda de 230 cirurgias cardiológicas e a necessidade de R$ 300 mil por mês, durante cinco meses, para a realização dos procedimentos. A fila, como aponta a investigação, teve origem em um impasse financeiro entre o Município de Barbalha e o Ministério da Saúde que impediu o aumento do teto financeiro para ações de média e alta complexidade.
Os procuradores da República autores da ação pontuam que "o que se revela inaceitável" é o tempo de espera dos pacientes para realização do procedimento cirúrgico de urgência, o que significa risco de vida para os cidadãos e recomendam aos pacientes que estão em lista de espera para realização de procedimento cirúrgico de alta complexidades que procurarem o Hospital do Coração do Cariri para iniciar procedimentos pré-operatórios.
Entenda o caso - Em fevereiro de 2017, O HCC ameaçou suspender o atendimento de pacientes pelo SUS. De acordo com a administração do hospital, a interrupção ocorreria porque o Sistema Único de Saúde não estaria efetuando o pagamento dos atendimentos já realizados. Para garantir a continuidade de serviços, o HCC demandou aos órgãos de saúde o acréscimo dos leitos de unidades coronarianas (UCO), a habilitação do hospital para recebimento de recursos relacionados a terapias enterais e o pagamento pelos procedimentos cirúrgicos já realizados.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Ceará
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