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sábado, 7 de janeiro de 2017

Câmara se renova no Interior


VEREADORES

   
00:00 · 07.01.2017 por Marcus Peixoto - Repórter
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Na Câmara de Vereadores de Crateús, a população protestou contra o aumento do subsídio dos vereadores, prática que ocorreu após as eleições ( Foto: Juniel Vieira )
Fortaleza. Com 2.183 vereadores em todo o Estado, a renovação nas casas legislativas municipais chega a cerca de 60%, sendo considerado um percentual significativo, principalmente na comparação com 2012, que não ultrapassou os 38%.
Com esses novos quadros de legisladores, as cidades cearenses se preparam para iniciar 2017 com desafios em vários segmentos, destacando a fraca economia e a incerteza na quadra chuvosa que se aproxima, havendo a possibilidade de se ingressar no sexto ano de seca.
No contraponto da esperança de mudança no modo de se fazer política em todo o País, difícil imaginar que as práticas se tornem diferentes no Interior. Para se ter uma ideia, em boa parte dos legislativos municipais, os vereadores trabalham uma vez por semana. Em Piquet Carneiro, que não é um exemplo isolado, os trabalhos ocorrem uma vez a cada 15 dias. Pelas leis atuais da Previdência social, o vereador pode se aposentar com o total dos anos de contribuição e a idade, somando até 65 anos.
O presidente da União dos Vereadores do Ceará (UVC), César Veras, que é também vereador reeleito pela Câmara Municipal de Camocim, cidade do Litoral Oeste do Estado, entende que a renovação é um sinal claro das urnas de que o povo exige mudança e um novo modelo de se fazer política. Na sua opinião, não há mais lugar para o nepotismo, o clientelismo e uma câmara sob cabresto do prefeito.
"Além dos órgãos de controle, as redes sociais passaram a ter um papel fundamental em denunciar e fiscalizar o poder público. Atualmente, a crítica é mais ferrenha e com capacidade de se espalhar muito mais do que havia no passado", disse.
Ele lembrou que isso aconteceu muito claramente quando em algumas câmaras houve a tentativa de se reajustar os salários de seus membros sem que se respeitasse os prazos legais exigidos por Lei.
Para César Veras, o maior desafio para as câmaras municipais é a capacitação de seus membros. Daí que a UVC pretende, ainda neste mês, entre os dias 20 a 23, promover um treinamento para os novos legisladores. O local, que ainda não está definido, poderá ser o auditório da Assembleia Legislativa, em Fortaleza. Para entidade, o evento ocorrerá num momento em que há uma renovação de lideranças políticas nas câmaras municipais, que entendem a necessidade de se fortalecer ainda mais a força política em cada localidade.
Iniciativa semelhante aconteceu no ano passado, também tendo à frente a UVC. A exemplo do ano passado, o encontro de Fortaleza vai reunir painéis, oficinas e palestras que ofereçam mais esclarecimentos sobre a forma de legislar, que é a missão do vereador em suas cidades.
PrefeiturasOs prefeitos, que dificilmente deixam de ter nas Câmaras seus principais aliados, acreditam que novos sistemas de governo fazem com que as relações entre executivos e legislativos possam sofrer alterações no varejo, mas não no atacado.
O presidente da Associação dos Prefeitos e Municípios do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, discorda que vereador trabalhe pouco e ganhe muito. Na cidade em que foi prefeito até o ano passado, Piquet Carneiro, no Sertão Central, há um total de 11 vereadores, com salários que chegam até R$ 5 mil. "Não é muito dinheiro, até porque temos que considerar que é esse tipo de político o primeiro que o cidadão vai bater na porta no momento de dificuldade", observa o presidente da Aprece, que continua no mandato até o dia 26. Por outro lado, lembra que não há mais espaço para "edil acomodado". Ele explica que, com os novos instrumentos de controle do poder público, essa liderança política é obrigada a atuar e fiscalizar mais, independentemente se é ou não aliado político do prefeito.

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